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Estado de Minas

Precariedade e falhas na urbaniza��o chamam aten��o em Valpara�so ap�s inc�ndio

Desastre natural exp�e problemas e desigualdade em cidade que � lembrada pela beleza e potencial tur�stico


postado em 15/04/2014 18:10 / atualizado em 15/04/2014 18:37

Valpara�so, conhecida como "a Joia do Pac�fico" com seu centro declarado Patrim�nio da Humanidade, esconde tamb�m altos �ndices de pobreza e uma precariedade na urbaniza��o que complicaram mais o controle do inc�ndio que come�ou h� quatro dias. As chamas, que deixaram 15 mortos e 11.000 desabrigados, s�o um velho inimigo da cidade portu�ria.

Desta vez, o fogo come�ou em uma zona florestal na parte alta das 44 colinas em torno da cidade. E como haviam previsto v�rios especialistas, al�m do vento e das altas temperaturas, a urbaniza��o prec�ria agravou a cat�strofe.

Segundo Iv�n Poduje, professor de Urbanismo da Universidade Cat�lica, diante da falta de casas e do atraso nos planos do governo para constru�-las, as fam�lias ocuparam terrenos em �reas de risco, como encostas, muitas vezes abandonadas e sem servi�os b�sicos. A vegeta��o densa em algumas �reas aumenta o risco de inc�ndios. "Nas encostas, o vento se acelera e a propaga��o do fogo � muito r�pida. Al�m disso, as casas s�o feitas de material leve. � muito dif�cil chegar a esses locais, s�o muito �ngremes. Os acessos s�o complicados e � muito dif�cil controlar o fogo", considera.

A geografia complicou a gest�o desta cidade, que conta com poucos recursos e uma d�vida grande, equivalente � metade de seu or�amento anual. Faltam empregos para seus moradores, e o movimento econ�mico do importante porto da cidade n�o equivale a dinheiro nos cofres do munic�pio. "� inexplic�vel que o porto seja uma empresa aut�noma do estado que obt�m grandes receitas e nada paga ao munic�pio", comentou Poduje.

Desigualdade e pobreza

Milhares de imigrantes europeus chegaram a Valpara�so no seculo XIX para iniciar uma vida nova. Era uma passagem obrigat�ria nas rotas mar�timas antes da abertura do Canal do Panam�. Hoje, o porto recebe milhares de turistas atra�dos por esse antigo esplendor, em uma cidade que parece ter parado no tempo, com casas charmosas e coloridas.

Mas existe o outro lado da cidade. Seus n�veis de pobreza est�o dois pontos acima da m�dia nacional de 14,4%. Os problemas se acumulam: a �gua n�o recebe o tratamento adequado e o lixo se acumula em alguns pontos. "Valpara�so � muito bonita de longe. Mas quando voc� se aproxima, percebe a grande pobreza que est� exposta", explicou Poduje � AFP.

"� um exemplo absoluto de segrega��o urbana. Os turistas v�o �s partes mais bonitas, no litoral e em algumas partes altas, resqu�cios da �poca em que Valpara�so era a capital econ�mica do Chile", afirmou. Mas os recursos gerados pelo turismo est�o limitados a um setor muito limitado da cidade.


A oportunidade ap�s o desastre

At� esta trag�dia, por falta de recursos e vontade pol�tica, nenhuma autoridade impediu a forma��o e o aumento das comunidades carentes ou levou servi�os b�sicos a essa �reas. A presidente do Chile, Michelle Bachelet, falou de um "plano" para a cidade, que garanta a seguran�a de seus moradores. "Esta � uma grande trag�dia, mas tamb�m uma grande oportunidade para fazermos bem as coisas", disse Bachelet nesta ter�a � r�dio Cooperativa.

"Honestamente, acho que temos que fazer algo mais, n�o basta reerguer casas e apoiar as fam�lias, temos que criar uma rede de prote��o", acrescentou.

No momento, a prioridade � a gest�o da emerg�ncia, com ajuda �s fam�lias que recebem os desabrigados e a forma��o de abrigos. Segundo Poduje, a reconstru��o de Valpara�so pode ser mais um elemento no plano para acabar com a desigualdade promovido pela presidente.

Em um comunicado, a Unesco manifestou sua disposi��o em ajudar a preservar esta rica regi�o, "eco de um importante per�odo da hist�ria do Chile e de seu desenvolvimento econ�mico e cultural no s�culo XIX".


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