(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Papa encerra suas apari��es p�blicas como chefe da Igreja


postado em 25/02/2013 06:00 / atualizado em 25/02/2013 08:13

Vaticano – O papa Bento XVI anunciou ontem em sua �ltima ora��o do Angelus que se dedicar� � reza e � medita��o, depois de sua hist�rica ren�ncia, o que n�o significa que abandonar� a Igreja, advertiu com a voz emocionada. “Neste momento de minha vida sinto que a palavra de Deus est� dirigida a mim. O Senhor me chama a subir ao monte, a dedicar-me ainda mais � ora��o e � medita��o”, disse um emocionado pont�fice diante de 100 mil pessoas, sob um c�u carregado de nuvens escuras, que o interromperam v�rias vezes com aplausos e gritos de “obrigado”.

“Se Deus me pede isso � justamente para que possa continuar servindo � Igreja com a mesma dedica��o e amor com o qual tenho feito at� agora, mas de uma maneira mais adequada a minha idade e a minhas for�as”, explicou o papa alem�o, que em abril completar� 86 anos. Ele deixar� o pontificado no dia 28, num gesto in�dito na hist�ria recente da Igreja, recebeu o carinho da multid�o reunida na pra�a, que exibia cartazes e faixas, incluindo uma escrita em italiano: “Querido papa, vai fazer falta”.

O Angelus foi pronunciado da sacada de seu aposento privado no pal�cio apost�lico, como � comum nos meses de ver�o, pois no inverno costuma acontecer na Sala Paulo VI, que tem capacidade para 10 mil pessoas. Segundo o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, mais de 100 mil pessoas compareceram � Pra�a de S�o Pedro, nada compar�vel com a multid�o que assistia Jo�o Paulo II nos meses anteriores a sua morte, em abril de 2005.

Como � habitual durante a sauda��o dominical, o papa falou em v�rios idiomas para agradecer os peregrinos, incluindo em portugu�s. “Estaremos sempre perto”, concluiu o pont�fice. Improvisando, o papa brincou a respeito do clima e disse que “apareceu o sol” em Roma, ao contr�rio das previs�es de chuva do servi�o de meteorologia italiano.

Ontem, o papa tamb�m enviou um de seus �ltimos tu�tes. “Neste momento particular, pe�o que orem por mim e pela Igreja, confio como sempre na provid�ncia de Deus”, escreveu. Centenas de volunt�rios ajudaram os peregrinos e turistas que compareceram � audi�ncia hist�rica, que tamb�m coincidiu com um dia de elei��es legislativas vitais na It�lia. Na quarta-feira, 27 de fevereiro, o pont�fice presidir� a �ltima audi�ncia geral, que tamb�m acontecer� na Pra�a de S�o Pedro, um dia antes da formaliza��o de sua ren�ncia. Bento XVI partir� em 28 de fevereiro de helic�ptero para Castelgandolfo, a 30km de Roma, �s 17h e �s 20h (16h de Bras�lia) a ren�ncia ao papado ser� efetiva, explicou Lombardi.

AGENDA

Todos os atos do papa previstos para depois de 28 de fevereiro foram anulados. Segundo fontes religiosas, ele perder� a sotaina branca mas conservar� o t�tulo de Sua Santidade Bento XVI. Seu anel ser� destru�do e deixar� de ser infal�vel, o dom que a Igreja reserva apenas aos papas no campo dos dogmas. Mas a despedida est� sendo acidentada. Nos �ltimos dias, a imprensa italiana divulgou esc�ndalos e comportamentos pouco �ticos na C�ria Romana que abalaram os quase oito anos de pontificado de Bento XVI.
 Segundo o jornal La Repubblica e a revista Panorama, o papa decidiu renunciar depois de receber um relat�rio secreto de 300 p�ginas, elaborado por tr�s cardeais veteranos e considerados inatac�veis. No documento, eles descreve lutas internas pelo poder e o dinheiro, assim como o sistema de chantagens internas baseadas nas fraquezas sexuais, o chamado lobby gay do Vaticano. Ao contr�rio do habitual, o Vaticano reagiu no s�bado com firmeza e criticou as “informa��es falsas”, “boatos” e “cal�nias” publicadas pela imprensa. Segundo a imprensa, o relat�rio foi entregue ao papa em dezembro e havia sido encomendado pelo chefe da Igreja Cat�lica ap�s a explos�o do esc�ndalo Vatileaks, o vazamento de cartas e documentos confidenciais do pont�fice e que levou � condena��o do mordomo de Bento XVI, que acabou perdoado posteriormente pelo pont�fice alem�o.

Antecipa��o do conclave

O papa Bento XVI publicar� hoje um Motu proprio com a defini��o de alguns pontos da Constitui��o Apost�lica e a antecipa��o do conclave que vai eleger o seu sucessor. Foi o que publicou o jornal italiano La Stampa, na edi��o on-line de ontem. Quando o chefe da Igreja Cat�lica renuncia a sua fun��o ou morre, seu sucessor � eleito pelos cardeais reunidos em conclave na Capela Sistina, onde ficam isolados do mundo exterior. Cinco cardeais brasileiros dever�o participar do conclave que se reunir� para eleger o sucessor do papa Bento XVI.

Segundo a �ltima lista do Vaticano, h� um total de 116 cardeais aptos a votar no conclave. Para poder partipar da escolha do papa, o cardeal precisa ter menos de 80 anos. O Brasil tem nove integrantes no Col�gio Cardinal�cio do Vaticano, mas quatro deles j� ultrapassaram a idade limite. Aqueles que leram o documento, segundo o peri�dico, falam de um texto n�o muito extenso. “S�o uma d�zia de linhas que tratam, entre outras coisas – e acima de tudo – de um problema premente: a data do conclave e a possibilidade de os cardeais anteciparem o tempo usual.”

A lei publicada por Jo�o Paulo II determina que a elei��o deve ser feitas n�o antes de 15 dias do momento em que o cargo � vago para que todos os cardeais, mesmo aqueles que vivem em locais mais distantes, tenham tempo para chegar a Roma. Mas o documento, segundo o secret�rio do Pontif�cio Conselho para Interpreta��o dos Textos Legislativos, Ignacio Arrieta, foi escrito especialmente para casos de morte. A data de in�cio do conclave, como apontou La Stampa, ser� decidida pelos cardeais que se reunir�o na Congrega��o Geral, provavelmente a partir de 1º de mar�o. A previs�o do peri�dico italiano � de que a elei��o do novo papa tenha in�cio entre os dias 9 e 11 de mar�o.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)