
"No clima de alegria deste per�odo de Natal, eu gostaria de anunciar que de 24 a 26 de maio do pr�ximo, farei uma peregrina��o � Terra Santa", disse o Papa argentino, acrescentando que sua jornada envolver� tr�s etapas: Am�, Bel�m e Jerusal�m.
Na Igreja do Santo Sepulcro, onde est� o t�mulo de Jesus Cristo em Jerusal�m, segundo a tradi��o crist�, "n�s iremos celebrar um encontro ecum�nico com todos os representantes das Igrejas crist�s de Jerusal�m e com o Patriarca Bartolomeu de Constantinopla", disse o chefe da Igreja Cat�lica ante uma multid�o de fi�is.
Jorge Bergoglio n�o deu outros detalhes sobre esta viagem, anunciada no dia do anivers�rio de 50 anos da hist�rica visita do Papa Paulo VI, a primeira de um Papa � Terra Santa.
Francisco explicou que a data do an�ncio era importante porque "comemora o encontro hist�rico entre o Papa Paulo VI e o patriarca Aten�goras I de Constantinopla", em 5 de janeiro de 1964 em Jerusal�m, uma reuni�o que revogou a excomunh�o de 1054 que provocou a divis�o entre as igrejas do Oriente e do Ocidente. Os chefes da Igreja Cat�lica na Terra Santa acolheram "calorosamente" o an�ncio da visita. "Eles acreditam que esta visita n�o ser� apenas um evento internacional, mas ser� sobretudo uma mensagem de amor e fraternidade para todos os habitantes dos pa�ses visitados", segundo um comunicado da Igreja.
O Papa Francisco foi convidado pelo presidente israelense, Shimon Peres, e o presidente palestino, Mahmud Abbas, durante as audi�ncias no Vaticano. Em um comunicado pela ag�ncia oficial palestina Wafa, o presidente palestino tamb�m comemorou a viagem do Papa. Abbas ressaltou a "import�ncia da visita, que esperamos que trar� boas coisas e paz a nosso povo palestino que sofre com a ocupa��o" israelense. "Esta visita pode contribuir para aliviar o sofrimento do povo palestino que aspira por liberdade, justi�a e independ�ncia", acrescentou.
Em fevereiro de 2013, pela primeira vez, a Santa S� usou o termo "Estado da Palestina", ap�s o reconhecimento pela ONU de um novo status para a Palestina. Por sua vez, a Assembleia de Bispos da Terra Santa expressou sua felicidade com a visita "que tem como objetivo principal replicar e promover o Amor, a coopera��o e a paz entre todos os habitantes da regi�o".
A Santa S� tem expressado repetidamente a "esperan�a" de uma "solu��o justa e duradoura" para o conflito israelense-palestino. A visita anunciada neste domingo pelo pont�fice havia sido adiantada pelo jornal israelense Yediot Aharonot, que informou que Francisco celebraria uma missa em Bel�m, local do nascimento de Jesus. O jornal disse que autoridades israelenses n�o est�o satisfeitas com a brevidade da visita e com o fato de a missa n�o ser celebrada em Israel, mas na Cisjord�nia, nos Territ�rios Palestinos. Francisco n�o fez men��o a uma missa em Bel�m.
O Papa Jo�o Paulo II fez uma peregrina��o � Terra Santa de seis dias em 2000, e Bento XVI visitou a regi�o em 2009. Por sua parte, o presidente Mahmud Abbas pediu em sua mensagem de Natal aos peregrinos de todo o mundo que visitassem a Terra Santa durante a visita do Papa e expressou sua esperan�a de que este "evento seja uma oportunidade para os crist�os em todo o mundo se aproximarem de seus irm�os na Palestina". Fontes da Igreja Cat�lica na Terra Santa tamb�m informaram a visita do Papa a um campo de refugiados s�rios na Jord�nia.
Israel e o Vaticano estabeleceram rela��es diplom�ticas plenas em 1993, mas passaram anos em negocia��es diplom�ticas espinhosas sobre direitos de propriedade e isen��es fiscais para a Igreja Cat�lica, que ainda n�o foram resolvidas completamente. A not�cia da viagem do Papa � Terra Santa coincide com o giro do secret�rio de Estado americano, John Kerry, realizado pelo Oriente M�dio para promover as negocia��es de paz entre israelenses e palestinos.
As discuss�es foram retomadas em julho, depois de tr�s anos de paralisa��o. Os palestinos querem que um eventual acordo de paz seja estabelecido com base nas fronteiras de 1967, antes da Guerra dos Seis Dias, quando Israel tomou a Cisjord�nia, incluindo o leste de Jerusal�m agora anexado. Mas Israel quer preservar as col�nias constru�das em territ�rio palestino desde ent�o.