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Estado de Minas

Bergoglio sentiu vergonha quando foi cotado para papa em 2005, conta bi�grafa


postado em 16/03/2013 13:48

Jorge Mario Bergoglio teve uma namorada na adolesc�ncia, lutou contra um problema de sa�de na juventude e sentiu “pudor e vergonha” quando foi cotado para suceder Jo�o Paulo II, em 2005. Alguns fatos importantes da vida do cardeal argentino, agora papa Francisco, foram revelados � Ag�ncia Brasil pela jornalista Francesca Ambrogetti, coautora do livro O Jesu�ta, que traz a biografia do cardeal argentino.

No livro, publicado em 2010, o papa conta que decidiu ingressar na vida religiosa aos 18 anos. “Ele ia para um piquenique com amigos. No caminho, passou por uma igreja para se confessar e disse que naquele momento se sentiu iluminado e soube que tinha que ser padre”, disse a bi�grafa.

Depois da insist�ncia dos autores, tamb�m falou sobre a namorada na adolesc�ncia e que come�ou a trabalhar aos 13 anos como cont�nuo no escrit�rio de um amigo do pai. “N�o queria falar sobre ela no livro porque achava que n�o tinha o direito de envolv�-la. Mas conseguimos convenc�-lo a contar algumas coisas. Pelo visto, ela n�o ficou chateada. Agora que ele foi eleito papa, ela [Am�lia] deu v�rias entrevistas, contando da carta de amor que recebeu dele quando eram adolescentes”.

Segundo a jornalista, Bergoglio relatou quando perdeu, ainda jovem, parte de um pulm�o. “Encontraram cistos no pulm�o dele e tiveram que cortar o peda�o afetado. Ele disse que nunca sentiu tanta dor e que durante dias batalhou entre a vida e a morte. O que ele n�o aguentava, confessou, era ouvir as pessoas tentando consolar com aquelas frases de sempre: 'N�o se preocupe, vai ficar tudo bem'. Dizem que ele s� tem um pulm�o. N�o � verdade. Ele s� perdeu o peda�o de um”.

Ele revelou ainda o que sentiu ao ser cotado a sucessor de Jo�o Paulo II, no conclave de 2005. Na �poca, o escolhido foi Bento XVI. “Bergoglio n�o podia responder, porque os cardeais est�o proibidos de contar o que ocorre dentro de um conclave. Na �poca, os jornais diziam que ele era o candidato dos moderados e que estaria entre os mais votados. Ent�o perguntamos: 'O que foi que o senhor sentiu quando viu que a imprensa citava seu nome como um dos favoritos?'. Ele respondeu: 'Senti pudor e vergonha'”, disse Francesca � Ag�ncia Brasil.

Por�m, a elei��o de Bergoglio para papa divide opini�es na Argentina. Organismos de direitos humanos o acusam de omiss�o durante a ditadura militar, principalmente no sequestro dos jesu�tas Orlando Yorio e Francisco Jalics, em 1976 pelos militares. Os dois foram soltos cinco meses depois. Yorio (que morreu de infarto no ano 2000) e seus irm�os responsabilizam Bergoglio. Yalics, que desde 1978 vive na Alemanha, divulgou comunicado ontem (15) em que disse “estar em paz” com o papa Francisco.

Na biografia, o cardeal argentino revela sua vers�o dos fatos. “Ele contou que os dois padres faziam trabalhos sociais nos bairros carentes e, na �poca, tinham pedido para formar uma nova congrega��o, algo que a Ordem dos Jesu�tas n�o podia permitir. Mas sabendo que os sacerdotes estavam correndo perigo de vida, Bergoglio ofereceu hosped�-los. Eles n�o quiseram”, disse Francesca. Quando soube que os jesu�tas haviam sido sequestrados, Bergoglio diz que intercedeu pessoalmente com o general Jorge Videla e o almirante Emilio Massera, da Junta Militar. No livro, diz que “fez o que pode”, levando em considera��o a idade e os contatos que tinha na �poca.

Na quinta-feira (14), grupo de militares acusados de tortura e assassinato na d�cada de 70 compareceram ao tribunal usando fitinhas com as cores do Vaticano na lapela, em alus�o � elei��o do papa. O ato contribuiu para a aumentar a pol�mica.

Com a revoga��o de indultos concedidos em 1989 e 1990, centenas de processos contra os repressores da ditadura foram reabertos. Bergoglio foi convocado como testemunha no julgamento dos respons�veis pelos crimes dentro da Escola Mec�nica da Armada (Esma), centro clandestino de tortura. “Quando foram libertados, os sacerdotes Yorio e Jalics contaram que muitos outros continuavam sequestrados na Esma. A pergunta l�gica era: o que ele [Bergoglio] fez, tendo em vista que era uma das pessoas mais importantes na Igreja argentina. E ele respondeu: ‘nada’, ou seja, sabia que havia prisioneiros na Esma, sabia em que condi��es estavam e nada fez”, disse Myriam Bergman, uma advogada das v�timas.

Personalidades vinculadas aos direitos humanos na Argentina – como o Pr�mio Nobel da Paz, Adolfo Perez Esquivel, e a ativista Graciela Fernandez Meijide (m�e de um desaparecido na ditadura e uma das encarregadas de investigar as den�ncias de crimes cometidos na ditadura argentina) - sa�ram em defesa do papa. “Trabalhei durante muitos anos na Assembleia Permanente pelos Direitos Humanos, onde receb�amos muitos depoimentos e posso dar f� que nunca, jamais, algu�m mencionou Jorge Bergoglio em rela��o � ditadura”, disse Graciela.


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