Eram muitas as especula��es nesta segunda-feira em Roma sobre os candidatos favoritos para substituir Bento XVI, que se retirou no Vaticano para os tradicionais "exerc�cios espirituais" da Quaresma, uma semana ap�s o an�ncio hist�rico de sua ren�ncia.
Entre os prov�veis "papabili" (favoritos), alguns nomes se repetem: o cardeal canadense Marc Ouellet, muito ligado ao Papa, o arcebispo de Mil�o Angelo Scola, o gan�s Peter Turkson, o cardeal Christoph Sch�nborn, de Viena, e o arcebispo de S�o Paulo, Odilo Pedro Scherer.
Em 2005, Joseph Ratzinger, ent�o bra�o-direito de Jo�o Paulo II, tinha sido capaz de reunir as v�rias correntes, impondo-se por seu peso e incorporando a continuidade, mesmo sem desejar ser Papa.
Mas, desta vez, "n�o h� nenhum claro favorito", considerou o vaticanista americano John Allen, do National Catholic Reporter. Segundo ele, o cardeal Ouellet "� uma fotoc�pia de Ratzinger", te�logo brilhante, espiritual, simples, mas t�mido e pouco midi�tico.
No entanto, o Col�gio dos Cardeais, metade formado por Bento XVI e a outra por seu antecessor, Jo�o Paulo II, pode optar, segundo ele, por um cl�rigo com "um perfil p�blico atraente", no momento em que a prioridade absoluta � a "nova evangeliza��o".
O pr�ximo Papa precisar� ter "uma mente aberta", com "a capacidade de aceitar e compreender as diferentes culturas", explicou o cardeal de Paris, Andr� Vingt-Trois, ao jornal La Stampa.
A imprensa italiana acredita que o secret�rio de Estado, Tarcisio Bertone, pode defender a escolha de Gianfranco Ravasi, o "ministro" da Cultura, para o posto. O prelado italiano, um dos mais brilhantes da C�ria, � um homem caloroso e midi�tico, mas considerado por alguns muito intelectual.
Uma antecipa��o da data do Conclave para em torno de 10 de mar�o � agora uma hip�tese plaus�vel, pois os cardeais, presentes em Roma em 28 de fevereiro para saudar o Papa, v�o ter tempo de sobra para se reunir.
Bento XVI deve renunciar dentro de dez dias exatamente. Ele n�o ser� visto at� o pr�ximo e �ltimo Angelus de domingo na Pra�a S�o Pedro
Ele se retirou com a C�ria para "exerc�cios espirituais" da Quaresma: um "o�sis" para ele, depois dos dias tumultuados seguidos ao an�ncio de sua ren�ncia, explicou Ravasi, que dirige estas medita��es.
Na capela "Redemptoris Mater", 17 sess�es de reflex�es do cardeal Ravasi v�o ocupar este tempo dedicado tradicionalmente � ora��o e exame de consci�ncia neste per�odo de prepara��o para a P�scoa, em 31 de mar�o.
Em sua primeira medita��o, este prelado italiano denunciou "os rumores que continuamente atacaram nossos ouvidos nos �ltimos dias". Ele considerou que o pr�ximo papel de Bento XVI ser� o de "intercess�o" para a Igreja, de seu mosteiro em uma colina no Vaticano.
Ele comparou a situa��o com Mois�s idoso orando no monte pelo povo de Israel. Talvez, de vez em quando, "um de n�s pode imitar Josu� e Hour (dois pr�ximos de Mois�s) que escalavam a montanha para apoiar os bra�os de Mois�s em ora��o", afirmou o cardeal, referindo-se uma famosa passagem do Livro de �xodo.
A C�ria ainda est� surpresa, e nem todos digeriram devidamente esta mudan�a no equil�brio da Igreja. Alguns defendem que um Papa n�o pode renunciar, segundo os observadores.
Quinta-feira, citando a sua futura aposentadoria em um mosteiro no Vaticano, Bento XVI disse que "iria se esconder do resto do mundo".
De acordo com seu porta-voz Federico Lombardi, o Papa pretende dedicar-se � ora��o e escrita, e n�o vai interferir na a��o de seu sucessor.
Mas apenas o fato de Bento XVI, depois de dois meses na resid�ncia de Castel Gandolfo, acomode-se em um convento especialmente montado dentro do pequeno Estado ter� uma influ�ncia psicol�gica sobre a C�ria.
Al�m disso, seu secret�rio pessoal Georg G�nswein, que se mudar� com ele para o mosteiro, deve permanecer o prefeito da Casa Pontif�cia.