O Guia Supremo iraniano, Aiatol� Ali Khamenei, jogou nesta segunda-feira um balde de �gua fria nas negocia��es de seu pa�s com as grandes pot�ncias mundiais sobre o programa nuclear do Ir� ao afirmar que elas "n�o levar�o a lugar algum".
O Ir� se prepara para retomar nesta ter�a-feira, em Viena, os encontros com as grandes pot�ncias do grupo 5+1 - Gr�-Bretanha, Fran�a, Estados Unidos, R�ssia e China, al�m da Alemanha - visando alcan�ar um acordo abrangente sobre seu controverso programa nuclear.
Ap�s uma d�cada de fracassos e crescentes tens�es, o presidente americano, Barack Obama, estimou as chances de um acordo em "50-50", enquanto o ministro das Rela��es Exteriores do Ir�, Mohammad Javad Zarif, previu discuss�es dif�ceis.
"Alguns dos funcion�rios do governo anterior, bem como deste governo, acreditam que o problema ser� resolvido se eles negociarem a quest�o nuclear", declarou Khamenei em declara��es publicadas em seu site, Khamenei.ir.
"Repito mais uma vez que n�o estou otimista sobre as negocia��es e que elas n�o levar�o a lugar nenhum, mas eu n�o sou contra elas", ressaltou.
Em um acordo interino alcan�ado em novembro, o Ir� concordou em congelar algumas atividades nucleares por seis meses em troca de um al�vio das san��es que pesavam sobre o pa�s e de uma promessa feita pelas pot�ncias ocidentais de que n�o iriam impor novas restri��es sobre sua economia, fortemente abalada.
As pot�ncias ocidentais e Israel suspeitam h� tempos que o Ir� busca se dotar de bombas nucleares amparado em seu programa civil, acusa��es negadas por Teer�.
O encontro de tr�s dias marcado em Viena entre o Ir� e o chamado grupo 5+1 � o primeiro entre uma s�rie de reuni�es complicadas aguardadas para os pr�ximos meses.
Sob o acordo "abrangente" que agora � buscado, as pot�ncias querem que o Ir� reduza suas atividades permanentemente.
'Desculpa para os Estados Unidos'
Isso pode incluir o fechamento da usina de Fordo, a redu��o do n�mero de centr�fugas de enriquecimento de ur�nio, a diminui��o de seu estoque de material f�ssil e a altera��o de um novo reator que est� sendo constru�do em Arak, segundo diplomatas.
Em troca, o Ir� veria a retirada de todas as san��es do Conselho de Seguran�a da ONU, dos Estados Unidos e da UE que pesavam sobre o pa�s.
Khamenei declarou que o Ir� ir� cumprir sua promessa de prosseguir com as negocia��es, acrescentando que as autoridades iranianas devem "continuar com seus esfor�os".
"O trabalho que foi iniciado pelo Minist�rio das Rela��es Exteriores vai continuar e o Ir� n�o ir� violar o seu compromisso, mas vou repetir novamente, ele n�o vai levar a lugar nenhum", disse Khamenei.
"A na��o iraniana enfatizou que nunca vai sucumbir � intimida��o e � chantagem da Am�rica", afirmou Khamenei, referindo-se a slogans contr�rios aos Estados Unidos bradados por multid�es durante as celebra��es em todo o pa�s na semana passada pelo 35� anivers�rio da Revolu��o Isl�mica iraniana.
Khamenei tamb�m ressaltou que a quest�o nuclear do Ir� estava sendo utilizada como um pretexto para Washington buscar pol�ticas hostis contra a Rep�blica Isl�mica.
"A quest�o nuclear � uma desculpa para a Am�rica (continuar) a sua animosidade. Agora, os porta-vozes americanos est�o trazendo � tona as quest�es de direitos humanos e de m�sseis".
Wendy Sherman, o principal negociador dos Estados Unidos nas negocia��es, declarou que o Ir� tamb�m deve abordar as preocupa��es da comunidade internacional sobre o seu programa de m�sseis bal�sticos em qualquer acordo abrangente.
Autoridades americanas tamb�m declararam que deve ser mantida press�o sobre o Ir� por sua suposta viola��o dos direitos humanos.
Zarif, em sua chegada a Viena para as negocia��es, reiterou nesta segunda-feira que estes temas n�o estavam em discuss�o.
"Vamos dizer a eles que estas quest�es n�o s�o t�picos relevantes para estas negocia��es. Insistimos em discutir as quest�es que foram acordadas na �ltima rodada de negocia��es", declarou � ag�ncia de not�cias estatal IRNA.
Quando perguntado se tinha plena autoridade para as negocia��es, o ministro das Rela��es Exteriores disse que possu�a um "quadro definido".
"O l�der supremo define as principais pol�ticas, o presidente define o enquadramento necess�rio para execut�-las e n�s - no minist�rio das Rela��es Exteriores - somos respons�veis por implementar estas pol�ticas", completou.