Com as bandeiras a meio mastro, Cuba come�ou a se despedir nesta quarta-feira do presidente venezuelano, Hugo Ch�vez, que ser� lembrado na quinta nas principais pra�as da Ilha com uma homenagem p�stuma geralmente reservada a dirigentes hist�ricos do regime cubano. Nos pr�dios p�blicos e nas fortalezas coloniais de El Morro e La Caba�a, na Ba�a de Havana, as bandeiras cubanas tremulavam a meio mastro em um luto de tr�s dias em homenagem a Ch�vez. O dirigente venezuelano, que faleceu na ter�a-feira, em Caracas, v�tima de um c�ncer, teve Cuba como seu principal aliado pol�tico e maior s�cio comercial nos �ltimos 14 anos.
"Hugo Ch�vez, presente! A Revolu��o Venezuelana ser� mais forte em honra a teus anseios e sacrif�cios. Ante a dor, o povo unido", escreveu a deputada Mariela Castro, filha do presidente Ra�l Castro, em sua conta de Twitter. O novo n�mero dois cubano, Miguel D�az-Canel, enviou "um abra�o comovido" � Venezuela pela morte de Ch�vez, mas nem Fidel nem Ra�l Castro - que sucedeu seu irm�o no comando ap�s a doen�a de Fidel em 2006 - comentaram publicamente a morte de seu aliado e amigo. "Sejam essas as nossas primeiras palavras para a fam�lia Ch�vez, que � a grande fam�lia venezuelana e latino-americana: nosso abra�o comovido para o grande povo que chora", disse D�az-Canel em um ato p�blico na presen�a de Ra�l Castro em Santiago de Cuba, 900 km ao sudeste de Havana. A Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), presidida por Cuba, recebeu com "consterna��o e profunda dor" a morte de um dos principais motivadores do bloco de 33 pa�ses, em um comunicado divulgado em Havana. Uma homenagem a Ch�vez ser� realizada na quinta-feira na emblem�tica Pra�a da Revolu��o de Havana, palco das maiores manifesta��es do regime comunista cubano. Atos p�blicos similares ocorrer�o em toda a Ilha. Ch�vez ter� homenagens � altura do comandante da revolu��o cubana Juan Almeida (em setembro de 2009) e de Vilma Esp�n, esposa do presidente Ra�l Castro (em junho de 2007), que foi a mais alta dirigente feminina do pa�s. Uma declara��o oficial cubana, emitida na ter�a-feira, ressaltou: "Ch�vez tamb�m � cubano! Sentiu em sua carne nossas dificuldades e problemas e fez o que p�de, com extraordin�ria generosidade". A nota destacou que Ch�vez "acompanhou Fidel como um verdadeiro filho e sua amizade com Ra�l foi �ntima", al�m de "brilhar nas batalhas internacionais contra o imperialismo". A morte de Ch�vez constitui um duro golpe para a ilha e for�ar� Ra�l Castro a acelerar suas reformas econ�micas para evitar o risco de uma nova crise, segundo analistas. "Sem Ch�vez, as possibilidades de expans�o do com�rcio de servi�os (cubanos) por petr�leo (venezuelano) s�o limitadas. A urg�ncia de acelerar a transi��o rumo a um modelo de economia mista, com maior abertura a investimentos estrangeiros, � ainda mais refor�ada", disse � AFP o analista cubano Arturo L�pez-Levy, da Universidade de Denver, no Colorado. Quando chegou ao poder em 1999, Ch�vez estendeu a m�o � Havana com os vastos recursos petrol�feros venezuelanos, favorecendo a recupera��o paulatina da economia cubana da aguda crise que caiu ap�s o fim da ajuda sovi�tica, uma d�cada antes. "A morte de Ch�vez p�e em destaque uma vez mais as defici�ncias nas pol�ticas dos irm�os Castro: n�o diversificar a economia cubana, n�o permitir que mais cubanos gerem riqueza por si mesmos e fa�am o pa�s genuinamente independente", explicou por sua vez � AFP Paul Webster Hale, ex-embaixador brit�nico em Cuba e professor da Universidade de Boston, nos Estados Unidos. As autoridades cubanas guardaram sil�ncio sobre o impacto que pode sofrer a Ilha com a morte de seu aliado, enquanto o fantasma dos dif�ceis anos 1990 aflora entre muitos cubanos. O cantor e compositor Silvio Rodr�guez se despediu de Ch�vez com um "At� sempre, Comandante" e seis fotos de ambos em um concerto, que publicou em seu blog segundacita.blogspot.com. Por sua vez, o time cubano que disputa no Jap�o o Cl�ssico Mundial de Beisebol comentou que a morte � "para cada atleta, t�cnico ou diretor do beisebol cubano motivo de uma sentida e profunda tristeza".