
Cidade do Vaticano – O �ltimo dos 115 cardeais necess�rios para a realiza��o do conclave que escolher� o sucessor de Bento XVI chegou ao Vaticano, completando o Col�gio Cardinal�cio. No entanto, mesmo com a chegada do vietnamita Jean-Baptiste Pham Minh Man, a data do conclave n�o foi marcada. O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, descartou que a primeira missa do conclave possa ocorrer na pr�xima segunda-feira, conforme suposi�o da imprensa. A previs�o � que o pont�fice seja escolhido antes do Domingo de Ramos, primeira celebra��o da semana santa, no dia 24.
Os prelados t�m deixado claro que n�o h� pressa para marcar o in�cio do conclave e admitido que t�m sido interessante as reuni�es preparat�rias para que eles possam se conhecer e discutir as quest�es centrais que a Igreja Cat�lica ter� que enfrentar no novo papado e quais caracter�sticas precisaria ter o pr�ximo papa para lidar com as quest�es mais prementes do Vaticano..
Durante a sess�o pr�-conclave de ontem, os cardeais que est�o em Roma para eleger o pr�ximo papa receberam um resumo das finan�as da Santa S�, em meio a questionamentos sobre a administra��o da burocracia do Vaticano e as suspeitas a respeito do banco cat�lico. Os chefes dos tr�s principais escrit�rios financeiros do Vaticano passaram as informa��es aos cardeais, como exigido pelas regras a respeito do per�odo de transi��o entre papados.
O porta-voz disse que “foram interven��es sint�ticas e claras”, esclarecendo sobre a reuni�o. "N�o posso dizer nada sobre o conte�do das interven��es, s� algo geral. Mas � �bvio que os cardeais podem falar entre eles desse argumento", reconheceu Lombardi ao ser interrogado sobre os esc�ndalos do Vatileaks, que t�m sido assunto de reportagens da imprensa italiana nos �ltimos dias.
H� tr�s anos, a Justi�a italiana abriu uma investiga��o judicial contra dois diretores do Banco do Vaticano, que t�m um patrim�nio de 5 bilh�es de euros, por violarem as leis do pa�s sobre a lavagem de dinheiro. A maior publica��o religiosa italiana, Famiglia Cristiana, com 1 milh�o de leitores, pediu nesta semana que o Banco do Vaticano, conhecido como Instituto de Obras Religiosas (IOR), se converta em um banco �tico e que saia do sistema financeiro mundial.
O jornal italiano La Repubblica revelou ontem que ao menos 20 pessoas, tanto laicas quanto religiosas, contribu�ram para o vazamento de documentos confidenciais de Bento XVI com o objetivo de denunciar as estruturas internas da Igreja, desmentindo a tese de que o ex-mordomo do pont�fice, condenado e sucessivamente perdoado, operou sem c�mplices.
A entrevista an�nima de um deles � um tipo de advert�ncia � c�pula da Igreja Cat�lica sobre a necessidade de uma maior transpar�ncia na gest�o interna, marcada por intrigas, abusos de poder e tr�fico de influ�ncia atrav�s de um lobby gay, segundo a publica��o, o que foi categoricamente desmentido pelo Vaticano.
Para o vaticanista Marco Politi, o esc�ndalo acelerou a decis�o de renunciar de Bento XVI e pesa nos debates das congrega��es para a reforma da C�ria Romana. “V�o tra�ar o perfil do homem que buscam, que deve ter a for�a para realizar a reforma", sustenta Politi, autor do livro Joseph Ratzinger, crise de um papado.