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Estado de Minas

Modelos: musas, v�timas ou c�mplices da ind�stria da moda?


postado em 19/02/2013 17:01

Em plena temporada de desfiles, que chamam a aten��o de todo o mundo, uma exposi��o em Paris tem como personagem principal as modelos, mostrando o alto custo pago por algumas das musas dos sonhos de muita gente.

As modelos "sofrem as imposi��es da moda e ao mesmo tempo ajudam a impor normas de beleza que muitas vezes custam seu pr�prio corpo", disse Silvie L�callier, curadora da mostra "Modelos, o corpo da moda",

A exibi��o, que acontece at� 19 de maio na Cidade da Moda e do Design, nas margens do Rio Sena, gira em torno do corpo da modelo e de qual tem sido seu papel na milion�ria ind�stria da moda.

Atrav�s de fotografias, revistas, cartazes e filmes dos arquivos do museu Galliera (museu da moda parisiense), a exibi��o tamb�m mostra como a moda imp�s, atrav�s de seus modelos, o culto da juventude e os c�nones da beleza do s�culo XIX at� agora.

Em 1905, por exemplo, "a cintura deve ser marcada, o peito baixo, as n�degas empinadas para tr�s. Mas nos anos 1960 j� n�o h� quadris, nem seios, nem cintura", explica L�callier em frente a uma foto da modelo brit�nica Twiggy, a primeira topmodel internacional.

A especialista lembra que no in�cio, antes de ser apresentada por modelos de alto n�vel extremamente magras e jovens - o que acontece muitas vezes hoje em dia com as estrelas no tapete vermelho - as cria��es de moda eram exibidas por manequins fabricados em madeira, vime ou cera.

Foi somente no s�culo XX que as vestimentas foram apresentadas por modelos profissionais que, "como viviam de seu corpo e podiam ser tocadas e apalpadas, eram consideradas prostitutas", disse.

A curadora lembrou que foi somente em meados da d�cada de 1920 que se estabeleceu na moda a norma de magreza e altura, quando o estilista Jean Patou trouxe dos Estados Unidos modelos norte-americanas para apresentar suas cole��es.

Patou "buscava mulheres jovens, altas, magras, sem quadris e com tornozelos finos", disse L�callier, explicando porque as modelos est�o "n�o s� no centro do mundo e da ind�stria da moda, mas tamb�m da representa��o da mulher".

"A partir da d�cada de 1960, as modelos eram cada vez mais jovens e a juventude passou a ser um dos atributos vinculados � moda", destacou.

A moda tamb�m deixa cicatrizes nos corpos das modelos: a foto de Kristen McMenamy, que posa com os seios desnudos para Juergen Teller, � o testemunho disso.

Entre os seios da modelo americana est� escrito "Versace", e seu corpo adolescente mostra uma cicatriz deixada por um z�per que agarrou em sua pele quando se vestia apressadamente em um desfile.

"� uma foto que data de 1996 e que provocou um esc�ndalo no momento em que foi publicada porque d� uma representa��o que parece negativa da modelo", disse a curadora.

"Esta imagem revela um corpo de mulher verdadeiramente marcado pela moda. E fala do status da modelo, do corpo da manequim � disposi��o das marcas. Um corpo que quase se vende, porque est� diretamente marcado na pele".

N�o podia faltar nesta exposi��o uma foto de Kate Moss, feita quando a modelo tinha 15 anos em uma praia, e que 23 anos depois continua como um �cone.

A imagem de Moss, que mostra seu corpo adolescente e tra�os irregulares, "n�o corresponde aos c�nones da beleza" dos anos 1990, quando triunfavam as modelos sofisticadas. Essa foto "marcou um hiato na hist�ria da moda", disse L�callier.

Para o diretor do museu Galliera, uma das imagens mais intrigantes desta mostra - a primeira consagrada pelo museu �s modelos - � a da modelo espanhola Violetta S�nchez, �cone da moda nos anos 1980, feita por Helmut Newton.

Violetta, musa tamb�m de Thierry Mugler, Yves Saint Laurent e Moschino, posa reclinada, na mesma posi��o de sua c�pia fabricada em pl�stico. "N�o se sabe qual delas � a real e qual � a falsa", disse.

O Museu Galliera, que est� em reformas, vai abrir suas portas em setembro com uma exposi��o dedicada ao estilista Azzedine Alaia.


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