
Dezenas de milhares de chavistas participaram de uma passeata nesta quarta-feira em Caracas para lembrar o 55º anivers�rio do fim da �ltima ditadura na Venezuela, enquanto o vice-presidente Nicol�s Maduro, que anunciou uma nova viagem a Cuba para visitar Hugo Ch�vez, amea�ou agir com "m�o de ferro" frente a uma suposta conspira��o contra seu governo.
Em meio a tens�es crescentes entre governo e oposi��o pela aus�ncia do presidente Ch�vez, hospitalizado em Cuba h� um m�s e meio para tratar um c�ncer, Maduro denunciou supostos planos de ataque contra ele e contra o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello.
Para evitar confrontos, a oposi��o se limitou a realizar um pequeno ato em um est�dio fechado, depois de cancelar uma marcha convocada por seus legisladores para protestar contra uma decis�o do Tribunal Supremo de Justi�a, que manteve o governo Ch�vez em suas fun��es, apesar de este n�o ter tomado posse para seu terceiro mandato em 10 de janeiro.
"J� estamos h� algumas semanas monitorando grupos que se infiltraram no pa�s e t�m como objetivo atentar contra a vida do companheiro Diosdado Cabello e contra a minha vida", denunciou Maduro na grande concentra��o com a qual o chavismo encerrou suas manifesta��es desta quarta.
"Por isso, disseram que estamos lutando, porque a jogada macabra e criminosa � tentar atentar contra a vida de qualquer um de n�s e depois tentar culpar um e outro", acrescentou.
O vice-presidente, designado por Ch�vez como seu herdeiro pol�tico caso este n�o pudesse assumir seu novo mandato presidencial e tivesse que convocar elei��es, garantiu que o governo responder� "com m�o de ferro".
"Aquele que errar tem que ir preso, aquele que violar a Constitui��o e a paz deste pa�s tem que ir preso (...) M�o de ferro contra a conspira��o da direita", clamou.
Maduro anunciou que viajar� nesta mesma quarta-feira a Cuba junto com o ministro do Petr�leo, Rafael Ram�rez, para acompanhar Ch�vez, que se prepara para uma nova etapa do tratamento, depois de ter ficado em estado grave com um quadro de insufici�ncia respirat�ria.
Esta ser� a terceira vez que o vice-presidente visita Ch�vez em Havana, depois de sua cirurgia de 11 de dezembro.
Audrey Ram�rez, funcion�ria do banco estatal, de 43 anos, disse � AFP que "o objetivo (da manifesta��o) � mostrar o compromisso do povo com o presidente Ch�vez para apoi�-lo onde estiver, como estiver e para que se saiba no mundo que esta semente que ele plantou segue e seguir� como for".
Vindos de diferentes bairros de Caracas e de v�rias cidades do pa�s, dezenas de milhares de manifestantes tomaram as ruas do centro e do oeste da capital com bandeiras vermelhas, crucifixos e imagens de Ch�vez e do l�der hist�rico Sim�n Bol�var.
Enquanto isso, mais de 3.000 opositores -segundo estimativas da AFP- convocados pela Mesa da Unidade Democr�tica se concentraram ao meio-dia em um gin�sio polidesportivo do leste de Caracas.
Seu secret�rio executivo, Ram�n Guillermo Aveledo, fez um discurso em que elogiou "o esp�rito do 23 de janeiro", data da queda da ditadura do general Marcos P�rez Jim�nez, e pediu uma oposi��o unida.
"Lutamos e lutaremos para restabelecer a vig�ncia da Constitui��o", afirmou o l�der opositor, que chamou o atual governo de "regime pol�tico de voca��o autorit�ria".
Diante da impossibilidade de Ch�vez estar presente em Caracas para a sua posse no dia 10 de janeiro, o Tribunal Supremo decidiu que poderia assumir seu novo mandato em uma data posterior, ainda a definir, e manteve seu governo em suas fun��es seguindo o princ�pio da continuidade administrativa.
Essa decis�o, embora acatada, foi duramente criticada pela oposi��o.
Henrique Capriles, governador do estado de Miranda (norte) derrotado por Ch�vez nas elei��es presidenciais de 7 de outubro, reiterou nesta quarta que a oposi��o n�o tem "nada a tirar do confronto".
"N�o queremos um caminho de confronta��o ou de viol�ncia, e sim um caminho de paz", disse Capriles aos jornalistas ap�s o t�rmino do ato.
Ch�vez, de 58 anos, sofre de um c�ncer desde meados de 2011 e foi submetido a quatro cirurgias e a v�rias sess�es de quimioterapia e radioterapia.
Desde sua �ltima opera��o, em 11 de dezembro em Havana, o mandat�rio n�o aparece em p�blico.