"Mandela: Longo caminho para a liberdade", que estreia no Brasil este final de semana ap�s ser exibido no final de novembro na �frica do Sul e nos Estados Unidos, � uma hist�ria fresca que tra�a o destino excepcional do �cone da luta contra o apartheid.
O filme, que foi muito bem recebido pelos sul-africanos, j� � cotado para obter nomea��es no pr�ximo Oscar.
A morte de Mandela aos 95 anos, ocorrida na noite de 5 de dezembro, foi anunciada no momento da pr�-estreia do filme em Londres, um evento com a participa��o de duas das filhas do Nobel da Paz.
Os atores brit�nicos Idris Elba, que interpreta Nelson Mandela, e Naomie Harris, na pele de Winnie Mandela, presentes em Londres, prestaram uma homenagem a ele, assim como o americano Morgan Freeman, que interpretou o l�der sul- africano em "Invictus" de Clint Eastwood (2009).
Na estreia mundial no Festival de Toronto no in�cio de setembro, a equipe havia declarado � imprensa a imensa responsabilidade que tinha sido realizar este filme baseado na autobiografia do ex-presidente, publicada em 1994.
"Isso porque Mandela foi capaz de fazer com que v�ssemos nele um modelo que ressoa no mundo inteiro e que ainda deve ressoar. Esta � a responsabilidade do filme que fizemos", revelou o roteirista William Nicholson.
"N�s t�nhamos que ter certeza que tudo era aut�ntico", observou o diretor brit�nico Justin Chadwick, que se reuniu em v�rias ocasi�es pessoas pr�ximas ao ex-presidente e que filmou grande parte das cenas em Soweto.
O cineasta tamb�m confidenciou sua emo��o ao pensar que, entre os figurantes do filme, "alguns estiveram presentes durante os discursos de Mandela para a multid�o".
"For�as e fraquezas"
O produtor sul-africano Anant Singh, que obteve os direitos sobre o livro, detalhou em Toronto o longo processo para concluir o projeto.
"H� 25 anos eu escrevi para Mandela quando ele ainda estava na pris�o para dizer-lhe sobre um projeto de filme. Ele me disse que primeiro gostaria de ver um filme sobre mim. E aqui n�s estamos, 25 anos depois!"
Em seguida, ele tratou da quest�o da forma da narrativa. O roteirista e o diretor escolheram contar a constru��o gradual do personagem.
O filme de duas horas e meia, de estilo cl�ssico e imagem meticulosamente tratada, come�a na inf�ncia de Mandela na sua aldeia de etnia Xhosa. Em pouco tempo, vemos o advogado defendendo a causa dos negros e, em seguida, aproximando-se do ANC (Congresso Nacional Africano) , onde ingressou em 1943.
Depois chega o tempo das manifesta��es e a��es, primeiro pacifistas e depois violentas, a deten��o e pris�o de Mandela em Robben Island, as negocia��es secretas com o governo at� a sua liberta��o, em 1990, e sua elei��o, em 1994, que abriu o caminho para a reconcilia��o.
� tamb�m o retrato de um homem que fez "sacrif�cios incr�veis" em sua vida particular e pessoal. "Eu tenho for�as e fraquezas. Sou um homem comum", confessou Nelson Mandela, que era um marido infiel.
Idris Elba ("C�rculo de fogo", "Prometheus"), incarna com grande humanidade e calor Mandela. Naomie Harris ("Opera��o Skyfall") restitui toda a determina��o de Winnie Mandela, que tamb�m pagou um pre�o alto por seu compromisso. Uma das l�deres da luta anti-apartheid, mais tarde se tornou uma figura controversa.
Nelson Mandela, muito doente, n�o viu o filme terminado, apenas algumas imagens no final de 2012, segundo Anant Singh. "Ele me disse: 'esse sou eu?' e, em seguida, come�ou a rir. Isso significava que ele tinha aprovado a escolha de Idris", Concluiu o produtor.