Um atentado � bomba contra a comunidade xiita deixou pelo menos 47 mortos e 200 feridos neste s�bado no sudoeste do Paquist�o, segundo um novo boletim fornecido pela pol�cia. A bomba, que foi acionada � dist�ncia, explodiu na cidade de Hazara, onde os xiitas s�o maioria, perto de Quetta, a capital da prov�ncia do Baluchist�o, informaram diversas fontes.
"Pelo menos 47 pessoas foram mortas e cerca de 200 ficaram feridas, mas esses n�meros devem crescer. Foi uma bomba detonada por controle remoto", declarou � AFP Wazir Khan Nasir, funcion�rio de alto escal�o da pol�cia local, enfatizando que "o alvo deste atentado era a comunidade xiita".
O secret�rio encarregado dos assuntos internos da regi�o, Akbar Hussain Durrani, informou � AFP que mulheres e crian�as estavam entre as v�timas.
Os epis�dios de viol�ncia contra a minoria xiita, julgada her�tica por alguns grupos sunitas extremistas, se multiplicaram nos �ltimos anos no Paquist�o, principalmente no Baluchist�o, que faz fronteira com o Ir� e o Afeganist�o. Em 10 de janeiro, um duplo atentado suicida num clube de bilhar em Quetta causou a morte de 92 xiitas, o ataque mais mort�fero contra esta minoria no Paquist�o, pa�s de maioria sunita e onde um quinto dos 180 milh�es de habitantes � xiita.
De acordo com a organiza��o de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW), mais de 400 xiitas foram mortos no Paquist�o em 2012, ano mais sangrento para esta comunidade na hist�ria do pa�s. Ap�s o atentado de 10 de janeiro, a HRW denunciou "a covardia e a indiferen�a das autoridades", inclusive do ex�rcito e dos servi�os de seguran�a, diante destes "massacres a sangue frio".
Alguns observadores estimam que estes epis�dios de viol�ncia sect�ria s�o apoiados por pa�ses como a Ar�bia Saudita (sunita) e o Ir� (xiita), exportando assim suas rivalidades religiosas ao Paquist�o. Al�m da viol�ncia religiosa, uma insurrei��o explodiu em 2004 no Baluchist�o para exigir a autonomia pol�tica e uma melhor divis�o das receitas provenientes da explora��o dos recursos naturais da regi�o.