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Estado de Minas

Decis�o uruguaia de regularizar a maconha preocupa o Brasil e vizinhos


postado em 09/12/2013 11:22

A regula��o do consumo de maconha no Uruguai provoca cautela entre seus vizinhos, que preferem evitar o tema ou refor�ar a proibi��o, apesar do odor da erva tamb�m estar impregnado nas cortinas de suas casas.

"Creio que o Brasil n�o est� preparado para isso. N�o acho que v� ocorrer (uma legaliza��o da maconha). � um tema que tem muita rejei��o agora, muitas distor��es. Pode-se discutir, mas s� isso", afirmou � AFP Henrique Eduardo Alves, presidente da C�mara de Deputados brasileira.

Curiosamente, a lei promovida por Jos� Mujica, o presidente do pequeno pa�s com pouco mais de tr�s milh�es de habitantes, preocupa e muito alguns setores no Brasil, com seus 200 milh�es de habitantes. Tamb�m deixou abismada a Argentina, assustou o Paraguai e causou ceticismo no M�xico, cuja violenta guerra contra o narcotr�fico deixou cerca de 70.000 mortos desde 2006.

"Muitas cidades na fronteira do Brasil (com o Uruguai) podem ser uma porta de entada para a maconha, especialmente o Rio Grande do Sul", advertiu o deputado brasileiro Osmar Terra, do PMDB.

Depois dos Estados Unidos, o Brasil � o segundo consumidor mundial de coca�na e crack, abastecido por importantes produtores de coca, como Peru e Col�mbia.

E apesar do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) defender a legaliza��o da maconha depois de sua sa�da do poder, o governo da presidente Dilma Rousseff enfrentou a alta do consumo de drogas com maior repress�o ao tr�fico nas fronteiras.

No entanto, a possibilidade de que a maconha uruguaia seja exportada para seus vizinhos parece distante. Oitenta por cento da maconha no Brasil prov�m do Paraguai, segundo a Pol�cia Federal.

A nova lei uruguaia, que ser� votada nesta ter�a-feira, prev� um registro dos consumidores de maconha e um limite de compra de 40 gramas mensais em farm�cias: ser� um mercado fechado e controlado pelo Estado. Os pre�os ser�o m�dicos - quase um d�lar o grama - e n�o diferenciados para evitar a concorr�ncia entre fornecedores.

Vizinhos cautelosos

A Argentina est� na vanguarda da regi�o em temas como aprova��o do casamento homossexual, mas n�o parece ainda pronta para seguir os passos de seu vizinho uruguaio.

Recentemente, o secret�rio de Seguran�a argentino, Sergio Berni, considerou esta possibilidade "digna de ser estudada", mas acrescentou que � um tema muito complexo, que deve ser analisado com responsabilidade.

"A Argentina est� muito mais atrasada que o Uruguai em rela��o � pol�ticas de drogas. Enquanto que no Uruguai os usu�rios n�o s�o criminalizados e se discute a forma mais eficaz para que possam exercer seu direito, na Argentina mais de 8.000 consumidores de drogas s�o criminalizados todos os anos h� mais de duas d�cadas", afirmou � AFP Sebasti�n Basalo, diretor da THC, "a revista argentina da cultura 'can�bica'".

No Chile, o cultivo de maconha � punido com at� cinco anos de pris�o, assim como sua venda, ao contr�rio de seu consumo pessoal e em particular. Os usu�rios se queixam, no entanto, de n�o saberem direito o "quanto" significa este uso pessoal.

Mas o programa da ex-presidente chilena Michelle Bachelet, favorita para vencer o segundo turno de 15 de dezembro, prop�e revisar a conveni�ncia de manter a maconha como droga il�cita, tal como foi considerada em uma lei ditada quando governou o pa�s de 2006 a 2010.

No Paraguai, o maior produtor de maconha da regi�o, o presidente Horacio Cartes � contr�rio � legaliza��o. "A situa��o do tr�fico de drogas n�o vai mudar com a legaliza��o de uma droga. � uma utopia", afirmou.

Enquanto isso, seu governo promove um centro de pesquisa para estudar as propriedades da maconha visando a elaborar pol�ticas de Estado com uma base cient�fica.

O M�xico se mostra c�tico. "As mudan�as de estrat�gias unilaterais n�o oferecer�o uma solu��o para um problema de ultrapassa fronteiras", afirmou recentemente o chanceler mexicano Jos� Antonio Meade.

'Turismo ecol�gico'

Para alguns setores conservadores uruguaios, assim como existem "tours gastron�micos" em Lima ou do vinho em Santiago, Montevid�u poder� converter-se num para�so para consumidores de maconha que n�o podem obter a droga em seu pr�prio pa�s.

"Vir�o do Brasil, da Argentina, para consumir no Uruguai", afirmou Pedro Bordaberry, senador uruguaio do Partido Colorado e um dos presidenci�veis para 2014, falando ao canal Globo News.

Apesar de a norma proibir a compra de maconha por parte de estrangeiros n�o residentes, Bordaberry considera que os uruguaios que n�o consumirem sua parte v�o comprar e revender o produto aos visitantes. "Como fazer para controlar isso?", questiona.

Dessa forma, enquanto o pequeno pa�s progressista pode fumar maconha, o resto da regi�o parece aplicar as duas regras que muitos consumidores usam em Bras�lia quando s�o abordados pela pol�cia: a primeira, negar sempre que consumiu maconha e, a segunda, jamais quebrar a primeira regra.


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