Treze adolescentes morreram em um inc�ndio em uma escola mu�ulmana de Yangun nesta ter�a-feira, um drama atribu�do a um acidente pelas autoridades, mas que provocou d�vidas e temores dos mu�ulmanos da cidade, ap�s os recentes confrontos interreligiosos.
O governo negou de imediato os rumores que associam o incidente aos recentes epis�dios de viol�ncia entre mu�ulmanos e budistas, que j� deixaram 43 mortos em mar�o, e que nos �ltimos dias parecia ter acalmado.
O incidente teve in�cio no meio da noite neste pr�dio no centro da cidade que abrigava uma mesquita e uma escola religiosa onde as crian�as participavam de cursos de ver�o. Segundo moradores do bairro, as v�timas eram �rf�s.
Segundo um policial, as 13 v�timas faziam parte de um grupo de 70 pessoas que dormiam na escola quando o inc�ndio come�ou.
Fontes da pol�cia atribu�ram o incidente a um problema el�trico. "A investiga��o preliminar da pol�cia do bairro aponta que o inc�ndio foi causado pela alta voltagem em um transformador da mesquita. O regulador de tens�o e o transformador situados sob a escada esquentaram e pegaram fogo", disse Nyan Mying, da Cruz Vermelha.
Dois guardas, os dois mu�ulmanos, s�o investigados por neglig�ncia, anunciou a pol�cia. Eles n�o reagiram quando um transformador emitiu sinais de alarme, e um deles chegou a fugir.
A pol�cia enviou cerca de 100 agentes ao local e prometeu uma rigorosa investiga��o sobre o incidente, com a participa��o de dirigentes da comunidade mu�ulmana.
Em um contexto de grande tens�o ap�s a viol�ncia religiosa nas �ltimas semanas, vizinhos mu�ulmanos do bairro se reuniram na regi�o para manifestar d�vidas sobre as causas do inc�ndio.
Representantes das principais organiza��es isl�micas encontraram as autoridades locais para exigir uma investiga��o "a fim de esclarecer se o incidente foi acidental ou volunt�rio", explicou � AFP Ye Naung Thein, secret�rio de um delas.
"O pa�s inteiro tem medo por Yangun e se pergunta se foi um crime".
Mesmo sem provas, centenas de pessoas reunidas no in�cio desta tarde em um cemit�rio mu�ulmano ao norte da cidade para enterrar os adolescentes, envolvidos em len��is brancos, estavam convencidos.
"Acredito que algu�m provocou o inc�ndio intencionalmente", declarou Khin Maung Hla, professor da mesquita, que conta ter acordado por causa do fogo.
Muitas testemunhas revelaram que sentiram cheiro de gasolina. "Alguns alunos e professores que conseguiram escapar disseram que havia um l�quido escorregadio no t�rreo", que "cheirava gasolina ou querosene", indicou Shine Win, l�der de um grupo da juventude mu�ulmana.
Mas o chefe do governo regional de Yangun, Myint Swe, explicou o cheiro pela presen�a de um gerador. As v�timas n�o conseguiram escapar do primeiro andar "por causa das barras de ferro nas janelas" e as chamas que subiram a escada, acrescentou.
Visivelmente preocupado com a propaga��o da viol�ncia, o governo lan�ou um apelo a calma. "Quero fazer um apelo para que n�o acreditem nas informa��es publicadas na internet transformando este caso em um conflito religiosos", escreveu Ye Htut, porta-voz do presidente, em sua p�gina no Facebook.
No final do dia, o embaixador americano Derek Mitchell insistiu na necessidade "de uma investiga��o profunda e transparente sobre as causas do inc�ndio".
A viol�ncia religiosa que explodiu em 20 de mar�o em Meiktila, no centro do pa�s, se propagou a outras localidades e j� matou 43 pessoas, al�m de deixar 12 mil desabrigados.
Ap�s tr�s dias de violentas manifesta��es lideradas por monges budistas, o Ex�rcito retomou o controle de Meiktila, mas os incidentes se propagaram para outras cidades de Mianmar.
O Mianmar realiza reformas desde a sa�da da junta militar h� dois anos, mas esses conflitos revelaram uma tens�o preocupante entre budistas e mu�ulmanos.
Em 2012, confrontos entre budistas da etnia rakhini e mu�ulmanos rohingyas deixaram 180 mortos e 125 mil deslocados no oeste de Mianmar.