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Estado de Minas

Ch�vez � derrotado pelo c�ncer aos 58 anos


postado em 05/03/2013 21:52

O presidente da Venezuela, Hugo Ch�vez, morreu nesta ter�a-feira, em Caracas, aos 58 anos, ao final de uma longa batalha contra o c�ncer, deixando como sucessor o vice-presidente Nicol�s Maduro e a incerteza em um pa�s que liderou por 14 anos.

"Recebemos a informa��o mais dura e tr�gica que poder�amos transmitir ao nosso povo. �s 04H25 da tarde (17H55 de Bras�lia) de hoje, 5 de mar�o, morreu nosso comandante, o presidente Hugo Ch�vez Fr�as", disse Maduro.

"Nesta dor imensa desta trag�dia hist�rica que hoje toca a nossa p�tria, n�s chamamos todos os compatriotas, homens, mulheres de todas as idades, a ser vigilantes da paz, do respeito, do amor, da tranquilidade desta p�tria".

"Pedimos ao nosso povo para canalizar nossa dor em paz e tranquilidade. Suas bandeiras ser�o erguidas com honra e com dignidade, vamos ser dignos herdeiros filhos de um homem gigante como foi e como sempre ser� na mem�ria o comandante. Honra e gl�ria a Hugo Ch�vez! Viva Hugo Ch�vez!"

Logo ap�s o an�ncio, Maduro mobilizou as For�as Armadas, que prometeram cumprir a Constitui��o e a vontade do presidente Ch�vez.

"Estamos determinando uma mobiliza��o especial da For�a Armada Nacional Bolivariana e da Pol�cia Nacional Bolivariana neste momento para acompanhar e proteger o nosso povo e garantir a paz", disse Maduro em rede nacional de TV.

O ministro da Defesa, Diego Molero, reagiu afirmando que "nos encontramos unidos para cumprir e fazer cumprir os preceitos constitucionais e a vontade do nosso l�der comandante Hugo Rafael Ch�vez Fr�as", em mensagem � Na��o ao lado de alguns dos comandantes das for�as armadas.

O ministro tamb�m expressou em nome das For�as Armadas seu apoio a Maduro, ao presidente do Parlamento, Diosdado Cabello, e a todos os demais poderes do Estado.

"Voc� podem contar com as For�as Armadas do povo para o povo, com todos os seus homens e mulheres dispostos da dar tudo de si para cumprir a Constitui��o", disse o ministro, assegurando que o Ex�rcito marcar� presen�a em todo o territ�rio venezuelano para "garantir a seguran�a e a soberania" do pa�s.

O chefe do comando estrat�gico operacional das For�as Armadas da Venezuela, general Wilmer Barrientos, afirmou que "estamos monitorando todo o pa�s, inclusive a fronteira, nossos mares, e at� o momento tudo segue em plena normalidade".

"Todos os meus soldados, em cada um dos postos, estar�o protegendo o povo venezuelano neste momento de emo��es duras, que golpeiam a alma (...). Sigamos aqui trabalhando para que a Venezuela, o povo, permane�am em paz como sempre sonhou nosso comandante Ch�vez".

O l�der opositor venezuelano, Henrique Capriles Radonski, prestou sua "solidariedade a toda a fam�lia e aos seguidores" de Ch�vez, destacando que "defendemos a unidade dos venezuelanos neste momento".

Capriles, governador do estado de Miranda, � o principal candidato opositor nas elei��es que dever�o ser celebradas ap�s a morte do presidente.

"Em momentos dif�ceis devemos demonstrar nosso profundo amor e respeito a nossa Venezuela! Unidade da fam�lia venezuelana!", insistiu Capriles, que perdeu as elei��es de 7 de outubro contra Ch�vez.

Ch�vez estava internado no hospital militar de Caracas onde era submetido a um tratamento contra o c�ncer diagnosticado em junho de 2011.

A luta contra o c�ncer havia impedido Ch�vez de tomar posse em 10 de janeiro, depois da reelei��o de outubro de 2012 para um terceiro mandato de seis anos.

Em janeiro, a Assembleia Nacional concedeu ao presidente uma permiss�o indefinida de aus�ncia do pa�s para tratar a doen�a, enquanto o Tribunal Supremo de Justi�a autorizou a posse quando Ch�vez estivesse em condi��es.

Ch�vez, que estava no poder desde 1999 e foi diagnosticado com c�ncer em meados de 2011, sofreu quatro opera��es em Cuba, com posteriores ciclos de quimioterapia e radioterapia, at� ser vencido pela doen�a nesta ter�a.

Maduro, de 50 anos, apontado pelo pr�prio presidente como seu herdeiro pol�tico, certamente ser� o candidato governista nas elei��es presidenciais, que dever�o ser celebradas no prazo de 30 dias, como diz a Constitui��o, provavelmente enfrentando Henrique Capriles, de 40 anos.

L�der absoluto do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Ch�vez havia sido reeleito com folga em 7 de outubro para um terceiro mandato desde que assumiu o poder em 1999, e sua tomada de posse, prevista para 10 de janeiro na Assembleia Nacional, tinha sido adiada 'sine die'.

Apesar de o c�ncer ter sido diagnosticado em junho de 2011, o presidente s� definiu sua sucess�o em dezembro passado, for�ado pela doen�a.

Maduro, ex-sindicalista do Metr� de Caracas, enfrentar� o desafio de substituir um presidente carism�tico e falante, que concentrou e personificou o poder, estabelecendo um v�nculo quase espiritual com as classes populares, sua base pessoal.

Ch�vez, que pretendia governar at� 2031, aspirava a aprofundar seu projeto socialista no pa�s que tem umas das maiores reservas petroleiras do mundo, mas ainda com amplos setores da popula��o vivendo na pobreza.

Com as miss�es sociais, uma das chaves de sua grande popularidade, ajudou a atender �s necessidades b�sicas das classes populares, apesar de ser tachado de populista por seus advers�rios.

Ch�vez, cujo partido controla tamb�m o Parlamento e a maioria dos governos estaduais e prefeituras, nunca reconheceu legitimidade na oposi��o, nem se mostrou pluralista ou partid�rio a uma altern�ncia no poder.

Exerceu tamb�m um controle absoluto nos meios de comunica��o p�blicos, a partir dos quais governou e se tornou onipresente na vida dos venezuelanos. Usou e abusou das emissoras obrigat�rias, nas quais todos os meios de comunica��o do pa�s deviam fazer suas transmiss�es.

Com o dom da palavra e discurso irreverente, o presidente n�o deixou ningu�m indiferente. Se de um lado ganhou a devo��o dos pobres, foi ofensivo e desrespeitoso com seus advers�rios pol�ticos, "a burguesia e o imperialismo", polarizando a sociedade venezuelana, hoje literalmente dividida em dois.

� medida que a doen�a foi avan�ando, as invoca��es a Deus e a Jesus Cristo se multiplicaram na boca de Ch�vez, que chegou a pedir ao Senhor, com l�grimas nos olhos, "que n�o o levasse ainda".

Foi um presidente hiperativo, at� que a doen�a o obrigou a deixar de ser um "cavalo desbocado", como ele mesmo admitiu, e nos �ltimos meses reduziu suas apari��es e discursos.

Tratou-se quase exclusivamente em Cuba, onde foi operado quatro vezes, longe dos meios de comunica��o, sob a f�rrea seguran�a cubana e em companhia de seu grande aliado e amigo, o l�der cubano Fidel Castro.

Este tenente-coronel da reserva foi eleito pela primeira vez em 1998, seis anos depois de liderar um fracassado golpe de Estado contra um desgastado sistema bipartid�rio.

No per�odo mais conturbado de sua controversa presid�ncia, sofreu um golpe de Estado (2002), que o afastou do poder por algumas horas, uma greve petroleira de dois meses (2003) e um referendo revogat�rio (2004), o qual ganhou.

Ap�s sua reelei��o em 2006, radicalizou seu projeto com uma maior interven��o estatal na economia. Seis anos depois, ao vencer as �ltimas elei��es, prometeu tornar o socialismo "irrevers�vel", tarefa que Maduro herdar� caso ven�a as elei��es.


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