Papa pede mais solidariedade e menos viol�ncia ao mundo

Cidade do Vaticano – Mais solidariedade e menos viol�ncia no mundo. Foram esses os dois pedidos do papa Francisco em seu primeiro Angelus do ano, diante de uma multid�o de fi�is reunidos na Pra�a de S�o Pedro. “Todos n�s temos a responsabilidade de trabalhar para tornar o mundo uma comunidade de irm�os que se respeitam, aceitam suas diferen�as e cuidam uns dos outros”, disse por ocasi�o do Dia Mundial da Paz celebrado pela Igreja Cat�lica em 1º de janeiro.

O primeiro papa da Am�rica Latina tamb�m pediu o fim da viol�ncia e da injusti�a que “n�o pode nos deixar indiferentes ou im�veis”. “� hora de parar na estrada da viol�ncia”, declarou com veem�ncia, desviando-se do texto preparado. “O que acontece no cora��o da humanidade?”, questionou Francisco, antes de destacar a for�a da bondade, a for�a n�o violenta da verdade e do amor.

Durante a missa de ano-novo celebrada na parte da manh� na Bas�lica de S�o Pedro, na presen�a de muitos membros do corpo diplom�tico da Santa S�, ele tamb�m falou de fome e da sede de justi�a e de paz. Para Francisco, 2014 deve trazer “um verdadeiro compromisso com a constru��o de uma sociedade mais justa e inclusiva”.

O religioso tamb�m exortou os fi�is a mostrar for�a, coragem e esperan�a durante o novo ano que se inicia. Francisco enviou �s igrejas de todo o mundo uma mensagem para ser lida durante o dia, com destaque para a "fraternidade" que deve ser usada como arma para combater a crise econ�mica e as guerras. Fiel ao estilo familiar, que lhe rendeu grande popularidade, o pont�fice terminou sua ora��o saudando a multid�o sob um sol brilhante com um alegre bom almo�o e bom ano.

Eleito em mar�o de 2013, ap�s a ren�ncia hist�rica de seu antecessor Bento XVI, Francisco fez crescer as esperan�as de mudan�as na Igreja Cat�lica, abalada por uma s�rie de esc�ndalos, inclusive de pedofilia, e a seculariza��o das sociedades ocidentais. Um estudo global realizado pelo Instituto Pew Research Center divulgado h� dois anos indicava que os seguidores do cristianismo eram 2 bilh�es de pessoas, e os isl�micos, 1, 6 bilh�o. Mas que houve uma queda de crist�os no mundo, de 35% para 32% no mundo.

COMPROMISSOS
O papa – que completou 77 anos em dezembro – ter� uma s�rie de compromissos importantes durante 2014, que dever�o permitir vislumbrar o rumo que o pont�fice jesu�ta quer dar � Igreja Cat�lica do s�culo 21 ap�s as expectativas geradas por sua elei��o em mar�o. Em fevereiro est� agendado um consist�rio, a assembleia de cardeais, durante a qual designar� 14 novos cardeais. Este ano, v�rios cardeais completam 80 anos e perdem assim o direito de votar no conclave que elege o papa, em que tradicionalmente participam 120 eleitores. Em 27 de abril, Francisco presidir� a canoniza��o dos pont�fices Jo�o Paulo II (1978-2005) e Jo�o XXIII (1958-1963), um evento com a participa��o de milhares de peregrinos de todo o mundo no Vaticano.

Em maio, Francisco dever� realizar uma breve visita a Israel e aos Territ�rios Palestinos, em sua primeira viagem � Terra Santa desde que assumiu o pontificado. A viagem n�o foi oficialmente confirmada, mas existe o desejo do papa de comemorar o 50º anivers�rio da primeira visita de um pont�fice � Terra Santa, realizada por Paulo VI em 1964. Para outubro foi convocado o S�nodo Extraordin�rio sobre a Fam�lia, durante o qual ser�o abordados, entre outros temas, o casamento gay.

As quest�es respeitam a atitude de abertura de Francisco, que surpreendeu muitos cat�licos em julho, quando manifestou pela primeira vez a toler�ncia da hierarquia eclesi�stica com os homossexuais. O papa, que defende "uma Igreja pobre para os pobres", menos "autorreferencial" (centrada no Vaticano) e mais colegial, dando mais peso para os bispos de todo o mundo, tem surpreendido por sua atitude de abertura.