O cardeal jesu�ta argentino Jorge Mario Bergoglio foi eleito Papa esta quarta-feira e escolheu o nome de Francisco I, tornando-se, assim o primeiro pont�fice latino-americano depois de um conclave que se reuniu para escolher o novo l�der dos 1,2 bilh�o de cat�licos do mundo.
O cardeal conservador, prestes a fazer 76 anos, surgiu na sacada da Bas�lica de S�o Pedro ap�s o an�ncio "Habemus Papam!" ("Temos um Papa!"), enquanto dezenas de milhares de peregrinos escalavam as grades e ca�am em prantos, levados pela emo��o ap�s vig�lias de ora��o celebradas em todo o mundo.
Em suas primeiras palavras, Francisco I brincou com a multid�o, afirmando que os bispos tinham ido busc�-lo "no fim do mundo".
J� com um tom mais s�rio, fez um apelo para que os cat�licos "sigam um caminho de fraternidade, de amor" e de "evangeliza��o" e homenageou Bento XVI, que renunciou ao posto no dia 28 de fevereiro, em um gesto sem precedentes em sete s�culos.
Antes de se despedir, pediu �s dezenas de milhares de fi�is, turistas e curiosos presentes um "minuto de sil�ncio".
Pouco antes do an�ncio do novo Papa, seguindo o ritual, a fuma�a branca emanou da chamin� da Capela Sistina e os sinos da Bas�lica de S�o Pedro dobraram, indicando que uma elei��o tinha sido feita ap�s cinco rodadas de vota��o do Vaticano, uma a mais do que Bento XVI foi escolhido, em 2005.
Bergoglio � o primeiro jesu�ta a se tornar Papa e acredita-se ter estado entre os favoritos no conclave de 2005.
Aos primeiros sinais da fuma�a branca, a multid�o gritou "Vida Longa ao Papa!", com peregrinos com ter�os nas m�os e agitando bandeiras na pra�a, enquanto a imagem da pequena chamin� de cobre era projetada em quatro tel�es.
Bergoglio, o primeiro Papa jesu�ta e o 266� da Igreja Cat�lica, retirou-se para um recinto conhecido "Quarto das L�grimas", imediatamente ap�s a indica��o para vestir os trajes papais e ent�o rezou na Capela Paulina.
Os sinos dobraram nas igrejas da It�lia para celebrar o an�ncio e os moradores de Roma poderiam ser vistos correndo em dire��o � pra�a do Vaticano, do s�culo XVII, correndo de suas casas e de caf�s pr�ximos para chegar � pra�a a tempo.
Os cardeais ficaram trancados atr�s dos muros do Vaticano sem qualquer comunica��o com o mundo exterior desde a ter�a-feira, reunidos na sublime capela renascentista, previamente rastreada em busca de dispositivos de grava��o e que tiveram codificadores instalados para evitar qualquer tipo de comunica��o.
A elei��o hist�rica depois da nomea��o abrupta de Bento XVI, no m�s passado, foi acompanhada em todo o mundo por emissoras de televis�o, assim como pelas m�dias sociais e aplicativos de telefones celulares inteligentes, pois este foi o primeiro conclave acompanhado pelo Twitter.
"Eu n�o pensei que choraria, mas acho que a adrenalina tomou conta de mim!", disse Rebecca Hine, uma estudante do Canad�, que aguardou por dois dias debaixo de chuva pelo an�ncio.
"Estou muito feliz!", disse, entre l�grimas, Veronica, uma religiosa de Botsuana. "Estou t�o emocionada que mal consigo falar!", completou.
Sem f�lego, Ruud, uma turista holandesa de 31 anos, afirmou: "Est�vamos jantando aqui perto e ouvimos um barulho, ent�o corremos para c� para ver por n�s mesmos".
O papado de oito anos de Bento XVI foi marcado por esc�ndalos e o novo Papa enfrentar� desafios imediatos, como marcar sua autoridade na estrutura do Vaticano e tentar trazer de volta os fi�is cat�licos que abandonaram as igrejas em todo o Ocidente.
O estilo de Bento XVI era visto com frequ�ncia como muito acad�mico e ele nunca foi t�o popular quanto seu antecessor Jo�o Paulo II. Muitos cardeais pediram que o novo Papa fosse um comunicador melhor, capaz de atingir os jovens.