Treze helic�pteros, sete avi�es e 2.000 militares e policiais lutavam nesta segunda-feira para controlar os focos do mais grave inc�ndio da hist�ria da cidade chilena de Valpara�so, que matou 12 pessoas.
"O inc�ndio n�o est� controlado. No entanto, diminuiu muito sua intensidade", explicou � imprensa local o diretor da Secretaria Nacional de Emerg�ncia (Onemi) em Valpara�so, Guillermo de la Maza.
Durante a madrugada desta segunda-feira, os focos de inc�ndio que voltaram a arder com for�a no domingo queimaram mais 250 casas, informou o ministro do Interior, Rodrigo Pe�ailillo.
Ao contr�rio de domingo, quando o vento e as altas temperaturas ajudaram a propagar o fogo, para esta segunda-feira as autoridades esperavam temperaturas mais baixas e mais umidade, elementos que podem ajudar no controle do inc�ndio.
A presidente Michelle Bachelet suspendeu uma viagem prevista para a Argentina e se reuniu nesta segunda com os ministros do comit� de emerg�ncias.
As autoridades esperam controlar o fogo entre 48 e 72 horas. Depois pretendem investigar a origem das chamas, avaliar os danos e estabelecer as tarefas de reconstru��o.
"O quadro � desolador", afirmou o porta-voz do governo, �lvaro Elizalde, que tamb�m anunciou a chegada de avi�es argentinos para cobrir zonas desprotegidas.
Segundo o registro oficial mais recente, o inc�ndio destruiu completamente 2.000 casas. Tamb�m deixou 8.000 desabrigados e 10.000 deslocados. De acordo com as autoridades, 1.200 pessoas dormiram pela segunda noite seguida em abrigos.
Das 12 pessoas mortas, algumas n�o conseguiram sair a tempo de suas casas, como um casal de idosos que se negou a deixar a resid�ncia. Os dois foram encontrados carbonizados, abra�ados na cama, afirmaram vizinhos � imprensa local.
O inc�ndio, iniciado na tarde de s�bado, queimou 850 hectares at� o momento. Ele tem um per�metro de 22 quil�metros e quase seis quil�metros de comprimento, segundo a Corpora��o Nacional Florestal (Conaf).
As chamas afetaram uma �rea onde muitas pessoas vivem em casas de madeira e feitas de outros materiais fr�geis, algumas sem licen�a de constru��o.
A regi�o do porto de Valpara�so, declarada Patrim�nio da Humanidade pela Unesco em 2003, permanecia a salvo das chamas.
- Perda total -
Na escola Grecia, um dos oito abrigos para os atingidos, Carlos Gaona disse ter dormido pouco, "por causa das sirenes dos bombeiros e das pessoas que continuam chegando".
"Perdemos tudo. Somos uma fam�lia de sete pessoas, e a primeira noite no abrigo foi triste. Principalmente para as crian�as que nunca tinham passado por isso, mas nos trataram bem", declarou Ericka C�ceres � AFP .
Muitas pessoas perderam todos os seus pertences no inc�ndio, devido � r�pida propaga��o e � complexa geografia da regi�o. Al�m disso, tamb�m contribuiu para a trag�dia o ac�mulo de lixo no topo das colinas, onde come�ou o fogo.
Os chilenos se mobilizaram pelas v�timas de Valpara�so.
Os moradores da cidade que n�o foram atingidos ajudaram os necessitados, distribuindo �gua, comida e roupas.
Tamb�m foram organizadas nesta segunda partidas de futebol beneficentes e campanhas para cuidar dos animais feridos. O Twitter ficou cheio de mensagens de apoio, com a hashtag #FuerzaValpo.
- Dupla reconstru��o -
No domingo, foi declarado estado de cat�strofe, medida de exce��o que permite que as For�as Armadas assumam a seguran�a, que ser� mantida pelo tempo que for necess�rio, de acordo com o governo.
Em rela��o aos 8.000 desabrigados, est�o sendo estudadas as possibilidades de se construir casas de emerg�ncia e oferecer ajuda financeira e psicol�gica.
O governo se comprometeu tamb�m a seguir "trabalhando simultaneamente na ajuda e no plano de reconstru��o no norte", mais precisamente na regi�o de Tarapac�, atingida por um terremoto de 8,2 de magnitude h� duas semanas.
Apesar das trag�dias, Bachelet pretende manter o cumprimento das 50 medidas anunciadas para seus 100 primeiros dias de governo. Entre elas, est� o pontap� inicial a seu ambicioso programa de reformas, na educa��o, na �rea tribut�ria e na Constitui��o.
