Ap�s a morte de Hugo Ch�vez, o petr�leo venezuelano, nacionalizado e utilizado como arma pol�tica, n�o sofrer� nenhuma mudan�a radical imediata, mas uma abertura ser� necess�ria a longo prazo para impulsionar a explora��o das principais reservas do mundo.
"Este � o fim de uma era, Ch�vez deixa um v�cuo pol�tico que ser� extremamente dif�cil de preencher", mas, ao mesmo tempo, se seu vice-presidente e herdeiro pol�tico Nicolas Maduro for eleito para suced�-lo, "manter� a mesma abordagem nacionalista para o setor do petr�leo", declarou � AFP Diego Moya-Ocampos, analista da IHS Global Insight.
"A transi��o lan�a incerteza sobre a produ��o de petr�leo do pa�s, mas n�o esperamos grandes mudan�as na pol�tica petrol�fera de Caracas", consideraram os especialistas da empresa de energia JBC.
Segundo eles, "h� poucas chances de vermos o pa�s se abrir (de imediato) para os investimentos estrangeiros, enquanto as disputas prosseguem com empresas internacionais", como a americana ConocoPhillips.
O percurso de Hugo Ch�vez est� intimamente ligado � explora��o do petr�leo, que acompanhou sua ascens�o pol�tica e que foi sua principal arma, nacionalizando os ativos de empresas estrangeiras e impondo o controle da companhia p�blica PDVSA sobre todos os projetos de petr�leo e g�s.
Eleito em dezembro de 1998, em um pa�s afundado pela crise por causa dos pre�os do petr�leo em queda, Ch�vez aproveitou a forte recupera��o dos pre�os do barril (multiplicado por 10 em uma d�cada), investindo bilh�es de petrod�lares em suas "miss�es sociais" destinadas a ajudar as classes populares e presenteando seus aliados diplom�ticos.
A Venezuela forneceu a Cuba cerca de 100.000 barris de petr�leo por dia em condi��es preferenciais e em troca de m�dicos. A Nicar�gua recebe 10 milh�es de barris de petr�leo por ano e assist�ncia social, e o Uruguai entre 6 e 8 milh�es de barris por ano.
Mas � a China, muito interessada em garantir seu abastecimento de energia, que poderia sofrer com o estrecimento das rela��es privilegiadas que teceu com o regime de Hugo Ch�vez.
Depois de concordar em conceder empr�stimos em massa a Caracas, atrav�s do Banco Chin�s de Desenvolvimento(CDB), em troca de um reembolso de hidrocarbonetos, "Pequim vai se preocupar com o futuro deste investimento estrat�gico", indicou Jean-Fran�ois Dufour, especialista da empresa de consultoria DCA China-An�lise.
"Enquanto o governo chin�s emprestou quase 50 bilh�es de d�lares � Venezuela (em cinco anos), a incerteza pol�tica pode desencorajar a China a conceder novos cr�ditos de petr�leo (...), o que seria um problema j� que estes empr�stimos chineses tornaram-se cruciais" para as finan�as venezuelanas, acrescenta Rees.
As receitas do petr�leo representam 90% dos recursos em moeda estrangeira do pa�s, "a capacidade de uma eventual administra��o Maduro a manter a pol�tica social de Ch�vez depender� do aumento da produ��o de petr�leo", que poderia incentivar mais flexibilidade nas suas rela��es com empresas internacionais, considerou por sua vez Diego Moya-Ocampos.
Mas nem mesmo uma maior abertura ao capital estrangeiro perturbar a situa��o durante a noite: "Demorou dez anos para Ch�vez de arruinar a ind�stria de petr�leo do pa�s, pode levar dez anos para virar a esquina" David Rees encontrado. Produ��o de petr�leo bruto caiu em 25%, sob a presid�ncia de Ch�vez, falta de investimento suficiente.
Mas nem mesmo uma maior abertura ao capital estrangeiro perturbar� a situa��o do dia para a noite: "foram necess�rios dez anos para Ch�vez arruinar a ind�stria do petr�leo do pa�s, poder� ser necess�rio mais dez anos para virar a mesa novamente", considerou David Rees. A produ��o de petr�leo bruto caiu 25% sob a presid�ncia de Ch�vez, falta de investimento suficiente.
Em todos os casos, a Venezuela dever� manter-se com um importante jogador no mercado de petr�leo. Segundo as estimativas dos economistas do grupo petrol�fero BP, o pa�s possui as maiores reservas comprovadas de petr�leo do mundo (296 bilh�es de barris), seguido pela Ar�bia Saudita (265 bilh�es).
Melhor, apesar dos embates pol�ticos, a Venezuela exporta 36% de sua produ��o de petr�leo para os Estados Unidos - em 2012 foi um dos principais fornecedores de petr�leo, atr�s do Canad�, Ar�bia Saudita e M�xico, cobrindo aproximadamente 10% das importa��es americanas.