Bras�lia – A Venezuela vivia ontem um clima de tens�o e expectativa. Com seu popular l�der Hugo Ch�vez rec�m-operado em Cuba, as d�vidas sobre o real estado de sa�de do mandat�rio aumentam o clima de incerteza. A festa de r�veillon programada para a noite de ontem, na Pra�a Bol�var, em Caracas, foi cancelada. As autoridades pediram que o pa�s "se una em ora��o" por Ch�vez. Na noite anterior, o vice-presidente e herdeiro pol�tico do l�der, Nicol�s Maduro, fez um pronunciamento, em rede nacional de r�dio e TV reconhecendo a piora de Ch�vez. Ele viajou a Havana no fim de semana para visitar o presidente, submetido a uma cirurgia em 11 de dezembro para tratamento de um c�ncer.
O jornalista venezuelano Nelson Bocaranda, conhecido por divulgar informa��es n�o autorizadas sobre a sa�de do presidente, afirmou ontem, em sua coluna, que o an�ncio de Maduro foi o come�o da prepara��o do governo para "qualquer m� noticia que possa dizer respeito � vida do mandat�rio". De acordo com Bocaranda, a not�cia da morte de Ch�vez seria iminente.
Ao lado de Rosa Virginia, uma das filhas de Ch�vez, Maduro garantiu, na noite de domingo, ter se reunido com o presidente momentos antes, e que ele pr�prio teria lhe informado sobre as complica��es p�s-cir�rgicas. Ele afirmou que a condi��o de Ch�vez ainda � "delicada", um termo que usou desde o dia ap�s a cirurgia, quando alertou que os venezuelanos deveriam se preparar para tempos dif�ceis e pediu que rezassem pelo presidente.
Conta-gotas O governo n�o fornece muitos detalhes sobre a localiza��o ou o est�gio do tumor, mas especula-se que seja na regi�o p�lvica. Comunicados oficiais informaram que Ch�vez j� havia sofrido um sangramento inesperado e que os m�dicos tiveram de tratar uma infec��o respirat�ria. "H� alguns minutos estivemos com o presidente Ch�vez. Ele nos cumprimentou e ele pr�prio falou sobre essas complica��es", declarou Maduro, no pronunciamento transmitido tamb�m pela internet. "Gra�as � sua for�a f�sica e espiritual, o comandante Ch�vez est� enfrentando essa situa��o dif�cil."
O governo se manifestou depois de v�rios dias de especula��es e boatos nas redes sociais sobre a sa�de do l�der bolivariano, que dever� tomar posse em 10 de janeiro. Alguns sites de not�cias da Am�rica Latina, como o CNN Plus Costa Rica, chegaram a afirmar que Ch�vez j� teria morrido.
A ren�ncia de Ch�vez por motivos m�dicos, ou sua morte, mudaria a pol�tica na Venezuela, onde sua marca registrada de socialismo financiado pelo petr�leo o fez um her�i entre os mais pobres, mas um p�ria para cr�ticos que o chamam de ditador. Seu estado de sa�de est� sendo observado de perto por toda a Am�rica Latina, especialmente pelas na��es comandadas por governos de esquerda, como Cuba e Bol�via, que dependem das exporta��es de combust�vel subsidiadas e outras ajudas da Venezuela para alimentar suas fr�geis economias. Aliados de Ch�vez discutiram abertamente sobre a possibilidade de que ele n�o retorne � Venezuela para ser empossado em seu terceiro mandato de seis anos como presidente, em 10 de janeiro.