Os investigadores americanos garantiram nesta ter�a-feira que ir�o "at� os confins da Terra" em busca dos respons�veis pelas explos�es mortais na Maratona de Boston, que o presidente Barack Obama chamou de "ato de terror".
A rua Boylston, em Boston, local da linha de chegada da maratona e do massacre de segunda-feira, continuava isolada enquanto os investigadores procuravam pistas do pior ataque contra os Estados Unidos desde 11 de setembro de 2001.
Tr�s pessoas morreram e mais de 170 ficaram feridas nas explos�es. A pol�cia fez buscas no apartamento de um poss�vel suspeito e um homem saudita permanecia sob cust�dia no hospital, mas at� mesmo Obama admitiu que n�o h� respostas claras para uma cidade de luto.
"Este foi um ato hediondo e covarde", disse Obama na Casa Branca. "Toda vez que bombas s�o usadas para atingir civis inocentes, este � um ato de terror", acrescentou.
"O que n�o sabemos ainda, contudo, � quem realizou este ataque ou por qu�, se foi planejado e executado por uma organiza��o terrorista, estrangeira ou nacional, ou se foi o ato de um indiv�duo mal�fico", prosseguiu.
Nenhum suspeito ainda foi colocado sob cust�dia, embora v�rias pessoas estejam sendo interrogadas na regi�o de Boston, mas espera-se que a ca�ada se estenda para outros pa�ses, informaram a pol�cia e oficiais do FBI, pol�cia federal americana.
"Ser� uma investiga��o mundial", afirmou Rick DesLauriers, diretor do escrit�rio do FBI em Boston.
"N�s vamos at� os confins da Terra para identificar o indiv�duo ou os indiv�duos respons�veis por este crime desprez�vel", acrescentou. "Estamos usando toda a capacidade do FBI at� sua m�xima extens�o internacional", emendou.
As duas bombas, detonadas com intervalo de 13 segundos e a 100 metros de dist�ncia uma da outra, mataram tr�s pessoas e feriram 176, sendo que 17 delas se encontram em estado cr�tico, disse aos jornalistas o comiss�rio da pol�cia de Boston Ed Davis.
Os mortos e feridos incluem pessoas com idades entre 2 e 71 anos, sendo 9 crian�as.
Entre os mortos est� um menino de oito anos, Martin Richard, que aguardava seu pai cruzar a linha de chegada. Sua m�e sofreu graves les�es no c�rebro e sua irm� perdeu uma perna.
As bombas fizeram estilha�os de metal voar na dire��o da multid�o de milhares de pessoas que lotavam a rua Boylston, arrancando os membros inferiores de muitas v�timas, segundo os m�dicos.
Aos prantos, Liz Norden contou ao jornal Boston Globe que dois de seus filhos, ambos na casa dos 30 anos, perderam as pernas na explos�o.
A maioria dos 23 mil corredores da prova de 42 km j� tinha cruzado a linha de chegada quando a primeira bomba explodiu atr�s de uma fileira de bandeiras de v�rios pa�ses, provocando uma forte onda de choque.
O corredor Bill Igriff, de 78 anos, foi jogado no ch�o e muitos espectadores ensaguentados foram lan�ados na rua pelo impacto, sobre as barreiras. Igriff conseguiu se levantar e concluir a prova com apenas alguns arranh�es.
"N�s vimos pessoas com as pernas destro�adas", contou � AFP Mark Hagopian, propriet�rio do Hotel Charlesmark, pr�ximo ao local. "Uma pessoa perto de mim teve as pernas destro�adas na altura do joelho; ele ainda estava vivo".
Boston reviveu o terror nos muitos v�deos feitos com c�meras de celular que os investigadores tamb�m analisaram durante a ca�ada. A pol�cia apelou ao p�blico pedindo que enviasse fotos ou v�deos.
Enquanto vig�lias e outras cerim�nias memoriais estavam previstas, homens armados da Guarda Nacional e da pol�cia patrulhavam a rede de trens e �nibus de Boston, enquanto autoridades alertavam que o r�gido esquema de seguran�a vigoraria por v�rios dias.
Nova York, Los Angeles, S�o Francisco e outras grandes cidades americanas tamb�m enviaram policiais extra para as ruas.
"N�o houve alertas de intelig�ncia de que tenhamos conhecimento", disse o representante Peter King, membro do Comit� de Intelig�ncia da C�mara de Representantes.
"A guerra ao terrorismo est� longe do fim, sejam jihadistas isl�micos ou extremistas de extrema direita", afirmou.
Investigadores federais e bombeiros fizeram buscas em um apartamento no sub�rbio de Revere, em Boston, e levaram bolsas depois que um homem descrito como poss�vel suspeito foi parado.
Um homem saudita de 20 anos, que sofreu um ferimento em uma perna, estava sob cust�dia armada no hospital. Mas, segundo a imprensa, o homem estava cooperando e os investigadores disseram que nenhum suspeito est� detido.
"Estamos interrogando uma s�rie de testemunhas em uma s�rie de locais", disse DesLauriers, recusando-se a dar detalhes que possam "comprometer" a investiga��o.
O presidente russo, Vladimir Putin, liderou o coro de condena��es mundiais, descrevendo a dupla explos�o como "b�rbara". A chanceler alem� Angela Merkel disse que "nada justifica um ataque t�o maldoso contra pessoas que participavam de um evento esportivo pac�fico".
O Ir� tamb�m condenou com veem�ncia as explos�es, que trouxeram � lembran�a as mortes de quase 3.000 pessoas nos atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.
A bandeira nacional que tremula sobre a Casa Branca e em outros pr�dios oficiais americanos foram hasteadas a meio mastro e a bolsa de Nova York manteve um minuto de sil�ncio antes do in�cio das transa��es.
Os organizadores da Maratona de Londres, no pr�ximo domingo, disseram que a corrida ser� celebrada apesar do ataque em Boston, mas o esquema de seguran�a est� sendo revisto.