(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas UM SONHO DE INDEPEND�NCIA

Moradores da Catalunha, na Espanha, travam luta pac�fica pela autonomia

Moradores da regi�o, no Nordeste da Espanha, acusam Madri de usurpar sua cultura e travam uma luta pac�fica pela autonomia. Falta de infraestrutura agrava insatisfa��o


postado em 15/09/2013 06:00 / atualizado em 15/09/2013 10:12

Bandeira independentista exposta na janela de uma casa em Sant Pere de Torello, perto de Barcelona(foto: AFP PHOTO/ JOSEP LAGO )
Bandeira independentista exposta na janela de uma casa em Sant Pere de Torello, perto de Barcelona (foto: AFP PHOTO/ JOSEP LAGO )

Bras�lia – Elas somam 7,5 milh�es de pessoas, todas com um idioma pr�prio, uma cultura peculiar e um sonho compartilhado pela maioria: o de se tornarem parte do 48º pa�s da Europa. O desejo da Catalunha de conquistar a autonomia � alimentado por um forte ressentimento em rela��o � Espanha. “H� anos, o governo espanhol pratica uma pol�tica ‘etnocida’, de destrui��o da cultura catal�”, afirma o empres�rio Xavi Domenech Llobet, de 37 anos, morador de Matar�, cidade a 25 quil�metros de Barcelona. “Por motivos sentimentais e culturais, eu me sinto unicamente catal�o”, acrescentou. Na �ltima quarta-feira, Dia Nacional da Catalunha, milhares de catal�es deram as m�os e formaram uma corrente humana de 400 quil�metros de comprimento, como parte de uma campanha pela independ�ncia. As mais recentes pesquisas indicam que entre 75% e 80% da popula��o da regi�o espanhola desejam um referendo secessionista e que ao menos 50% votariam pela independ�ncia. "O que existe aqui � uma mobiliza��o de recha�o, um movimento popular. Os partidos pol�ticos se uniram a esse tsunami humano", explica Lluis Ferran Requejo Coll, cientista pol�tico da Universitat Pompeu Fabra (Barcelona), em entrevista por telefone.
De acordo com Requejo, a revolta aprofundou-se depois de 2006 na regi�o situada, no Nordeste da Espanha. A sociedade mal teve tempo de comemorar a aprova��o da reforma do Estatuto de Autonomia da Catalunha – a lei constitucional que rege as compet�ncias, institui��es e direitos dos catal�es. O Parlamento da Espanha rebaixou as atribui��es do autogoverno. “O Partido Popular, que naquele momento fazia parte da oposi��o, apresentou um recurso de inconstitucionalidade, o que provocou uma rea��o clara e enf�tica. As pessoas se mobilizaram para expressar um recha�o sobre a forma com que o poder central espanhol trata as leis da Catalunha”, comenta o especialista. O d�ficit fiscal, uma diferente de 16 bilh�es de euros entre o montante enviado pelos catal�es a Madri e a devolu��o em forma de servi�os, agravou a insatisfa��o. “Outra quest�o que refor�a a postura independentista � a falta de investimentos de Madri em infraestrutura na regi�o”, acrescenta Requejo.
Soci�logo da Universitat Aut�noma de Barcelona, Salvador Card�s i Rios admite que a Espanha n�o concebe uma Catalunha com toda uma diversidade interna, al�m de adotar um projeto pol�tico assimilador e de agir como predador econ�mico. “A crise financeira provavelmente ajudou a acentuar o sentimento de maltrato fiscal, com uma injusta divis�o das riquezas, que t�m prejudicado, de forma sistem�tica, a Catalunha”, afirma. Segundo ele, a vontade de independ�ncia supera a dimens�o econ�mica e se coloca como o vislumbre da possibilidade de melhorar a democracia, o bem-estar e a justi�a social – algo que, na sua opini�o, a Espanha � incapaz de assegurar. A Catalunha amarga um �ndice de desemprego de 23,85% e uma d�vida de 51 bilh�es de euros somente no primeiro trimestre de 2013.

CAUSAS
Card�s aponta que as causas imediatas da �nsia separatista est�o no fracasso da proposta da Catalunha para melhorar as rela��es com Madri, por meio da reforma do estatuto. “A maioria dos catal�es considera que a Espanha se fechou ao di�logo e, por isso, eles devem buscar caminhos alternativos”, observa. Ele reconhece, por�m, que o modelo auton�mico ficou obsoleto, � medida que o governo espanhol recusou-se a atualiz�-lo. Morador de Barcelona, Pere Arbell, de 46 anos, diz almejar a autonomia para que seu povo pare de ser tratado como “a �ltima col�nia do Reino de Castela”, uma alus�o � Espanha. “Queremos deixar de padecer de um esp�lio sistem�tico e um genoc�dio cultural, um desprezo que vem desde o s�culo 18”, afirma.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)