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Estado de Minas

Papa apresentar� relat�rio sobre rede de sexo e corrup��o aos cardeais do conclave


postado em 23/02/2013 07:13 / atualizado em 23/02/2013 08:44

(foto: AFP PHOTO / FILIPPO MONTEFORTE )
(foto: AFP PHOTO / FILIPPO MONTEFORTE )
Bras�lia – Antes de abandonar o trono de S�o Pedro, deixando-o vacante at� o fim do conclave, o papa Bento XVI pretende se reunir com os 116 cardeais que eleger�o seu sucessor para expor as conclus�es do inqu�rito sobre o esc�ndalo Vatileaks. O documento de 300 p�ginas – dividido em dois cap�tulos e escrito pelos cardeais Julian Herranz, Jozef Tomko e Salvatore De Giorgi – traria revela��es bomb�sticas sobre a c�ria romana, que incluiriam uma rede de agenciamento de encontros homossexuais, al�m da exist�ncia de grupos de press�o especializados em montar e desmontar carreiras dentro da Santa S� e em desviar recursos multimilion�rios do Banco do Vaticano para usufruto pr�prio. Seria o �ltimo gesto de um pont�fice acusado pelas v�timas de pedofilia na Igreja Cat�lica de adotar o corporativismo e de n�o punir os sacerdotes suspeitos de agress�o sexual contra crian�as e adolescentes. Na edi��o de quinta-feira, o jornal La Repubblica denunciou que Bento XVI decidiu renunciar depois de tomar conhecimento do dossi�.

O jornal La Stampa e a revista Panomara trouxeram mais detalhes do novo esc�ndalo, que ofusca o conclave. Os ve�culos revelaram que o documento cardinal�cio ser� decisivo para a elei��o do sucessor de Bento XVI. E sustentaram que, ap�s ser informado por v�rias ocasi�es sobre o andamento das investiga��es, o papa se convenceu da necessidade de outro l�der cat�lico – mais jovem, forte e en�rgico – fazer o trabalho de "limpeza" na institui��o. Citado pelo jornal espanhol El Pa�s, o cardeal Herranz comparou o dossi� a uma bolha criada na C�ria, que explodiu sozinha.

Em entrevista por e-mail, o padre e te�logo italiano Ariel Stefano Levi di Gualdo contou que foi o primeiro a tomar conhecimento do "poderoso" lobby gay dentro do Vaticano – tema abordado em seu livro E Satana si fece Trino (Ed. Bonanno, 2011). "O lobby gay eclesi�stico na indica��o de dignat�rios da c�ria romana e de bispos e diplomatas � muito forte. N�o creio que ele tenha sido a raz�o para a ren�ncia do santo padre, mas creio que ajudou a levar Bento XVI a admitir que, por sua idade avan�ada, n�o teria for�a suficiente para lidar com uma situa��o que precisa ser corrigida o mais r�pido poss�vel", declarou. Questionado sobre o teor do relat�rio que ser� exposto aos cardeais, di Gualdo criticou o "esp�rito escandaloso" do jornal La Repubblica. "Como homem de f�, eu acredito na exist�ncia do mist�rio do mal. Eu acredito que Sat� invadiu a Igreja. Como seus pecados favoritos s�o a vaidade e a lux�ria pelo poder, n�o � de surpreender que o uso deles engane muitos homens da Igreja, por meio do sexo e do dinheiro", acrescentou.

(foto: AFP PHOTO / FILIPPO MONTEFORTE )
(foto: AFP PHOTO / FILIPPO MONTEFORTE )
ABUSOS

Para o padre di Gualdo, o papa Bento XVI foi tra�do pelo Vaticano, tal qual Jesus Cristo por Judas Iscariotes. "Por oito anos, ele viveu em uma leg�tima toca de v�boras. E., assim como Jesus, o santo padre foi for�ado a carregar a cruz sozinho", afirmou. O holand�s Janne Geraets, de 59 anos, disse � reportagem ter conhecimento, por meio de um funcion�rio do Vaticano, que a rede gay na Santa S� � um importante meio de os padres ascenderem de posi��o na hierarquia da Igreja. "Alguns desses religiosos dizem que, no mundo secular, a mulher usa isso (sexo) para galgar uma posi��o melhor. No Vaticano, � algo importante entre os homens", admitiu o ativista, que h� 48 anos sofreu repetidos abusos sexuais de um padre no monast�rio Don Rua, em Heerenberg (leste da Holanda).

Geraets condena o pontificado de Bento XVI – e a estrutura da Santa S� – pela prote��o aos sacerdotes ped�filos. "Os cl�rigos t�m grande influ�ncia na pol�tica de muitos pa�ses. A Igreja n�o quer perd�-la", comentou. "Bento XVI basicamente protegeu todos os padres predadores, ao recusar a agir contra bispos e cardeais que guarnecem os abusadores e ao remov�-los de arquidiocese, para evitar processo", critica o tamb�m ativista americano David Clohessy, de 55 anos. "Nenhum bispo foi punido pelo papa por n�o seguir as regras que ele determinou (para lidar com o esc�ndalo). Isso permitiu �s autoridades continuarem a proteger os predadores, e n�o as crian�as, por saberem que n�o seriam punidos." Clohessy tamb�m foi v�tima de viol�ncia sexual repetida dos 12 aos 16 anos. "Fui sexualmente abusado, v�rias vezes, sempre em viagens fora da cidade e tarde da noite, pelo padre John Whiteley. Reportei o caso ao bispo da minha diocese, em Jefferson City (Missouri). O padre foi suspenso, mas jamais removido do minist�rio", disse.

 


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