Os Estados Unidos e a Europa trocaram acusa��es nesta quarta-feira em meio � tempestade provocada pelo esc�ndalo da espionagem americana, que pode envolver tamb�m o Vaticano.
Alemanha e Fran�a negaram nesta quarta-feira as informa��es segundo as quais teriam espionado os Estados Unidos, enquanto Washington voltou a rejeitar as acusa��es de intercepta��o das comunica��es na Europa e nas Na��es Unidas.
O porta-voz da ONU, Martin Nesirky, declarou nesta quarta-feira que a organiza��o entrou em contato com os Estados Unidos para discutir a quest�o.
"As autoridades americanas asseguraram que as comunica��es nas Na��es Unidas n�o foram grampeadas e n�o ser�o no futuro", declarou a jornalistas.
O diretor do servi�o de intelig�ncia exterior alem�o BND, Gerhard Schindler, garantiu � revista Die Zeit que "n�o s�o realizadas opera��es de vigil�ncia das telecomunica��es a partir da embaixada alem� em Washington".
O diretor nacional da intelig�ncia americana, James Clapper, e o diretor da Ag�ncia de Seguran�a Nacional americana (NSA), general Keith Alexander, disseram na ter�a-feira, no Congresso, que pa�ses aliados realizam atividades de espionagem contra os Estados Unidos.
O porta-voz da chanceler Angela Merkel, Steffen Seibert, tamb�m negou implicitamente as acusa��es, citando uma recente declara��o de Schindler.
No jornal Bild, ele havia afirmado em 25 de outubro: "Uma opera��o de intelig�ncia tendo como alvo os Estados Unidos da Am�rica n�o existe. Eventuais registros realizados por acaso por nossos sistemas t�cnicos s�o apagados".
Uma delega��o da Chancelaria e dos servi�os secretos alem�es se reunir� nesta quarta em Washington com representantes do governo dos Estados Unidos, indicou Seibert.
Al�m disso, "como anunciado, o presidente do BND e do Escrit�rio de Prote��o da Constitui��o (servi�o de intelig�ncia interna) tamb�m viajar�o nos pr�ximos dias a Washington para reuni�es", acrescentou Seibert, ap�s as revela��es de espionagem das comunica��es telef�nicas da chanceler Angela Merkel.
Ele assegurou que a Alemanha "est� em um processo de intensas discuss�es com seus parceiros americanos, em n�vel de especialistas de intelig�ncia e em n�vel pol�tico".
Paralelamente, a revista italiana Panorama, pertencente ao grupo Berlusconi, indicou que as escutas telef�nicas feitas pelos americanos tamb�m teriam tido como alvos o Vaticano e o Papa.
Das 46 milh�es de liga��es interceptadas na It�lia, v�rias do Vaticano estariam envolvidas, segundo a Panorama, que n�o fornece fontes no artigo da revista que chegar� �s bancas na quinta-feira, mas que foi antecipado para a imprensa.
O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, minimizou a import�ncia dessa informa��o.
"N�o temos informa��o alguma a esse respeito e, de qualquer maneira, isso n�o nos preocupa", declarou.
Os Estados Unidos negaram categoricamente na ter�a-feira as revela��es do jornal franc�s Le Monde, do espanhol El Mundo e do italiano L'Espresso sobre a intercepta��o das comunica��es dos cidad�os europeus pela NSA.
O Le Monde e o El Mundo informaram nos �ltimos dias, com base em documentos fornecidos pelo ex-consultor da NSA Edward Snowden, que a ag�ncia americana havia espionado mais de 70 milh�es de chamadas telef�nicas na Fran�a e 60 milh�es na Espanha no per�odo de um m�s.
O diretor da NSA tamb�m confirmou as revela��es do jornal The Wall Street Journal, segundo as quais, as intercepta��es telef�nicas praticadas nesses pa�ses e atribu�das a essa ag�ncia foram realizadas pelos servi�os secretos europeus e depois fornecidas � ag�ncia americana.
"Para ser perfeitamente claro, n�o recolhemos informa��es sobre cidad�os europeus", afirmou o general Alexander sob juramento ao Congressos
O ex-consultor de intelig�ncia Edward Snowden j� havia dito em uma entrevista publicada em julho pela Der Spiegel que os agentes da ag�ncia americana "trabalhavam de m�os dadas com os alem�es e com a maioria dos outros Estados ocidentais".
O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, anunciou nesta quarta que o diretor do servi�o secreto da Espanha comparecer� a uma comiss�o parlamentar para falar sobre a espionagem supostamente realizada pelos Estados Unidos no pa�s.
O chefe de Governo conservador, que defendeu a posi��o do governo, reiterou que, caso as escutas telef�nicas dos Estados Unidos na Espanha sejam confirmadas, s�o atos "inapropriados e inaceit�veis entre s�cios e amigos".
Na ter�a-feira, a Casa Branca assegurou estar revisando suas pr�ticas de espionagem, mas se manteve vaga quanto a promessas.
Uma autoridade americano declarou � AFP, no entanto, que a administra��o Obama considera a possibilidade de declarar ilegais as escutas de conversas de l�deres amigos.