O capit�o do "Costa Concordia", Francesco Schettino, subiu novamente em seu navio nesta quinta-feira no porto da Ilha de Giglio, mais de dois anos depois de t�-lo abandonado durante o naufr�gio que deixou 32 mortos.
Schettino, de �culos escuros e casaco de couro, chegou de carro ao porto, informou uma jornalista da AFP. Depois entrou com seu advogado, Domenico Pepe, em um hotel onde era realizada uma reuni�o preliminar sobre a inspe��o do barco, � qual foi autorizado a participar.
O capit�o chegou na noite de ter�a-feira � pequena ilha toscana. Uma vez ali, se refugiou com seu advogado em uma casa branca da parte alta do porto.
Schettino foi processado por homic�dios m�ltiplos por imprud�ncia, abandono de navio e danos causados ao meio ambiente.
Em declara��es citadas pela imprensa italiana, o comandante, chamado por alguns de "capit�o covarde", desmentiu ter chorado ao ver os restos do barco. "Querem me fazer passar por um fraco, como h� dois anos. Mas n�o sou assim. Quero demonstrar que n�o sou um covarde", disse.
Durante o naufr�gio, na noite de 13 de janeiro de 2012, um oficial da capitania do porto de Livorno (centro), o capit�o Gregorio de Falco, havia ordenado que Schettino voltasse a sua embarca��o, que havia abandonado enquanto ocorriam as opera��es para socorrer os muitos passageiros. "Volte a bordo, 'cazzo'!", gritou, utilizando um palavr�o em italiano.
A grava��o desta conversa foi divulgada no mundo inteiro.
J� Schettino afirma que caiu em um bote salva-vidas e que ficou no cais para "coordenar as opera��es de socorro".
"O que mais marcou a ilha foi justamente quando Schettino deixou o barco na noite do acidente", comentou � AFP o prefeito de Giglio, Sergio Ortelli.
"N�s, mais que os dois dias de sua presen�a na ilha, o que nos interessa s�o os dois anos de opera��es de salvamento do navio, que esperamos que terminar�o o quanto antes, com uma previs�o de retirada no fim de junho", afirmou o prefeito.
"Esta ilha quer recuperar sua vida normal, o turismo", destacou.
O respons�vel pela extraordin�ria opera��o para erguer o cruzeiro de luxo em setembro, Nick Sloane, que tamb�m estava na ilha nesta quinta-feira, confirmou que o prazo para tirar a enorme embarca��o "continua sendo no fim de junho, se as condi��es meteorol�gicas permitirem".
A justi�a autorizou Schettino a comparecer � segunda visita de especialistas ao barco, para examinar o gerador de emerg�ncia e o elevador. Mas o far� "enquanto acusado, e n�o como consultor" e, portanto, "n�o poder� intervir", declarou o juiz.
Uma primeira visita de especialistas, no dia 23 de janeiro, terminou com a apreens�o de dois computadores que estavam na sala de comando.
Na noite de 13 de janeiro de 2012, o "Costa Concordia", com 4.229 pessoas a bordo, entre elas 3.200 turistas, navegou muito perto da costa e se chocou contra os arrecifes, o que provocou seu naufr�gio.