Bras�lia – O mist�rio em rela��o � sa�de do presidente venezuelano, Hugo Ch�vez, ganhou for�a ontem, com a chegada a Havana de Ad�n Ch�vez, o irm�o mais velho, e de Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional. A senadora e primeira-dama do Uruguai, Luc�a Topolansky, afirmou ao portal UNoticias que o estado de Ch�vez � "muito delicado e bastante imprevis�vel". As informa��es teriam sido repassadas a ela por Julio Chirino, embaixador da Venezuela em Montevid�u, e por Ariel Bergamino, representante uruguaio na ilha socialista. Segundo Lucia, seu marido pretendia visitar o colega, mas foi aconselhado a n�o viajar, porque "n�o existe possibilidade de v�-lo". Com o governo da Venezuela praticamente ac�falo, a oposi��o intensificou a press�o sobre os chavistas e prop�s a substitui��o tempor�ria de Ch�vez, que trava uma batalha contra o c�ncer.
"Nossa proposta n�o implica uma troca de presidente, mas sua substitui��o tempor�ria, como determina a Constitui��o, de modo que o pa�s tenha continuidade", defendeu Ram�n Guillermo Aveledo, secret�rio-executivo da Mesa de Unidade Democr�tica (MUD), citado pelo jornal venezuelano El Nacional. Ao assegurar que a oposi��o n�o pretende assaltar o poder, Aveledo alertou que a tens�o no governo tem causado uma distor��o. "Na tarefa de demonstrar quem seria o melhor sucessor, est�o se esquecendo do fato de que este � um pa�s muito maior do que o pequeno c�rculo de poder", declarou, referindo-se ao vice-presidente Nicol�s Maduro, que adiou o retorno � Venezuela e decidiu permanecer em Havana por tempo indeterminado.
O prefeito de Caracas, Ant�nio Ledezma, defende a cria��o de uma comitiva especial – formada por parlamentares, governadores e por ele pr�prio – para visitar o hospital Cimeq, em Havana, e verificar a condi��o cl�nica de Ch�vez. "N�o estou pedindo permiss�o para ir a Cuba. Creio que temos direito de ir at� l� e ver o que se passa. (…) J� basta de mist�rios. A Venezuela n�o � uma col�nia de Cuba", criticou.
O m�dico venezuelano Jos� Rafael Marquina garantiu em entrevista que Ch�vez segue em estado cr�tico e irrevers�vel, mantido vivo com a ajuda de aparelhos. O jornalista Nelson Bocaranda, colunista do di�rio El Universal, avalizou a vers�o de Marquina e explicou que Ad�n Ch�vez foi chamado � ilha por Rosa Virginia e por Rosin�s, filhas do presidente, para ajudar a decidir sobre o desligamento das m�quinas. Segundo ele, Ch�vez n�o responde a qualquer tratamento.
Sob a condi��o de anonimato, uma fonte diplom�tica venezuelana classificou de "rumores" as informa��es difundidas por Bocaranda e por Maquina. Ela contou que Ch�vez apresenta problemas respirat�rios, mas est� consciente. "O estado de sa�de do presidente � delicado e requer cuidado, pois qualquer descuido pode torn�-lo cr�tico", explicou. De acordo com a mesma fonte, Cabello, Maduro e a c�pula chavista debatem em Havana se apresentam o pedido de aus�ncia tempor�ria de Ch�vez. "Isso daria ao presidente 90 dias para ver se ele se recupera. Existe a possibilidade de ele ser conservado como uma esp�cie de mentor pol�tico. A Assembleia Nacional decretaria a falta absoluta de Ch�vez e ele funcionaria como um assessor e um s�mbolo, assim como Fidel Castro", comentou. "� prefer�vel um Ch�vez vivo e apoiando o governo a um Ch�vez exercendo o poder e se desgastando com a reapari��o do c�ncer." Marquina reagiu ao "desmentido" com a seguinte frase: "Diplomatas sabem de diplomacia, mas n�o de medicina".