A pol�cia eg�pcia retirou � for�a neste s�bado os islamitas entrincheirados h� v�rias horas em uma mesquita do centro do Cairo, em meio a um intenso tiroteio, no quarto dia de confrontos que j� provocaram mais de 750 mortes no pa�s.
Na quarta-feira, as autoridades decretaram estado de emerg�ncia no Egito e um toque de recolher noturno em algumas prov�ncias do pa�s, que virou um aut�ntico campo de batalha desde a desocupa��o � for�a dos acampamentos dos partid�rios do presidente deposto Mohamed Mursi no Cairo.
Os partid�rios de Mursi que permaneciam entrincheirados na mesquita do centro do Cairo foram desalojados, informaram � AFP fontes dos servi�os de seguran�a.
Mas as for�as de seguran�a ainda tentavam assumir o controle total do minarete da mesquita Al-Fath, a partir do qual, segundo a ag�ncia de not�cias governamental MENA, atiradores disparavam contra as for�as de seguran�a.
No fim da tarde n�o eram ouvidos mais tiros, segundo fontes dos servi�os de seguran�a.
A pol�cia tamb�m atirava para o alto com o objetivo de dispersar os moradores que estavam fora da mesquita e agrediam os islamitas, que eram retirados do templo, em uma pra�a impregnada de g�s lacrimog�neo.
Quase 1.000 pessoas chegaram a permanecer no interior da mesquita, segundo um dos islamitas, mas o n�mero n�o p�de ser confirmado por uma fonte independente.
O confronto violento aconteceu no quarto dia de sangrentos dist�rbios entre as for�as de seguran�a, que receberam autoriza��o de usar armamento letal contra os manifestantes hostis, e partid�rios do presidente islamita deposto Mohamed Mursi.
A pol�cia conseguiu retirar � for�a pelo menos sete homens da mesquita, no in�cio de um ataque ao local, mas a multid�o de moradores agrediu os simpatizantes de Mursi com peda�os de pau e barras de ferro.
Os confrontos entre as for�as de seguran�a e manifestantes islamitas deixaram nas �ltimas 24 horas 173 mortos no Egito, ap�s a convoca��o dos partid�rios de Mursi para uma "sexta-feira da ira", informou o governo neste s�bado.
Os confrontos registrados durante a "sexta-feira da ira" tamb�m deixaram 1.330 feridos.
O filho de Mohamed Badie, Guia Supremo da Irmandade Mu�ulmana do Egito, morreu ao ser atingido por tiros nos confrontos de sexta-feira entre manifestantes e as for�as de seguran�a no Cairo, informou o movimento neste s�bado.
"Ammar, filho de Mohamed Badie, o Guia Supremo da Irmandade Mu�ulmana, morreu ao ser atingido por muni��o letal no massacre de ontem na Pra�a Rams�s da capital", afirma um comunicado do movimento.
Al�m disso, o irm�o do l�der da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, foi detido neste s�bado no Egito por "apoio" ao deposto presidente islamita Mohamed Mursi, anunciaram fontes dos servi�os de seguran�a.
Mohamed al-Zawahiri, eg�pcio que mora no Cairo, foi detido em Guizeh, sub�rbio da capital, segundo as fontes, que pediram anonimato.
== Acordo de paz desperdi�ado ==
Estados Unidos e seus aliados europeus e do Golfo estiveram perto de obter um acordo de paz entre os simpatizantes de Mursi e o ex�rcito eg�pcio h� duas semanas, informa o jornal Washington Post.
Com o acordo, os manifestantes pr�-Mursi aceitariam abandonar seus acampamentos nas ruas em troca da promessa de n�o viol�ncia das autoridades, afirma o jornal, que cita Bernardino Le�n, representante da Uni�o Europeia (UE) para o Egito.
O acordo de paz, que tamb�m inclu�a uma investiga��o sobre alega��es de viol�ncia, deveria ter resultado em negocia��es entre o governo interino e a Irmandade Mu�ulmana (movimento de Mursi), mas o ex-vice-presidente Mohamed El Baradei aparentemente n�o conseguiu convencer o comandante do ex�rcito, o general Abdel Fatah al-Sisi, afirmou Le�n ao Post.
El Baradei renunciou ao cargo na quarta-feira, dia em que o governou iniciou a violenta repress�o aos manifestantes.
== Manifesta��es ao redor do mundo ==
Milhares de manifestantes expressaram apoio neste s�bado ao presidente deposto Mursi nas cidades turcas de Istambul e em Konya.
Uma bomba explodiu neste s�bado diante do consulado do Egito em Benghazi, L�bia, provocando leves danos materiais, mas sem v�timas.
O Papa Francisco acompanha com "inquieta��o crescente as graves informa��es procedentes do Egito", segundo um comunicado da secretaria de imprensa do Vaticano.
"O Papa continua rogando e desejando o fim da viol�ncia e que as partes em conflito escolham a via do di�logo e da reconcilia��o", afirma a nota.