"A Crimeia � a R�ssia!", diziam neste domingo os civis pr�-R�ssia, enquanto a presen�a de misteriosos homens armados fardados se tornou menos ostensiva em Simferopol, capital da Rep�blica Aut�noma da Crimeia, no sul do Ucr�nia.
A sede do Parlamento da Crimeia, que permaneceu em estado de s�tio neste s�bado, estava com o acesso completamente liberado na manh� deste domingo, mas milicianos encapuzados continuavam de prontid�o na sede do governo local.
Civis membros de grupos improvisados de auto-defesa pr�-R�ssia, se dizendo investidos de uma miss�o de "manuten��o da ordem p�blica" continuavam presentes nos arredores dos pr�dio da Assembleia Nacional, em pleno centro de Simferopol.
"A situa��o � complicada, � poss�vel haver provoca��es, estejam alertas", diz um homem barbudo e de capacete a um grupo de 20 homens alinhados na entrada do Parlamento.
No s�bado, dois fuzis metralhadores instalados na entrada do pr�dio do Parlamento ficaram o dia todo apontados para o lado de fora. No alto do pr�dio, conhecido como "Casa Branca", era poss�vel ver as cores da bandeira russa. No domingo, as ostensivas armas haviam sumido, assim como os "soldados" que as colocaram.
N�o muito longe dali, uma dezena de homens uniformizados recebiam o apoio de cerca de 30 civis que estavam perto da sede do governo, na pra�a L�nin.
Kalachnikov nas m�os, capacetes e m�scaras: como nos outros dias, � imposs�vel encontrar algum s�mbolo que identifique estes homens, para quem eles trabalham.
�s 09H15 (04H15 hor�rio de Bras�lia), os "droujenniki" se levantaram para a troca das bra�adeiras vermelhas.
Estes "civis" n�o armados organizados em pequenos batalh�es s�o favor�veis a um retorno da Crimeia � tutela russa. A pen�nsula do Mar Negro fez parte do Imp�rio Russo a partir do final do s�culo 18, e depois da Rep�blica federativa da R�ssia � �poca da Uni�o Sovi�tica. A Ucr�nia passou a ter o controle da regi�o a partir de 1954.
O grupo pr�-russos tem o apoio de Moscou, que deu sinal verde, neste s�bado, a uma eventual interven��o militar de for�as russas na Crimeia, cada vez mais controlada por separatistas.
- "L�nin, St�lin!" -
Um casal de idosos parou em frente � est�tua de L�nin, no meio da imensa pra�a reaberta ao p�blico no s�bado ap�s ter sido bloqueada durante dois dias pela pol�cia em raz�o da tomada da sede do governo por um grupo que colocou a bandeira russa no alto do pr�dio.
A mulher carrega um retrato do pa� da Revolu��o Russa de 1917. Ela grita "a Crimeia, � a R�ssia!", enquanto o marido, munido de uma bandeira vermelha, esbraveja aos quatro cantos: "L�nin, St�lin, morte ao fascismo!".
Para os pr�-russos, a equipe que assumiu o poder em Kiev ap�s a deposi��o do presidente Viktor Yanucovytch � formada por "fascistas".
Diante deles, cerca de 20 manifestantes portando escudos ornados com as cores da R�ssia formam uma barreira impec�vel. Um deles levanta uma bandeira russa.
Tanta vig�lia tem uma raz�o: diante de tantas incertezas sobre a regi�o, em Simferopol circulam rumores de quem a est�tua de L�nin seria derrubada - como ocorreu em algumas partes do oeste ucraniano.
"N�o toquem no nosso chefe!", diz um cartaz colado na base da est�tua, ao lado do desenho da foice e do martelo, s�mbolos da falecida URSS.