Depois dos Brics, chegam os Mint, os PPICS e os Civets, siglas criadas pelos economistas para identificar novos pa�ses -entre eles M�xico, Col�mbia e Peru- que podem ganhar destaque, desviando a aten��o dos grandes emergentes, como China ou Brasil, que enfrentam problemas de desaquecimento econ�mico.
A lista de "neo-emergentes" � divulgada no momento em que os grandes emergentes enfrentam s�rios problemas: a R�ssia est� em plena crise pela Ucr�nia; o Brasil acaba de ter sua nota rebaixada pela Standard and Poor's; e a China � afetada por uma s�rie de incidentes de cr�dito (default de obriga��es no in�cio de mar�o, esbo�o de uma retirada em massa de bancos locais, etc.).
No entanto, a busca pelos "neo-emergentes" n�o � de hoje, e h� anos eles coexistem com os tradicionais Brics (Brasil, R�ssia, �ndia, China, �frica do Sul). A prova � que o �ndice MSCI Emerging Markets, lan�ado em 1988 com dez pa�ses conta agora com 21. A mesma sociedade de investimentos MSCI j� criou um "�ndice de pa�ses na fronteira" para 26 emergentes do futuro, que v�o da Argentina ao Sri Lanka, passando pela Nig�ria.
O economista Jim O'Neill, que havia popularizado o termo Bric quando trabalhava no Goldman Sachs, retoma agora outra sigla, os Mint, grupo que inclui M�xico, Indon�sia, Nig�ria e Turquia. Tamb�m h� outro, criado pela The Economist Intelligence Unit, o Civets, reunindo Col�mbia, Indon�sia, Vietn�, Egito, Turquia e �frica do Sul.
Uma fase de "desaquecimento"
S�o in�meros os candidatos a ocupar o lugar dos mastodontes emergentes que entram "em uma fase de desaquecimento financeiro, um problema que outros pa�ses n�o enfrentam". Isso pode fazer deles emergentes no futuro, considera Maarten-Jan Bakkum, economista do ING IM, embora ressalte os limites deste exerc�cio de sele��o. "O pr�prio conceito de BRICs j� era fr�gil. Por que n�o ter inclu�do o M�xico?", considera.
Como destaca Yves Zlotowski, economista da Coface, "a classifica��o 'emergente' foi criada para o M�xico nos anos 80 com base no seu acesso aos mercados internacionais de d�vida, e �, portanto, um conceito financeiro".
Para Bakkum, "o problema dessas belas etiquetas � que duram somente alguns anos". Esse economista prefere optar por outro tipo de classifica��o: "Pode-se, por exemplo, distinguir os pa�ses muito dependentes da China daqueles que s�o menos", j� que, para ele, a evolu��o chinesa "� o maior risco atual". Al�m disso, Zlotowski afirma que n�o se deve enterrar os grandes emergentes t�o rapidamente: "Realmente, eles foram atingidos, mas sem consequ�ncias catastr�ficas. Ainda n�o vimos a Dilma Roussef pedir ajuda ao FMI".
Christopher Dembik, analista do Saxo Bank preferiu n�o ceder � tenta��o de criar uma sigla, mas destaca "Peru, Col�mbia e Indon�sia no pelot�o de frente", e outros dois submetidos a um elevado risco pol�tico: "Turquia e Nig�ria". Nenhum deles tem a gigantesca popula��o e o explosivo crescimento que caracterizou os Brics, como os 10% registrados h� poucos anos pela China, pa�s de 1,3 bilh�o de habitantes. Mas a modera��o desses novos emergentes n�o � necessariamente algo ruim: "Talvez estejamos diante de pa�ses que crescer�o de forma mais sustent�vel", prev� Dembik.