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Estado de Minas

Jo�o Paulo II, o "atleta" de Deus


postado em 25/04/2014 12:01

Carism�tico, intransigente quanto a moral e os costumes, conservador e moderno ao mesmo tempo, o polon�s Jo�o Paulo II, que ser� canonizado em 27 de abril por Francisco, viajou por todos os continentes e � adorado por muitos fi�is como "o atleta de Deus".

Este papa, que governou a Igreja por quase 27 anos, ocupou um espa�o de destaque no cen�rio internacional com suas posi��es a favor dos direitos humanos, mas tamb�m por sua proximidade com os jovens.

Karol Wojtyla, que chegou a ser fotografado em esquis ou numa piscina, encarnou uma imagem de for�a e modernidade. Com ele, a Igreja ocupou as manchetes dos jornais e os cat�licos passaram a se sentir mais confiantes.

Sua vida parece ter sa�do de um romance. Nascido em 18 de maio de 1920 em Wadowice (sul da Pol�nia), �rf�o de m�e aos nove anos de idade, foi criado por seu pai, um oficial de carreira. Sua inf�ncia foi marcada pela aus�ncia da presen�a materna e sua vida dedicada � Virgem Maria, modelo de esposa e m�e. A cruz tamb�m � central em sua espiritualidade.

Durante a terr�vel ocupa��o nazista na Pol�nia, participava de um grupo de teatro, entrou em um semin�rio clandestino e trabalhou em uma f�brica. L�der dos jovens, se apaixonou. Apesar do amor pelo teatro, abandonou os palcos por uma paix�o ainda maior: a f�.

Em 1� de novembro de 1946 foi ordenado padre. Quando foi eleito chefe da Igreja, em 1978, o primeiro papa eslavo tinha 58 anos.

Muito rapidamente, promoveu o contato direto com a multid�o. Poliglota e fil�sofo, nunca temeu o encontro com o mundo da cultura.

O Vaticano era muito pequeno para ele. Multiplicou as viagens, da savana africana aos Andes, de Manhattan para as favelas do Rio de Janeiro. Sabia como atrair a aten��o, com gestos fortes em dire��o aos exclu�dos e refor�ando o sentimento de universalidade da Igreja.

'Garoto-propaganda do Evangelho'

Seu carisma era evidente, mesmo em pa�ses mu�ulmanos. Ele sabia se portar em frente a uma multid�o e tamb�m se manifestar contra situa��es sociais injustas e a m�fia.

Os meios de comunica��o o apelidaram de "garoto-propaganda do Evangelho", o "atleta de Deus". Ele criou a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que re�ne a cada edi��o milh�es de jovens. Uma intui��o muito importante ap�s o desconforto do p�s-Conc�lio.

Em 13 de maio de 1981, o extremista turco Mehmet Ali Agca o feriu gravemente com tr�s tiros na Pra�a de S�o Pedro. � beira da morte, atribuiu sua sobreviv�ncia � intercess�o da Virgem Maria. Superou o atentado e ficou mais popular do que nunca.

O in�cio de seu decl�nio f�sico come�ou em 1994. O Mal de Parkinson afetou seu trabalho, tornando lenta todas as suas atividades.

O mundo inteiro acompanhou sua agonia, um mart�rio vivido com coragem e acompanhado quase ao vivo em 2005.

Sua vida coincidiu com as reviravoltas da Hist�ria. Wojtyla resistiu a dois regimes do totalitarismo - o nazismo e o stalinismo -, e contribuiu para a vit�ria do movimento "Solidariedade" na Pol�nia e com a queda do Muro de Berlim, marcando o colapso do comunismo no Velho Continente.

Este senso de hist�ria o levou a "arrependimentos" pelo mal causado pelos crist�os, especialmente contra os judeus. Arrependimentos, por vezes, mal compreendidos na Igreja.

Ele tamb�m lutou contra o capitalismo desenfreado, criticando o que considerava seus frutos: o hedonismo e o relativismo.

Os compromissos deste homem de paz n�o foram todos bem sucedidos. Ele se op�s, em v�o, � interven��o dos Estados Unidos no Iraque, em 2003. E, �s vezes, pareceu apoiar ditadores, prococando decep��o.

Linha conservadora

Inclassific�vel, sempre esteve aberto para os problemas econ�micos, o di�logo com o Isl� e o Juda�smo. Inaugurou encontros inter-religiosos em Assis.

Ao mesmo tempo, refor�ou a linha conservadora da Igreja sobre a fam�lia, a moral e a sexualidade. Esta doutrina estrita, direta, lhe valeu muitas inimizades, mas tamb�m popularidade entre alguns.

Sua condena��o da contracep��o e dos preservativos em plena expans�o da Aids criou uma lacuna de incompreens�o.

Sua defesa da Igreja e a falta de a��o contra os abusos dos ped�filos tamb�m lhe renderam fortes cr�ticas. Desconfiando das cal�nias do servi�o secreto comunista, ele se recusou a ouvir as acusa��es sobre o mexicano Marcial Maciel, fundador dos Legion�rios de Cristo, corrupto e ped�filo.

Outro ponto de disc�rdia, principalmente na Am�rica Latina, foi provocado por sua posi��o muito dura contra a "teologia da liberta��o", que ele acusava de desvios marxistas.

"Ele era um homem de convic��es, n�o de d�vidas, e tamb�m um m�stico que tinha os p�s no ch�o", diz um de seus assessores mais pr�ximos, o cardeal Giovanni Battista Re.

O prelado italiano ressalta que a sua energia estava na ora��o, inclusive em suas viagens. Ele dizia que as grandes decis�es deviam ser tomadas de "joelhos".

Em 1989, recebeu no Vaticano o l�der sovi�tico Mikhail Gorbachev, dizendo: "Eu me preparei para este encontro orando por voc�s".


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