A economista Evelyn Matthei, famosa por seu estilo veemente e com uma extensa carreira pol�tica, rica em pol�micas, � a esperan�a da direita para vencer as elei��es deste domingo no Chile, onde enfrenta a favorita Michelle Bachelet e outros sete candidatos.
Com 60 anos, Matthei assumiu a candidatura do governo h� apenas quatro meses, depois que o candidato vencedor das prim�rias de sua chapa, o ex-ministro Pablo Longueira, renunciou ao pleito em fun��o de problemas causados por um quadro de depress�o.
Economista e ex-ministra do Trabalho, Matthei teve apenas alguns dias para aceitar a nomea��o ap�s a desist�ncia de Longueira, um hist�rico l�der da direita.
Quando Matthei j� pensava em aposentadoria, ela acabou se tornando a primeira mulher a concorrer � Presid�ncia pela direita e a quarta candidata de um setor que nunca teve tantos problemas para designar um candidato �nico.
"J� n�o tinha aspira��o a ser candidata (...) Queria ter uma vida um pouco mais tranquila e me dedicar � educa��o", reconheceu ela, ap�s a sua indica��o.
Diante de si, Matthei tem a ex-presidente socialista Michelle Bachelet, grande favorita para ganhar as elei��es - logo no primeiro turno - e que manteve uma vantagem de mais de 30 pontos nas pesquisas de inten��o de voto.
Assim como sua advers�ria, Matthei � filha de um ex-general da For�a A�rea de Chile. Os pais delas eram grandes amigos.
As duas candidatas parecem ter hist�rias paralelas, mas o golpe de Estado de 11 de setembro de 1973 separou os caminhos das duas mulheres.
Enquanto Bachelet sofreu com a pris�o e a morte de seu pai, Alberto Bachelet, e teve que partir para o ex�lio, o pai de Evelyn, Fernando Matthei, fez parte da junta militar da ditadura de Augusto Pinochet.
Casada e m�e de tr�s filhos, Matthei iniciou sua milit�ncia pol�tica no partido Renova��o Nacional, onde integrava um grupo conhecido como "Patrulha Jovem", do qual tamb�m fazia parte o atual presidente Sebasti�n Pi�era.
Ambos eram jovens promessas de renova��o da direita chilena p�s-ditadura, mas tudo foi comprometido por um esc�ndalo de escutas telef�nicas em 1992 que envolveu diretamente Matthei e Pi�era, no momento em que os dois tentavam ser candidatos presidenciais.
Ap�s o esc�ndalo, as aspira��es de ambos ficaram sepultadas. O epis�dio a distanciou de Pi�era por mais de 20 anos, at� que, depois de chegar � Presid�ncia (em 2010), ele decidiu inclui-la em seu gabinete, obrigando-a a deixar seu posto no Senado.
Como ministra do Trabalho, Matthei ganhou destaque por sua defesa dos trabalhadores, por sua personalidade forte e pelos �speros confrontos com parlamentares.
"Vou procurar me comportar como uma dama", prometeu a candidata.
Os outros candidatos
Al�m de Bachelet e Matthei, outros sete candidatos disputam a Presid�ncia, uma quantidade in�dita na hist�ria eleitoral chilena.
O bem sucedido economista e professor Franco Parisi � a surpresa destas elei��es, ao brigar pelo segundo lugar com Matthei, com um apoio de cerca de 10%.
Parisi tem 45 anos e � um candidato independente. Ele � chamado de "economista do povo", e ganhou destaque na pol�tica h� pouco tempo depois de ter protagonizado com seu irm�o Antonino, tamb�m economista, um programa de televis�o no qual explicavam a economia de forma did�tica.
Com um discurso que promete "aposentar" os pol�ticos tradicionais, Parisi conquistou o apoio de jovens desencantados com a pol�tica.
Tamb�m est�o na disputa o cineasta e deputado socialista Marco Enr�quez-Ominami, que em 2009 foi a surpresa das elei��es ao obter 20% dos votos e que criou seu pr�prio partido de esquerda, o Partido Progressista.
Apesar disso, este filho de um guerrilheiro de esquerda morto em combate, n�o conseguiu repetir o desempenho,reunindo, segundo as pesquisas, cerca de 7% de apoio.
Mais atr�s nas pesquisas, est� o economista do Partido Humanista Marcel Claude, ex-funcion�rio do Banco Central e presidente de uma ONG que defende a preserva��o das esp�cies marinhas e que agora tem uma das propostas mais radicais.
Outro economista, Alfredo Sfeir, que trabalhou por mais de tr�s d�cadas no Banco Mundial e hoje se apresenta como uma esp�cie de l�der espiritual, adicionou � campanha quest�es ecol�gicas e de sustentabilidade do planeta.
Os assuntos cotidianos que afligem os mais pobres do Chile ganharam destaque na campanha da costureira Roxana Miranda, representante do pequeno Partido Igualdade, que sempre manteve a ofensiva nos debates televisionados procurando atacar diretamente Bachelet.
Tamb�m concorrem o advogado e cientista pol�tico Ricardo Israel, representante do Partido Regionalista, e o independente Alfredo Jocelyn-Holt, ex-deputado do Partido Democrata Crist�o.