A Pra�a S�o Pedro, que foi invadida no in�cio da noite por uma multid�o de curiosos e fi�is, ficou vazia ap�s a apari��o da espessa fuma�a preta depois do primeiro dia de conclave.
Pouco vis�vel � noite, a fuma�a escura que saiu da pequena chamin� de cobre foi recebida com decep��o pelas milhares de pessoas reunidas na Pra�a de S�o Pedro que esperavam este momento.
"Estou contente que a fuma�a tenha sido preta, assim poderei voltar amanh�", comentou Luisa Fernanda Almagro, de Sevilha.
J� a irm� Barbara, de Nova York, disse estar "decepcionada" por n�o ter assistido � elei��o do novo Papa. "Mas de qualquer maneira foi uma sensa��o extraordin�ria", acrescentou a freira americana.
Os 115 cardeais com direito a voto (por terem menos de 80 anos) entraram em conclave nesta ter�a-feira para eleger o sucessor de Bento XVI ap�s sua hist�rica ren�ncia.
Glenda Amaya, de 38 anos, vinda do Panam�, n�o perdeu o entusiasmo. "Vou voltar amanh�, depois de amanh� e at� que o Papa seja eleito", disse agitando a bandeira de seu pa�s.
"Pouco importa que seja branco ou negro, do hemisf�rio Norte ou Sul, porque a f� � universal", acrescentou sobre o futuro pont�fice.
"Espero que venha de fora da Europa (...) O Papa deve conduzir a Igreja a uma nova era", desejou por sua vez um jovem padre italiano, dom Mario, vestido de preto. Ele declarou estar comovido pela "grande responsabilidade que pesa sobre os cardeais".
Na Pra�a S�o Pedro, a longa cerim�nia de abertura do conclave foi transmitida em tel�es para uma multid�o.
Mas desde a "extra omnes", a frase em latim que marca o in�cio do conclave, e com o fim da chuva, fi�is, curiosos e turistas voltaram para a pra�a, com os olhos voltados para a chamin� que atrair� a aten��o dos fi�is do mundo inteiro at� que os cardeais cheguem a um acordo.
Alguns cat�licos se envolveram em bandeiras, prontos para celebrar o novo Papa. Pessoas do mundo inteiro compartilhavam a mesma expectativa.
Membros da comunidade religiosa do Verbo Encarnado, jovens vestidos de azul e cinza, cantavam em italiano: "O novo Papa, o novo Papa, quem ser�, quem ser�? Quem sabe, quem sabe?".
Para Adriano Stefanelli, de 38 anos, estudante brasileiro de teologia, "a nacionalidade n�o � importante, basta que o novo Papa siga os passos dos dois �ltimos grandes papas que tivemos. Um homem que saiba escutar e que seja aberto ao di�logo. Precisamos de uma Igreja mais aberta".
Ele tamb�m fez apostas: "Acredito que ele ser� escolhido na quinta-feira e ser�, com certeza, algu�m de fora da C�ria Romana. Voltarei para ver cada fuma�a".
Quem ser�? Qual ser� a sua nacionalidade? "Pouco importa! N�o devemos confundir f� e pol�tica", declarou � AFP Giuliane Ciniciato, uma freira de 28 anos que veio de S�o Paulo, a cidade do cardeal Odilo Scherer, um dos "papabili" mais citados para ocupar o trono de Pedro.
Mas nem por isso o arcebispo � o seu favorito. "A fun��o suprema do Papa �, por ess�ncia, universal, e n�o deve ser reduzida a uma na��o", considerou.
Para Graziano Toto, um romano de 68 anos, o retrato de Papa ideal seria a s�ntese entre o carisma de Jo�o Paulo II e o esp�rito brilhante de Bento XVI.
"O primeiro, viaj�vamos para v�-lo; o segundo, sobretudo, para ouvi-lo", resumiu.
"Mas a prioridade do novo Papa ser� a de colocar em ordem a C�ria, nos discat�rios (minist�rios)", explicou, fazendo refer�ncia ao vazamento de documentos secretos, aos esc�ndalos financeiros e �s rivalidades internas que sacudiram a Igreja cat�lica nos �ltimos anos.
Com os "p�s no ch�o" um motorista de t�xi espera que o novo Papa venha de um pa�s que possa gerar turismo para Roma e a It�lia, pa�s muito atingido pela crise econ�mica. "Visto por este �ngulo, o brasileiro me conv�m", brincou.