A Ucr�nia anunciou neste domingo uma lei de anistia para os manifestantes detidos durante os protestos contra o governo, que entrar� em vigor nesta segunda-feira.
"A lei (de anistia) entrar� em vigor em 17 de fevereiro de 2014 e estipula que as acusa��es contra as pessoas que cometeram delitos (...) ser�o abandonadas", disse a Procuradoria em um comunicado.
A lei de anistia foi anunciada horas depois que a oposi��o abandonou a prefeitura de Kiev e outros pr�dios p�blicos, o que era uma condi��o pr�via para a aplica��o dessa medida.
A oposi��o tinha intimado neste domingo o governo a abandonar "imediatamente" as acusa��es contra os manifestantes.
A prefeitura, tomada em um ataque dia 1� de dezembro e transformada em "quartel general da revolu��o", foi evacuada de forma ordenada na manh� deste domingo.
A prefeitura � um lugar muito simb�lico do protesto, assim como a pra�a da Independ�ncia, ocupada desde a guinada pr�-russa do poder no final de novembro em detrimento de um acordo de associa��o com a Uni�o Europeia.
A chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, tinha pedido, neste domingo, ao governo ucraniano para abandonar todas as acusa��es vigentes contra os manifestantes e elogiou os �ltimos gestos de ambas as partes para acalmar a tens�o.
Na Pra�a da Independ�ncia ("Maidan"), um dos dirigentes opositores, Arseni Yatseniuk, tamb�m exigiu "o abandono imediato dos processos contra os manifestantes", amea�ando, caso contr�rio, lan�ar "uma ofensiva pac�fica".
Os l�deres de dois dos principais partidos da oposi��o se dirigiram depois � resid�ncia de campo do procurador geral, para aumentar a press�o.
A retirada da prefeitura, um dos principais centros de protesto, era um requisito pr�vio exigido pelas autoridades para anistiar os 234 manifestantes que foram libertados, mas que ainda s�o acusados de crimes que podem conden�-los a at� 15 anos de pris�o.
O embaixador su��o, cujo pa�s exerce a presid�ncia rotativa da Organiza��o para a Coopera��o e a Seguran�a na Europa (OSCE), foi o primeiro a entrar no edif�cio evacuado, constatou a AFP.
A evacua��o da prefeitura responde ao pedido do presidente Yanukovich � oposi��o na sexta-feira de que "tamb�m fez concess�es".
Este edif�cio, onde se instalaram um restaurante e um hospital de campanha, abrigava at� 700 manifestantes que dormiam ou se resguardavam do frio.
Os manifestantes ainda disp�em de v�rios im�veis, incluindo a Casa dos Sindicatos, cuja evacua��o n�o foi pedida pelas autoridades.
Contudo, o an�ncio do abandono da prefeitura decepcionou milhares de pessoas reunidas no Maidan pela d�cima primeira vez desde o come�o do movimento de protestos, h� quase tr�s meses.
As negocia��es com o poder est�o estagnadas, j� que se trata de uma reforma constitucional, que reduziria os poderes presidenciais em benef�cio do governo e do Parlamento, ou da nomea��o de um novo primeiro-ministro.
Yatseniuk anunciou que na segunda-feira se reunir� em Berlim com a chanceler Angela Merkel para pedir � Europa uma ajuda financeira para a Ucr�nia e a instaura��o de um regime sem visto para os ucranianos na UE.
"Precisamos de ajuda. N�o precisamos de palavras, mas sim atos", insistiu.
O movimento de protesto foi se transformando, com a passagem das semanas, em uma rejei��o categ�rica ao regime do presidente Yanukovich, e nem a ren�ncia do governo nem as negocia��es iniciadas depois dos enfrentamentos, que deixaram quatro mortos e mais de 500 feridos no final de janeiro, resolveram o conflito.