A crise entre o Jap�o e a China, por causa da disputa pelo controle das ilhas Senkaku, teve um novo cap�tulo nesta quinta-feira com o sobrevoo do arquip�lago por um avi�o chin�s, denunciado pelo Jap�o como a primeira viola��o de seu espa�o a�reo ap�s o agravamento do conflito territorial em setembro.
T�quio protestou contra o sobrevoo, que considerou "extremamente lament�vel" enquanto que Pequim o qualifica como "perfeitamente normal". O arquip�lago do mar da China oriental � administrado pelo Jap�o e reivindicado pelo governo chin�s.
O incidente foi revelado pelo governo japon�s que explicou que um avi�o de vigil�ncia mar�tima chin�s, um bimotor Harbin Y-12, entrou no espa�o a�reo perto da ilha de Uotsuri aproximadamente �s 11h00 locais (00h00 de Bras�lia).
Ca�as F-15 japoneses foram imediatamente mandados ao local, informou o porta-voz do governo, Osamu Fujimura, que n�o explicitou se houve incidentes entre os avi�es dos dois pa�ses.
De acordo com o jornal Asahi Shimbun, a esquadra japonesa era composta de oito ca�as.
A guarda-costeira japonesa explicou que um barco de patrulha tinha encontrado um avi�o de vigil�ncia mar�tima chin�s � "cerca de 15 km ao sul da ilha de Uotsuri".
"O Barco patrulha pediu ao avi�o que sa�sse do espa�o a�reo de nosso pa�s. A tripula��o do avi�o respondeu: "Estamos no espa�o a�reo chin�s", informou a guarda costeira.
Desde o agravamento do conflito territorial h� 3 meses, navios chin�s de vigil�ncia mar�tima e de pesca cruzam quase que diariamente as �guas territoriais das ilhas Senkaku, reivindicadas por Pequim que chamam o arquip�lago de Diaoyu.
� a primeira vez que a China envia um avi�o t�o longe. De acordo com o minist�rio japon�s de Defesa, trata-se da primeira viola��o do espa�o a�reo japon�s por um avi�o chin�s.
Desde 1958, 34 intrus�es foram identificadas por T�quio, sendo 33 por avi�es russos (ou sovi�ticos) e uma por Taiwan.
Em plena campanha eleitoral para as elei��es legislativas de domingo, o primeiro-ministro japon�s Yoshihiko Noda reagiu pedindo uma vigil�ncia especial das ilhas Senkaku, situadas a 200km a leste da costa de Taiwan, que tamb�m reivindica o arquip�lago, e a 400km a oeste da ilha de Okinawa (sul do Jap�o).
O governo chin�s afirma ter soberania no territ�rio.
"O sobrevoo das ilhas Diaoyu por avi�es de vigil�ncia mar�tima chineses � perfeitamente normal", declarou o porta-voz do minist�rio de Rela��es Exteriores, Hong Lei.
"A China pede ao Jap�o que pare com suas atividades ilegais nas �guas e no espa�o a�reo das ilhas Diaoyu", completou Hong, que repetiu que essas ilhas "fazem parte importante da China desde a antiguidade".
A rela��o entre os dois pa�ses piorou ap�s a nacionaliza��o de uma parte dessas ilhas pelo Jap�o, recompradas de um propriet�rio privado japon�s.
Manifesta��es anti-japonesas protestando a compra foram se espalharam por diversas cidades chinesas.
Mitsuyuki Kagami, professor da Universidade de Aichi e especialista em pol�tica chinesa, julgou que "a atitude mais agressiva da China pode refletir a influ�ncia do antigo dirigente chin�s Jiang Zemin sobre o novo governo de Xi Jinping".
"Em novembro, o presidente Hu Jintao declarou que a China se tornaria uma pot�ncia mar�tima", lembrou, julgando "preocupante que a China comece a enviar barcos e avi�es militares �s ilhas".
Kagami disse tamb�m que a China n�o quer uma guerra e sim "obrigar o Jap�o a sentar na mesa de negocia��es para resolver esse conflito territorial".
A excurs�o chinesa aconteceu no dia do 75º anivers�rio do massacre de Nanquim, s�mbolo de humilha��o na hist�ria da China, quando dezenas de milhares de civis e militares chineses foram mortos por tropas japonesas.