O cineasta Alain Resnais, um dos mestres do cinema franc�s, diretor de filmes como "Hiroshima, Meu Amor" e "Ervas Daninhas", morreu na noite deste s�bado, em Paris, aos 91 anos, anunciou � AFP o produtor de seus tr�s �ltimos longas, Jean-Louis Livi.
"Morreu ontem � noite, cercado de familiares e outras pessoas queridas, em Paris", disse o produtor, assinalando que Resnais estava preparando outro filme com ele, do qual j� havia escrito um primeiro roteiro.
O presidente franc�s, Fran�ois Hollande, disse hoje que o pa�s perdeu "um de seus maiores cineastas", e elogiou uma obra que "quebrou incessantemente os c�digos, as regras, as formas, e que, ao mesmo tempo, agradou a um p�blico muito amplo".
A �ltima edi��o do Festival de Cinema de Berlim homenageou Resnais pelo filme "Amar, Beber e Cantar" (2013), uma fantasia sobre o teatro, o cinema e os quadrinhos.
Nesta oportunidade, ele recebeu o pr�mio Alfred Bauer, atribu�do "a um filme que criou novas perspectivas".
Mesmo nonagen�rio, Resnais continuava rodando filmes sobre temas recorrentes, como amor, mem�ria e morte. H� dois anos, ele disse, no Festival de Cannes, que fazia filmes para si pr�prio. "� como um laborat�rio de experimentos, em que se misturamos coisas sem sabermos que resultado iremos obter", comentou.
Cineasta da mem�ria e imagina��o, Resnais nasceu em 3 de junho de 1922, em Vannes, Bretanha. Na adolesc�ncia, apaixonou-se por cinema e literatura.
Aos 13 anos, rodou seu primeiro longa, antes de se matricular em uma escola de cinema, em 1943.
Sua filmografia inclui curtas e document�rios - como o impactante "Noite e Neblina" (1955), sobre os campos de concentra��o nazistas -, al�m de longas como "Hiroshima, Meu Amor" (1958), "Meu Tio da Am�rica" (1980), "Smoking/No Smoking" (1993) e "Amores Parisienses" (1997).
O diretor art�stico do Festival de Cannes, Thierry Fr�maux, manifestou "tristeza pelo desaparecimento de um gigante do cinema".
"N�o significa apenas que Resnais morreu, significa que n�o haver� mais filmes de Resnais", lamentou, em entrevista � r�dio France-Info.
Fr�maux lembrou que, em 2009, o cineasta recebeu em Cannes um pr�mio pelo conjunto da obra.
"Ele gostava muito de trabalhar, e com m�todos muito am�veis. Gostava de estar cercado por sua gente", comentou o diretor, referindo-se aos atores Andr� Dussollier, Pierre Arditi e Sabine Az�ma, que trabalharam diversas vezes com Resnais.
Pierre Arditi tamb�m o homenageou, ao declarar ao canal BFM-TV que Resnais "era um homem, mas, tamb�m, um menino, com capacidade de se maravilhar e dono de uma maturidade extraordin�ria e uma grande cultura".
A ministra francesa da Cultura, Aur�lie Filippetti, assinalou que a obra de Resnais "fez o cinema franc�s brilhar no mundo inteiro".