O n�ufrago salvadorenho Jos� Salvador Alvarenga conseguiu explicar sua viagem �s primeiras pessoas que encontrou nas Ilhas Marshall gra�as a algumas palavras de espanhol aprendidas pelos habitantes da ilha atrav�s da s�rie de anima��o educativa "Dora, a aventureira".
Alvarenga chegou �s ilhas h� duas semanas, depois de ficar 13 meses � deriva no Oceano Pac�fico. Depois de chegar em terra, na noite de 29 de janeiro, muito cansado, ele dormiu na areia.
Os dois �nicos habitantes da regi�o em que ele desembarcou, Amy Libokmeto e Russell Laijedrik, viram o n�ufrago seminu e com uma faca na m�o.
"N�o ficamos com medo, mas est�vamos surpresos", contou Libokmeto, que acrescentou n�o entender nada que Alvarenga dizia.
Libokmeto e seu companheiro deram comida a Alvarenga e avisaram a prefeita do lugar sobre o n�ufrago. O filho da prefeita conhecia algumas palavras em espanhol porque aprendeu vendo com seus filhos o desenho "Dora, a aventureira", que conta hist�rias ensinando outros idiomas.
Foi assim que a hist�ria de Alvarenga come�ou a fazer sentido. As autoridades foram avisadas.
Alvarenga, que virou her�i nacional e uma esp�cie de s�mbolo de esperan�a, disse ter sa�do para pescar tubar�es na costa mexicana do Pac�fico no fim de 2012, e apareceu em 30 de janeiro nas Ilhas Marshall, depois de percorrer 12.500 quil�metros.
Ele relatou que para sobreviver foi obrigado a comer aves, peixes e tartarugas durante 13 meses.
O companheiro de viagem, Ezequiel C�rdoba, de 23 anos, morreu quatro meses ap�s o in�cio da navega��o, segundo Alvarenga.
A hist�ria, no entanto, deixou c�ticos alguns especialistas em sobreviv�ncia no mar.
"Estou desconfiado desta hist�ria por sua dura��o", afirmou Jean-Yves Chauve, m�dico franc�s que trabalha em regatas, acostumado a aventuras extremas no mar, que diz que alguns elementos da hist�ria o fazem duvidar de sua veracidade.
V�rios elementos, incluindo o regime do n�ufrago e o fato de ele ter afirmado que n�o teve acesso a �gua doce, chamaram a aten��o dos especialistas.
No entanto, um estudo da Universidade do Hava�, em Manoa, sobre os ventos e as correntes oce�nicas no Oceano Pac�fico durante o per�odo em que Alvarenga afirmou ter estado no mar afirma que o relato do n�ufrago � compat�vel com os resultados obtidos.
As conclus�es forma consequ�ncia da utiliza��o de um modelo desenvolvido originalmente para investigar as varia��es da circula��o das correntes e dos ventos na superf�cie do oceano.
Jan Hafner, um dos autores do estudo feito pelo Centro de Pesquisas Pacific International, da Universidade do Hava�, indicou que os par�metros para este modelo foram extra�dos dos padr�es obtidos do acompanhamento dos restos de barcos � deriva no Pac�fico, depois do tsunami que devastou o Jap�o em 2011.