A presidente argentina, Cristina Kirchner, de 60 anos, permanecer� um m�s de repouso depois de sofrer um traumatismo craniano em 12 de agosto que provocou um hematoma subdural cr�nico, informou o governo.
Kirchner "sofreu um traumatismo craniano em 12 de agosto, e n�o houve sintomas", mas exames realizados no s�bado detectaram um "hematoma subdural cr�nico" e foi recomendado o repouso de um m�s, de acordo com a nota oficial lida pelo porta-voz da presid�ncia argentina, Alfredo Scoccimarro.
O governo destacou que, nesse per�odo, a presidente far� um "acompanhamento evolutivo cl�nico e de imagens", mas n�o explicou se Kirchner recebeu a recomenda��o de repouso total.
O aliado Daniel Scioli pediu neste domingo que se tenha "confian�a nas decis�es" do governo e dos m�dicos para o tratamento da presidente.
"Tenhamos confian�a nas decis�es relacionadas � preven��o e ao cuidado da sa�de da presidente para n�o exp�-la a qualquer risco maior", afirmou o governador da prov�ncia de Buenos Aires e presidenci�vel para 2015, Daniel Scioli, em entrevista coletiva.
"Possivelmente, n�o poder� estar de forma ativa em nenhum ato, ou quest�o institucional, mas seus projetos e gest�o est�o muito presentes", acrescentou.
De fato, a indica��o m�dica implica que a participa��o de Cristina na campanha ser� nula, ou quase nula, de acordo com an�lises divulgadas na imprensa local neste domingo.
No s�bado, Kirchner compareceu a uma cl�nica privada de Buenos Aires para realizar "um exame cardiovascular por uma arritmia e, por ter apresentado um quadro de cefaleia, foi solicitada uma avalia��o neurol�gica". A an�lise levou ao diagn�stico de "hematoma subdural cr�nico" depois de ter sofrido o traumatismo craniano, disse Scoccimarro.
"Os hematomas subdurais acontecem quando se acumula sangue no espa�o subdural, entre as membranas do c�rebro, e os sintomas aparecem entre a semana e um m�s depois do traumatismo", explicou o m�dico Fernando Iglesias.
De acordo com o cirurgi�o, "geralmente acontecem em adultos com um traumatismo leve".
A presidente argentina sofreu v�rios epis�dios de hipotens�o nos �ltimos anos que a obrigaram a suspender atividades oficiais.
Em janeiro de 2012, menos de um m�s depois de ter iniciado o segundo mandato, a chefe de Estado foi submetida a uma opera��o de extirpa��o da gl�ndula tireoide, mas os m�dicos constataram que ela n�o sofria de c�ncer como havia sido diagnosticado inicialmente.
Kirchner deixou a cl�nica particular Fundaci�n Favaloro na noite de s�bado, depois de passar dez horas no local para diversos exames.
O per�odo de repouso envolve as importantes elei��es legislativas de 27 de outubro, que marcam a metade de seu segundo mandato, que vai at� 2015.
A presidente Kirchner participava de v�rios eventos relacionados � vota��o, ap�s a derrota de seu principal candidato nas prim�rias que consagraram os postulantes para as elei��es parlamentares.
O traumatismo craniano foi sofrido em 12 de agosto, um dia depois das prim�rias. Suas circunst�ncias n�o foram divulgadas pelo governo.
O an�ncio foi feito por Scoccimarro minutos depois da exibi��o da segunda parte de uma entrevista gravada com a presidente.
Na entrevista, exibida pelo canal Am�rica, Kirchner afirmou que nunca pensou em uma segunda reelei��o, algo que exigiria uma reforma da Constitui��o. Na Argentina, o texto constitucional autoriza apenas dois mandatos consecutivos de quatro anos cada.
"O kirchnerismo � muito mais do que uma pessoa", afirma Cristina na entrevista, gravada h� dez dias.
Em caso de enfermidade presidencial, a Constitui��o prev� que o vice-presidente assuma como interino. Nesse caso, a autoridade recai sobre Amado Boudou, de 50 anos, ex-ministro da Economia de Cristina Kirchner, entre 2009 e 2011.
Amante do rock e das motos, Boudou esteve � frente da Previd�ncia Social em 2008 para aplicar a lei do Congresso que estatizou os fundos privados de aposentadoria. O vice-presidente � investigado em um caso sobre tr�fico de influ�ncia em favor de uma gr�fica. Ele n�o foi indiciado pela Justi�a, devido � aus�ncia de provas contra ele.
-- #For�aCristina nas redes sociais --
O presidente venezuelano, Nicol�s Maduro, amigo pol�tico do governo argentino, publicou neste domingo em sua conta na rede social Twitter "#FuerzaCristina Da Venezuela te acompanhamos com uma ora��o amorosa, para uma presidenta do Sul que ama seu povo. Pronta recupera��o".
Lideran�as do governo e da oposi��o tamb�m manifestaram seu apoio � presidente.
"Tantas tens�es sobre si mesma tinham de causar alguma complica��o. Seu estado de sa�de me preocupa, mas eu a conhe�o, e ela � muito forte", declarou o deputado da base governista Jorge Landau, � r�dio Nacional.
Cristina Kirchner enfrenta o duro desafio de conservar o controle do Congresso nas elei��es de 27 de outubro para renovar metade dos deputados da Casa e um ter�o dos senadores, na metade de seu segundo e �ltimo mandato.
Nas elei��es prim�rias obrigat�rias de 11 de agosto passado, apesar de ter sido derrotado nos maiores distritos, o governo conseguiu manter sua condi��o de for�a mais votada em n�vel federal.
O marido de Cristina, o ex-presidente N�stor Kirchner (2003-2007), faleceu em 2010, v�tima de um ataque card�aco.