Papa critica interpreta��o sobre Conc�lio Vaticano II

Na manh� desta quinta-feira, o papa falou durante 45 minutos, de improviso, a respeito do Conselho Vaticano II, realizado no in�cio da d�cada de 1960. Ele responsabilizou a m�dia pelo que chamou de interpreta��o distorcida das reuni�es da igreja na �poca, que resultaram em muitas das "calamidades" que afligem a igreja cat�lica nos dias atuais. Foi o segundo dia seguido que Bento XVI fez declara��es bem diretas a seu sucessor e aos cardeais que o eleger�o a respeito da dire��o que a igreja deve tomar quando ele n�o estiver mais no poder.

Embora suas declara��es de despedida na quarta-feira tenham sido agridoces, o papa foi mais combativo nesta quinta-feira, ao se dirigir a uma plateia de milhares de sacerdotes. Bento XVI era um jovem te�logo durante o Conc�lio Vaticano II, realizado entre 1962 e 1965, que trouxe a igreja cat�lica para o mundo moderno, com documentos importantes sobre as rela��es da igreja com outras religi�es, seu lugar no mundo e sua liturgia. O papa passou a maior parte de seus oito anos no cargo tentando corrigir o que considera uma interpreta��o incorreta do conc�lio. Ele afirma que n�o se tratou de uma ruptura revolucion�ria com o passado, como consideram os cat�licos liberais, mas uma renova��o e o despertar para as melhores tradi��es da igreja antiga. Ele destacou este ponto nesta quinta-feira, dizendo que mat�rias mal feitas a respeito das delibera��es reduziram o trabalho a "lutas sobre poder pol�tico entre as v�rias correntes da igreja". Segundo o pont�fice, como a interpreta��o da m�dia foi dominante e "acess�vel a todos", o resultado foi que elas alimentaram a compreens�o popular sobre o conselho. Segundo o papa, isso se seguiu a "muitas calamidades, tantos problemas, a v�rios tormentos. Semin�rios fecharam, conventos fecharam, a liturgia foi banalizada". No que deve ser uma de suas �ltimas declara��es como papa, Bento XVI disse esperar que "o verdadeiro conselho" seja um dia compreendido. "Nossa fun��o neste 'ano da f�' � trabalhar para que o verdadeiro conselho, com a for�a do Esp�rito Santo, seja realmente compreendida e que a igreja seja realmente renovada".