A poucas horas de uma nova mobiliza��o contra o presidente Viktor Yanukovich, a oposi��o ucraniana evacuou domingo a prefeitura de Kiev, que ocupava desde dezembro, ap�s a liberta��o dos manifestantes detidos durante os protestos antigoverno, mesmo assim lan�ou um ultimato ao poder.
Horas depois de abandonarem as depend�ncias da prefeitura, a oposi��o ucraniana exigiu que o poder desista imediatamente das persegui��es contra os manifestantes.
"N�s lan�amos um ultimato ao poder: que seja anunciada imediatamente uma reabilita��o total e incondicional dos manifestantes", afirmou Andrii Illenko, deputado do partido nacionalista Svoboda falando diante de centenas de manifestantes reunidos diante da prefeitura.
Ele disse ainda que este ultimato expirar� dentro de algumas horas.
A retirada da prefeitura, um dos principais centros de protesto, era um requisito pr�vio exigido pelas autoridades para anistiar os manifestantes detidos.
"A prefeitura est� praticamente esvaziada", declarou � AFP o "comandante" do lugar, Ruslan Andriiko, do partido nacionalista Sbovoda.
Contudo, Andriiko alertou que "a revolu��o continuar� at� a vit�ria. Se as autoridades violam seus compromissos, n�s atacaremos e tomaremos novamente a prefeitura, definitivamente".
Poucos minutos depois, o embaixador su��o, cujo pa�s exerce a presid�ncia rotativa da Organiza��o para a Coopera��o e a Seguran�a na Europa (OSCE), foi o primeiro ao entrar no edif�cio evacuado, constatou a AFP.
"A Su��a, que preside a OSCE, foi convidada pelas duas partes em conflito a participar no processo de transfer�ncia da prefeitura �s autoridades", declarou � imprensa o embaixador Christian Schoenenberger, depois de iniciar a ata de transfer�ncia, sentado em uma mesa rodeada pelas bandeiras ucraniana e su��a.
A prefeitura, ocupada dia 1� de dezembro e transformada em "quartel general da revolu��o", � um lugar muito simb�lico do protesto, assim como a pra�a da Independ�ncia, ocupada desde a guinada pr�-russa do poder no final de novembro em detrimento de um acordo de associa��o com a Uni�o Europeia.
Concess�es para reduzir a tens�o
A prefeitura foi evacuada de forma ordenada e os manifestantes s� deixaram como lembran�a de sua passagem os numerosos cartazes e adesivos que decoraram o lugar.
"N�o houve danos, esperamos que se trate de um primeiro passo para uma normaliza��o da situa��o", afirmou Volodymyr Makeienko, chefe do conselho municipal de Kiev.
Sua retirada era uma condi��o chave para a aplica��o da lei de anistia a 234 manifestantes que foram liberados, mas que ainda s�o acusados de crimes que poderiam acarretar penas de at� 15 anos de pris�o.
Situado na avenida central de Jrechtchatik, a prefeitura foi ocupada durante uma manifesta��o ap�s a dispers�o violenta de estudantes no centro de Kiev.
A evacua��o da prefeitura responde ao pedido do presidente Yanukovich � oposi��o na sexta-feira de que "tamb�m fez concess�es".
Este edif�cio, onde se instalaram um restaurante e um hospital de campanha, abrigava at� 700 manifestantes que dormiam ou se resguardavam ali do frio.
Os manifestantes ainda disp�em de v�rios im�veis, incluindo a Casa dos Sindicatos, cuja evacua��o n�o foi pedida pelas autoridades.
A evacua��o do pr�dio acontece quando, pela d�cima primeira vez desde o come�o do movimento popular de contesta��o, h� quase tr�s meses, os manifestantes se re�nem em Maidan, a Pra�a da Independ�ncia.
O movimento de protesto foi se transformando, com a passagem das semanas, em uma rejei��o categ�rica do regime do presidente Viktor Yanukovich, e nem a ren�ncia do governo nem as negocia��es iniciadas depois dos enfrentamentos, que deixaram quatro mortos e mais de 500 feridos no final de janeiro, resolveram o conflito.
Os opositores prometeram preparar domingo "uma ofensiva pac�fica" enquanto as negocia��es com o governo parecem se encontrar em um ponto morto, j� se trate da reforma constitucional que reduzir� os poderes presidenciais em benef�cio do governo e do Parlamento, ou a nomea��o de um novo primeiro-ministro.
Em uma entrevista publicada s�bado pelo jornal Dzerkalo Tyzhnia, a dirigente opositora e ex-primeira ministra ucraniana Yulia Timoshenko afirmou que "o �nico tema de negocia��o com Yanukovich � a condi��o para sua partida".