O embaixador do Jap�o em Londres respondeu nesta segunda-feira a seu colega chin�s na capital brit�nica que comparou recentemente o primeiro-ministro nip�nico a Voldemort, o vil�o da saga Harry Potter: "Voldemort � Pequim!"
Em declara��es publicadas no site do jornal Telegraph on Sunday, Keiichi Hayashi considerou que a China fez a escolha entre duas op��es: "a primeira, a do caminho do di�logo e do respeito �s leis; a segunda, o de interpretar o papel de Voldemort na regi�o, dando r�deas aos dem�nios em uma corrida armamentista e de escalada das tens�es, enquanto o Jap�o n�o far� nada para agravar a situa��o".
"A resposta � clara. Embora a China tenha recusado at� o momento um di�logo entre os nossos l�deres, espero que, eventualmente, d� um passo a frente em vez de invocar constantemente o fantasma do militarismo de h� 70 anos que n�o existe mais", prosseguiu o diplomata.
"� ir�nico ver que um pa�s, que aumenta suas despesas militares em 10% ano ano, acuse h� vinte anos seu vizinho de ser militarista", acrescentou o embaixador japon�s.
Em um artigo publicado no in�cio do ano pelo Daily Telegraph, o embaixador da China em Londres, Lui Xiaoming, evocou o vil�o Lord Voldemort para denunciar as tend�ncias militaristas do primeiro-ministro japon�s, Shinzo Abe, cuja recente visita ao santu�rio de Yasukuni chocou Pequim.
"Na saga Harry Potter, o mago negro Voldemort morre porque as sete horcruxes, onde est�o partes de sua alma, s�o destru�das", escreveu o embaixador.
"Se compararmos o militarismo do Jap�o a um Voldemort, ent�o o santu�rio Yasukuni de T�quio � uma esp�cie de horcruxe, que abriga a face mais sombria da alma desta na��o", prosseguiu o diplomata na coluna publicada quarta-feira.
Na s�rie liter�ria de Harry Potter, as horcruxes s�o objetos ou animais nos quais Voldemort, o "Lorde das trevas", trancou fragmentos de sua alma. Voldemort tenta reinar sobre o mundo dos bruxos e � o inimigo jurado do jovem Harry.
Em 26 de dezembro, Shinzo Abe, conhecido por suas posi��es nacionalistas, provocou a ira de Pequim e Seul ao visitar Yasukuni, santu�rio em homenagem aos 2,5 milh�es de soldados mortos, assim como aos 14 criminosos de guerra condenados ap�s 1945.
Apesar de assegurar os objetivos pacifistas da visita, a primeira de um chefe de governo japon�s desde 2006, a China e a Coreia do Sul criticaram a iniciativa como um insulto �s v�timas das atrocidades cometidas pelas tropas nip�nicas na primeira metade do s�culo XX.
As rela��es entre Pequim e T�quio est�o comprometidas h� um ano em raz�o de uma disputa territorial no Mar da China Oriental e �s diverg�ncias hist�ricas que remontam a Segunda Guerra Mundial e ao in�cio do s�culo XX.