O governo de Mario Monti est� na berlinda, ap�s perder no parlamento o apoio do partido de Silvio Berlusconi, que aproveitou para lan�ar a campanha da direita para as elei��es legislativas de 2013, e nas quais dever� ser candidato mais uma vez.
Mas os especialistas n�o temem uma crise maior j� que Monti est� em fim de mandato.
Para Stefano Folli, jornalista pol�tico do Sole 24 Ore, "Berlusconi perdeu a confian�a no governo, mas n�o existe uma crise governamental expl�cita".
"Monti continua no comando, est� em fim de mandato e s� falta a ele a ado��o (definitiva) do or�amento, o que ser� feito at� o Natal por comprometimento dos partidos", explicou � AFP.
O chefe de Estado, Giorgio Napolitano, tamb�m se mostrou confiante e definiu a pequena crise como "tens�es pr�-eleitorais".
Massimo Franco, do Corriere della Sera, escreveu em uma reportagem intitulada "O mundo est� nos vendo" que uma "queda do governo significaria expor de novo o pa�s aos ataques da especula��o financeira e seria anular tudo que foi feito de positivo" no ano. "Existe o risco de perdermos a credibilidade reencontrada da It�lia", completou.
De acordo com especialistas, o golpe de Berlusconi visava tr�s objetivos: acelerar o fim da legislatura com elei��es antecipadas para o fim de fevereiro em vez de no in�cio de abril, suspender os projetos de reforma da lei eleitoral e esfriar um decreto adotado na quinta-feira pelo conselho dos ministros que prev� inelegibilidade de pol�ticos condenados em �ltima inst�ncia.
"N�o existe possibilidade de Berlusconi voltar a liderar o governo. Ele est� apenas tentando manter seu papel pol�tico com o objetivo de se defender dos processos movidos contra ele e de defender seus interesses econ�micos (seu imp�rio de m�dia Fininvest)", afirmou Folli.
Oficialmente, 'Il Cavaliere', do partido de direita PDL, ainda n�o anunciou sua sexta candidatura ao posto de Primeiro-ministro mas ele j� come�ou a cogitar essa possibilidade.
"Estou recebendo diversos pedidos de meus partid�rios para voltar ao primeiro plano", declarou em comunicado, afirmando querer salvar uma "It�lia � beira do precip�cio", que sofre com o desemprego e o aumento de impostos.
"A direita desesperada celebra o �nico ritual pag�o que conhece: o eterno retorno do 'Cavaliere'", comentou nesta sexta-feira Massimo Giannini, vice-diretor do jornal Repubblica.
De acordo com ele, 'Il Cavaliere' vai fazer uma campanha "contra impostos, contra o Imu (taxa de moradia) e contra a Europa" para tentar "recuperar pelo menos parte de seu eleitorado, perdido ap�s tantas promessas quebradas".