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Estado de Minas

Legado da cultura maia � maior que apenas um calend�rio apocal�ptico


postado em 17/12/2012 15:25 / atualizado em 17/12/2012 15:50

O calend�rio mais preciso e conceitualmente mais rico elaborado no mundo � apenas uma - apesar de ser a mais famosa - das contribui��es da milenar cultura maia � humanidade, segundo especialistas.


Esse calend�rio, de 18 meses de 20 dias, mais o Wayeb, os cinco dias sagrados, marca o pr�ximo solst�cio (21 de dezembro) no Ocidente e o fim de uma 'contagem longa' (de 5.200 anos), motivo de celebra��es com rituais ancestrais e tamb�m de ideias apocal�pticas.


"O calend�rio maia n�o � simplesmente uma quest�o de contar segundos, minutos e horas, e sim um modelo de como se movem os astros e como isto influi de maneira c�clica na vida humana", explicou, em entrevista � AFP, o antrop�logo guatemalteco Alvaro Pop, membro do F�rum Permanente das Na��es Unidas sobre Quest�es Ind�genas.


Mediante a observa��o e o estudo do c�u, os maias desenvolveram o conceito de que "n�o h� nada que n�o seja influenciado pelos astros, desde as mar�s at� o nascimento de meninos e meninas", afirmou.


A antrop�loga costa-riquenha Ana Cecilia Arias concorda com Pop sobre o impressionante desenvolvimento do conhecimento astron�mico dos maias.


"Desde muito tempo, desde antes de Cristo, os maias conseguiram um desenvolvimento s�cio-cultural t�o grande que puderam realizar certos c�lculos matem�ticos para determinar a �rbita de V�nus", explicou Arias.


A astronomia tamb�m serviu para os maias como ferramenta para um conhecimento mais preciso da influ�ncia dos astros sobre a vida das plantas, o que por sua vez permitiu melhorar os conhecimentos agron�micos.


Mas, al�m disso, os maias fizeram contribui��es muito significativas para a arquitetura, a matem�tica, a topografia, a arte t�xtil, a cozina, que o projetaram atrav�s dos s�culos para a atual cultura da Am�rica Central, que abarca parte do M�xico, Guatemala, Belize, Honduras e El Salvador.


Homens de milho


A arte culin�ria da Am�rica Central, caracterizada pela forte presen�a do milho, tamb�m planta suas ra�zes na cultura dos maias, que domesticaram esta planta h� 3.000 anos e a transformaram em um dos carro-chefes de sua vida.


Foram os primeiros tamb�m a cultivar o cacau, esse sedutor produto que hoje deleita paladares no mundo inteiro, e h� ind�cios de que poderiam ser os culpados pelo h�bito de mascar chiclete, goma obtida a partir da seiva de uma planta, conhecida cientificamente como Manilkara zapota, origin�ria do M�xico e Am�rica Central.


O manejo da modelagem e cor nos tecidos ind�genas guatemaltecos, admirados no mundo todo, s�o especialistas inconfund�veis dessa cultura.


"Sobretudo a cor dos tecidos constituiu a express�o de vida mais explosiva e bela que se pode encontrar no continente e no mundo", assegura Pop.


Em outros �mbitos, os maias falaram 36 l�nguas na Am�rica Central, muitas das quais ainda vivas, com uma estrutura gramatical muito desenvolvida e express�es liter�rias pr�prias.


O Popol Vuh, livro sagrado dos maias, � uma dessas importantes heran�as liter�rias, onde se reflete com clareza a vis�o de mundo e a espiritualidade desse povo.


Como fizeram as grandes culturas da humanidade, os maias desenvolveram uma escrita que temos conseguido decifrar e trav�s da qual conhecemos sua hist�ria, inscrita nas chamadas "estelas", monumentos de pedra talhada que guardam o registro de grandes acontecimentos.


Algo al�m de ru�nas


A cultura maia teve seu maior esplendor no chamado per�odo cl�ssico (250-900 D.C.) at� que entrou em uma etapa de decad�ncia no per�odo p�s-cl�ssico que se prolongou at� tr�s s�culos antes da chegada dos espanh�is na regi�o.


� indiscut�vel que muitos dos grandes monumentos arquitet�nicos da regi�o, como as igrejas coloniais, est�o impregnados do mesmo conhecimento da f�sica e da engenharia que tornaram poss�veis as grandes pir�mides constru�das pelos maias, pois muitos dos construtores eram ind�genas herdeiros de tais conhecimentos, assegura Arias.


Da �poca de gl�ria da civiliza��o maia, ficaram na atualidade os vest�gios de grandes cidades como Chich�n Itz� no M�xico, Tikal na Guatemala, Copan em Honduras e Tazumal em El Salvador, que constituem as mecas do turismo arqueol�gico regional.


Mas o fato mais importante � que foi preservada uma numerosa popula��o que, al�m de conservar a heran�a gen�tica de seus antepassados, continua guardando muito da tradi��o cultural, em contextos muito adversos, de sociedades que menosprezam seus pr�prio passado.


Hoje subjugada, discriminada, encurralada na mis�ria e depreciada em seu valor, a cultura maia continua, sem d�vida, fazendo uma contribui��o valiosa para a sociedade mesoamericana e universal, assegura Pop: "� o ensino de que a paz � a melhor forma de conviv�ncia humana".


Esta atitude pac�fica e de respeito � natureza � essencial, afirma o antrop�logo, � espiritualidade dos maias, que n�o se compara com nenhuma outra cultura pr�-hisp�nica da Am�rica.


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