
O papa Francisco iniciou os ritos da semana santa com a missa de domingo de ramos. Falando de improviso durante a homilia, pediu aos fi�is que questionem seus atos diante da vida. Ele citou Jesus e Judas para lan�ar a pergunta sobre se os cat�licos s�o como o traidor de Cristo ou se mant�m a fidelidade ao Senhor. “Onde est� meu cora��o? A qual dessas pessoas (do Evangelho) me assemelho? Que esta pergunta nos acompanhe durante toda a semana”, lan�ou aos fi�is em tom s�rio ante uma multid�o congregada na Pra�a de S�o Pedro.
Apesar de ter come�ado as celebra��es com a apar�ncia cansada, ao final da missa mostrou-se sorridente e, aclamado pelos fi�is que agitavam ramos, Francisco beijou v�rias crian�as e deficientes f�sicos e tomou um pouco de chimarr�o oferecido por um fiel. Segundo um porta-voz do Vaticano, mais de 100 mil pessoas assistiram � missa de ramos. Vestido com o tradicional traje lit�rgico roxo, fez uso da palavra, mas n�o leu o texto que foi distribu�do anteriormente para a imprensa, no qual se referia principalmente � entrada de Jesus em Jerusal�m, que � celebrada, segundo a tradi��o crist�, durante a missa de ramos.
O papa improvisou e preferiu enfatizar o fato de que este domingo tamb�m est� relacionado � Paix�o de Cristo. “Quem sou eu? Quem sou eu frente a Jesus que sofre?”, questionou ao iniciar seu discurso inesperado, causando uma tens�o palp�vel entre os fieis. “Inclusive, ouvimos outro nome: Judas. 30 moedas. Sou como Judas? Ouvimos outros nomes: os disc�pulos que n�o entendiam nada, que ficaram dormindo enquanto o Senhor sofria? Minha vida est� adormecida?", indagou Francisco. “Sou eu um traidor? Sou como aqueles l�deres religiosos que t�m pressa em organizar um tribunal e buscam falsos testemunhos? Sou eu como eles?”, perguntou novamente, citando P�ncio Pilatos, que, “ante uma situa��o dif�cil, lava as m�os, n�o assume suas responsabilidades”, e referiu-se tamb�m aos soldados, que “agridem o Senhor, cospem nele, o insultam e se divertem com sua humilha��o”.
Durante a missa, Francisco tamb�m citou exemplos que considera positivos no Evangelho, como o personagem de Sim�o de Cirene, “que voltava cansado do trabalho, mas teve a boa vontade de ajudar o Senhor a carregar a cruz”. Depois da missa, um grupo de jovens brasileiros entregou a cruz da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) a outro grupo de jovens oriundos da Pol�nia, onde ter� lugar o novo encontro, em Crac�via, em 2016.
Pouco antes, o pont�fice presidiu a prociss�o de ramos, apoiado em um bast�o esculpido para a ocasi�o pelos detentos do pres�dio de San Remo (Centro-Oeste da It�lia) e cercado por dezenas de jovens padres e bispos. Durante o �ngelus, o papa recordou a canoniza��o, em 27 de abril, junto de Jo�o XXIII, de Jo�o Paulo II, iniciador da JMJ h� 30 anos e que, “na comunh�o dos santos, seguir� sendo um pai e um amigo para os jovens do mundo”.