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Estado de Minas

Cardeais come�am reuni�es sob sigilo; brasileiro ganha for�a para ser papa


postado em 05/03/2013 00:12 / atualizado em 05/03/2013 06:54

Renata Tranches e
Diego Amorim, enviado especial



Bras�lia e Cidade do Vaticano – Os profundos dilemas no seio da Igreja Cat�lica, expostos para o mundo com a ren�ncia de Bento XVI, deram o tom da primeira reuni�o preparat�ria do conclave que escolher� o novo l�der da Santa S�. Dos 115 cardeais com direito a voto, 103 estavam ontem em Roma para as Congrega��es Gerais. Mas, ao fim do primeiro dia de encontro, a data para o conclave n�o havia sido fixada. Os religiosos exerceram forte press�o para que seja aberto a eles o relat�rio entregue no fim do ano passado a Bento XVI, tratando do teor de documentos sigilosos sobre esc�ndalos e intrigas na alta c�pula do Vaticano – o caso batizado de Vatileaks. Esse relat�rio, elaborado por tr�s cardeais, teria um dos motivos da ren�ncia do agora papa em�rito, segundo vers�es da imprensa.

A despeito do sil�ncio que se fecha em torno dos cardeais, continuam ganhando for�a as especula��es sobre os “pap�veis”, em um contexto no qual se imp�e cada vez mais o exame das origens e capacidades de cada um para lidar com os desafios que a Igreja ter� de enfrentar. No fim de semana, o nome de dom Odilo Scherer, arcebispo de S�o Paulo, passou a figurar entre as principais apostas da imprensa estrangeira. Ele aparece em todas as listas, algumas das quais incluem outros nomes de brasileiros, representantes do maior pa�s cat�lico do mundo. Os cardeais italianos, favoritos nos primeiros dias ap�s a ren�ncia, come�am a perder for�a. Embora formem a nacionalidade mais numerosa no Col�gio Cardinal�cio (28, entre os 115 eleitores), eles parecem muito associados �s den�ncias de corrup��o e carreirismo na C�ria Romana.

As duas primeiras rodadas de reuni�es foram realizadas na Sala Nova do S�nodo, uma pela manh� e outra � tarde. Segundo a Santa S�, continuar�o sendo realizados dois encontros di�rios at� que seja determinada uma data para o in�cio do conclave e das vota��es, na Capela Sistina. O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, indicou que ontem os cardeais concordaram em divulgar uma mensagem para expressar ao papa em�rito sua "afei��o e gratid�o".

O porta-voz n�o escondeu a cobran�a por explica��es, quatro dias ap�s a hist�rica ren�ncia de Bento XVI. Segundo Lombardi, n�o haver� uma discuss�o geral sobre o Vatileaks, mas os cardeais poder�o pedir "todas as informa��es que julgarem necess�rias". Consultados pela ag�ncia France-Presse, religiosos evidenciaram a press�o, que come�ou j� no fim de semana. "Queremos estar cientes do que est� acontecendo no Vaticano, no conjunto da organiza��o central da Igreja, que passou por turbul�ncias nos �ltimos tempos", declarou o cardeal franc�s Philippe Barbarin. "Se quisermos tomar boas decis�es, devemos ter algumas informa��es relacionadas a isso", refor�ou o sul-africano Wilfrid Napier. Nos dias que se seguiram ao an�ncio de que Bento XVI deixaria o trono, a imprensa italiana noticiou a exist�ncia de um dossi� secreto entregue a ele pouco antes, descrevendo situa��es comprometedoras para a imagem da Igreja.

Entre os problemas abordados estariam os esc�ndalos de abuso sexual de menores, que alcan�aram inclusive o alto escal�o da Igreja. O cardeal Keith O’Brien, �nico representante brit�nico, renunciou e n�o participar� do conclave, porque vieram � tona den�ncias de "conduta impr�pria" dele com jovens seminaristas. Ontem, o cardeal de Chicago, Francis George, defendeu que o pr�ximo papa ter� de ser capaz de impor uma pol�tica de "toler�ncia zero" como lei universal da Igreja com rela��o aos abusos.

APOSTA BRASILEIRA Em meio �s especula��es, o nome de dom Odilo firma-se entre os favoritos a ocupar o Trono de Pedro. Sintomaticamente, correspondentes estrangeiros no Vaticano abordam jornalistas brasileiros em busca de informa��es sobre ele. Com menor frequ�ncia, tamb�m � citado o arcebispo em�rito de Bras�lia, dom Jo�o Braz de Aviz. De volta das reuni�es, na chegada ao Pontif�cio Col�gio Pio Brasileiro, onde est�o hospedados os cardeais brasileiros, o arcebispo de S�o Paulo n�o quis falar, invocando o voto de sil�ncio feito logo de manh�. J� o presidente da Confer�ncia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Raymundo Damasceno, deixou escapar um breve coment�rio sobre a possibilidade de dom Odilo ser papa: "Quem sou eu para dizer? Isso, s� o Esp�rito Santo, s� Ele mesmo".

As apostas apontam ainda os cardeais de Mil�o, Angelo Scola,; de Quebec (Canad�), Marc Ouellet; de Nova York, Timothy Dolan; e o ganense Peter Turkson. O especialista em Vaticano Vincent Lapomarda, da College of the Holy Cross (EUA), destaca a proximidade do africano com Bento XVI. "Turkson tem familiaridade com pelo menos meia d�zia de idiomas e � um estudioso b�blico que tem ajudado Bento XVI nos �ltimos tr�s ou mais anos", afirmou. "Apesar da m�xima segundo a qual, no conclave, quem entra papa sai cardeal, � bom lembrar que n�o foi o caso de Eugenio Pacelli (papa Pio XII)", completa, referindo-se ao conclave de 1939.


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