Cidade do Vaticano – No dia em que a Igreja comemorou a ressurrei��o de Jesus Cristo, o papa Francisco rezou seu segundo urbi et orbi em 20 dias, e, na mensagem para “a cidade e o mundo” – a primeira foi dada quando foi eleito –, lembrou das regi�es em guerra e pediu paz e esperan�a. Dirigindo-se mais uma vez aos oprimidos, aos pobres, aos doentes e aos que vivem em conflito, Francisco afirmou que o amor de Deus pode transformar "morte em vida, �dio em amor, vingan�a em perd�o, guerra em paz". O pont�fice pediu resolu��es para os confrontos entre Israel e Palestina e para as crises vividas na S�ria, no Iraque, na Pen�nsula Coreana e em diversos pa�ses da �frica. “Cristo � nossa paz e por Ele n�s imploramos paz para todo o mundo”, disse.
O apelo do papa foi ouvido por cerca de 250 mil pessoas que se concentraram, desde cedo, na Pra�a de S�o Pedro. Como seus antecessores, ele n�o fez a homilia durante a missa, esperou para falar sobre a poss�vel ressurrei��o dos homens e do mundo na varanda da Bas�lica do Vaticano diretamente � multid�o que acompanhou a celebra��o. Parte da mensagem do domingo de P�scoa foi direcionada � S�ria, um dos ber�os do cristianismo, que vive o seu terceiro ano de guerra civil. Francisco pediu o fim da viol�ncia e lembrou o sofrimento dos refugiados – parte deles crist�os que fugiram para os pa�ses vizinhos por temer a a��o de grupos intolerantes e a ascens�o de isl�micos � presid�ncia. "Quanto sangue foi derramado! E quanto mais sofrimento ainda ser� causado antes que se consiga encontrar uma solu��o pol�tica para a crise?", questionou.
“Paz para o Oriente M�dio”, pediu o pont�fice. “Particularmente para israelenses e palestinos, que lutam para encontrar o caminho de um acordo”, continuou. Apesar de os �nimos na regi�o estarem controlados, a rotina de judeus e �rabes que reivindicam o mesmo territ�rio continua marcada pela viol�ncia. Mais um exemplo aconteceu na noite de ontem, quando oito jovens palestinos foram atacados a pedradas por colonos israelenses, de acordo com a pol�cia local. A confus�o come�ou quando os jovens passavam de �nibus por um dos assentamentos mais radicais da Cisjord�nia ocupada, o Yitzar.
Ao citar as Coreias, que protagonizam uma escalada de tens�o na �sia, com Pyangyong amea�ando atacar o vizinho do Sul e os Estados Unidos com bombas nucleares, o pont�fice pediu di�logo. “Que as diverg�ncias sejam superadas e um esp�rito renovado de reconcilia��o cres�a”, afirmou. Jorge Mario Bergoglio, nome de batismo do novo papa, tamb�m falou sobre a �frica, pedindo o fim da viol�ncia no continente, v�tima de constantes conflitos. “No Mali, que a estabilidade seja restaurada, assim como na Nig�ria, onde ataques, infelizmente, continuam, amea�ando a vida de pessoas inocentes e onde um grande n�mero de pessoas, incluindo crian�as, s�o feitas ref�ns por grupos terroristas. Paz no leste da Rep�blica Democr�tica do Congo e na Rep�blica Centro-Africana, onde muitos foram for�ados a deixarem suas casas e continuam vivendo com medo”, pregou o santo padre.
Por fim, Francisco pediu paz para todo o mundo, "ainda dividido pela gan�ncia e pela procura de ganho f�cil". O papa condenou o tr�fico humano, que chamou de a “forma mais extensiva de escravid�o do s�culo 21”, o tr�fico de drogas e a explora��o injusta de bens naturais. “Paz para essa nossa Terra”, proclamou.
Francisco aben�oou os fi�is e estendeu a ben��o aos que acompanharam a cerim�nia de longe, assistindo pela televis�o, ouvindo pelo r�dio ou seguindo atualiza��es na internet. Ele desejou boa P�scoa a todos em italiano, desistindo, na �ltima hora, de pronunciar a frase nas 65 l�nguas que eram esperadas, do mongol ao maori, passando pelo aramaico e pelo esperanto. O p�blico vibrou quando o pont�fice percorreu a pra�a sobre o papam�vel. Um fiel aproveitou e jogou a camisa, personalizada, do San Lorenzo, o time de futebol do cora��o de Francisco, que n�o escondeu a surpresa. O papa tamb�m distribuiu beijos a crian�as. Ao todo, 40 mil flores, entre elas tulipas, narcisos e rosas brancas, decoraram a bas�lica.