O papa Francisco iniciou neste domingo os ritos da Semana Santa com a missa do Domingo de Ramos, durante a qual pediu para que os cat�licos se questionem se s�o como os que tra�ram Jesus Cristo ou foram corajosos e fieis a Ele at� o final.
"Onde est� meu cora��o? A qual dessas pessoas [do Evangelho] me assemelho? Que esta pergunta nos acompanhe durante toda a semana", afirmou o Papa em tom s�rio ante uma multid�o congregada na Pra�a de S�o Pedro durante sua homilia.
Pouco antes, o sumo pont�fice presidiu a prociss�o de Ramos, apoiado em um bast�o esculpido para a ocasi�o pelos detentos do pres�dio de San Remo (centro-oeste da It�lia), e cercado por dezenas de jovens padres e bispos.
Vestido com o tradicional traje lit�rgico roxo, fez uso da palavra, mas n�o leu o texto que foi distribu�do anteriormente para a imprensa, no qual se referia principalmente � entrada de Jesus em Jerusal�m, que � celebrada, segundo a tradi��o crist�, durante a missa de Ramos.,
O papa improvisou e preferiu enfatizar o fato de que este domingo tamb�m est� relacionado com a Paix�o de Cristo.
"Quem sou eu? Quem sou eu frente a Jesus que sofre?", questionou o papa ao iniciar seu discurso inesperado, causando uma tens�o palp�vel entre os fieis.
"Inclusive ouvimos outro nome: Judas. 30 moedas. Sou como Judas? Ouvimos outros nomes: os disc�pulos que n�o entendiam nada, que ficaram dormindo enquanto o Senhor sofria? Minha vida est� adormecida?", indagou o papa argentino.
"Sou eu um traidor? Sou como aqueles l�deres religiosos que t�m pressa em organizar um tribunal e buscam falsos testemunhos? Sou eu como eles?", perguntou novamente, citando P�ncio Pilatos, que, "ante uma situa��o dif�cil, lava as m�os, n�o assume sus responsabilidades", e referiu-se tamb�m aos soldados, que "agridem o Senhor, cospem nele, o insultam e se divertem com sua humilha��o".
Tamb�m citou exemplos que considera positivos no Evangelho, como o personagem de Sim�o de Cirene, "que voltava cansado do trabalho, mas teve a boa vontade de ajudar o Senhor a carregar a cruz".
Depois da missa, um grupo de jovens brasileiros entregou a cruz da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) a outro grupo de jovens oriundos da Pol�nia, onde ter� lugar o novo encontro, em Crac�via, em 2016.
Durante o �ngelus, o papa recordou a canoniza��o, em 27 de abril, junto com Jo�o XXIII, de Jo�o Paulo II, iniciador da JMJ h� 30 anos e quem, "na comunh�o dos santos, seguir� sendo um pai e um amigo para os jovens do mundo".
Apesar de ter come�ado os ritos deste domingo com a apar�ncia cansada, ao final da missa, mostrou-se sorridente e, aclamado pelos fieis que agitavam ramos, Jorge Mario Bergoglio beijou v�rias crian�as e deficientes f�sicos e tomou um pouco de chimarr�o oferecido por um fiel.
Segundo um porta-voz do Vaticano, mais de 100.000 pessoas assistiram � Missa de Ramos.