O Crescente Vermelho s�rio afirmou ter entregado neste s�bado mantimentos e rem�dios em �reas rebeldes da cidade de Homs, enquanto a imprensa oficial anunciou a retirada de ao menos 65 civis sitiados, no terceiro e �ltimo dia de uma tr�gua violada por tiros contra um comboio humanit�rio.
Este esfor�o humanit�rio acontece na v�spera da segunda rodada de negocia��es entre o regime e os rebeldes s�rios sob a �gide da ONU em Genebra, dez dias ap�s uma primeira tentativa que n�o resultou em medidas concretas para acabar com o conflito, que j� deixou mais de 136.000 mortos em quase tr�s anos, segundo uma ONG.
"Distribu�mos 250 pacotes de alimentos, 190 kits de higiene e rem�dios para doen�as cr�nicas", afirmou o Crescente Vermelho em sua conta no Twitter, acrescentando que todos os seus funcion�rios e os da ONU conseguiram deixar Homs sem ferimentos.
A organiza��o n�o apontou nenhuma das partes em conflito como respons�vel pelo ataque ao comboio humanit�rio.
A ajuda foi entregue em �reas de Homs controladas pelos rebeldes e sitiadas pelas tropas do regime s�rio h� mais de 600 dias.
E, segundo a ag�ncia oficial Sana, "65 civis, todos eles crian�as, mulheres e idosos, foram retirados da cidade velha de Homs, em aplica��o ao acordo entre a ONU e o governador de Homs".
A televis�o estatal indicou que a opera��o aconteceu, "apesar dos tiros de grupos terroristas armados", em refer�ncia aos rebeldes que controlam os bairros sitiados pelo ex�rcito h� 20 meses.
O Observat�rio S�rios dos Direitos Humanos (OSDH) e ativistas no terreno disseram, por sua vez, que disparos foram realizados contra o bairro de Qarabis, onde dezenas de civis se reuniram para serem retirados do local por ve�culos da ONU.
"Dezenas de civis foram retirados (...) o local em que estavam foi alvo de tiros", declarou o OSDH. Os militantes acusam as mil�cias pr�-regime de disparar contra civis a partir de bairros controlados pelo ex�rcito.
Desde s�bado, as duas partes em conflito se acusam mutuamente de violar o cessar-fogo de tr�s dias e de atacar os comboios de ajuda humanit�ria.
Neste contexto, quase 300 pessoas, entre civis e combatentes dos dois lados, morreram em meio � viol�ncia no s�bado no pa�s, segundo o OSDH.
Entre as v�timas est�o 20 homens executados pelas for�as do regime em Hama, no centro do pa�s, de acordo com a ONG, e uma mulher e dois homens mortos de inani��o no campo de refugiados palestinos de Yarmuk, em Damasco, que est� sitiado desde junho de 2013.
A ONU e o Crescente Vermelho s�rio deveriam levar no s�bado uma ajuda de emerg�ncia aos civis que escolheram permanecer nos bairros sitiados de Homs e retirar outras pessoas em risco, mas a viol�ncia, que terminou com cinco mortos, incluindo um comandante rebelde, impediu a opera��o.
Na sexta-feira, 83 civis foram retirados da parte antiga da cidade.
Material m�dico insuficiente
A chefe das opera��es humanit�rias da ONU, Valerie Amos, expressou em um comunicado sua "decep��o" ap�s a viola��o da tr�gua, insistindo que as Na��es Unidas ir�o continuar a "se esfor�ar o m�ximo poss�vel para levar ajuda para aqueles que necessitam".
"Esperamos que mais ajuda possa entrar na cidade e que os civis possam ser retirados em seguran�a, mas n�o sei se isso vai acontecer. Tememos novos bombardeios", declarou � AFP o ativista Abu Bilal, acrescentando que os ataques de ontem "deixaram 20 feridos, e n�o temos medicamentos suficientes para trat�-los".
Em um comunicado recebido pela AFP na noite de s�bado, o governador da prov�ncia de Homs, Talal al-Barazi, indicou que os esfor�os continuar�o neste domingo para retirar os civis que desejarem sair da cidade velha.
"As tropas do governo permanecem engajadas pela observ�ncia da tr�gua para permitir a entrada de ajuda e a sa�da de civis, apesar das viola��es do cessar-fogo por grupos armados", disse.
Enquanto as opera��es continuam, bem como os confrontos no campo de batalha, o regime e a oposi��o se preparam para se reunir novamente em Genebra sob os ausp�cios do mediador internacional Lakhdar Brahimi, em uma nova tentativa de aproximar duas posi��es irreconcili�veis.
O regime rejeita qualquer discuss�o sobre a sa�da do presidente Bashar al-Assad e insiste em tratar do "terrorismo", referindo-se � rebeli�o, enquanto, para a oposi��o, a quest�o da transi��o pol�tica sem Assad � primordial.
