O secret�rio americano de Estado, John Kerry, advertiu nesta quinta-feira na capital da Eti�pia sobre um risco de genoc�dio no Sud�o do Sul se a guerra civil no pa�s africano n�o for detida.
"H� indicadores preocupantes sobre o tipo de assassinatos com crit�rios �tnicos, tribais, nacionalistas que est�o ocorrendo", advertiu Kerry em Adis Abeba.
"Se eles continuarem ocorrendo, como at� agora, podem representar um desafio muito s�rio em rela��o ao tema do genoc�dio", acrescentou, no in�cio de um giro pela �frica.
Mais cedo, ap�s se reunir com seus colegas et�ope, queniano e ugand�s, Kerry havia pedido o fim dos combates e o acesso da ajuda humanit�ria ao Sud�o do Sul.
"Acredito que est� claro que todos est�o de acordo que os massacres devem parar, que � preciso permitir um acesso humanit�rio" � popula��o, declarou.
Sede da Uni�o Africana, Adis Abeba acolhe as negocia��es entre o governo do presidente sul-sudan�s, Salva Kiir, e a rebeli�o dirigida por seu rival, o ex-vice-presidente Riek Machar, que se enfrentam desde meados de dezembro.
No dia 23 de janeiro, as duas partes assinaram um cessar-fogo em Adis Abeba, que n�o deu resultados. Na segunda-feira as negocia��es foram retomadas na capital et�ope, sem grandes avan�os.
Na reuni�o, Kerry e seus colegas se concentraram na situa��o no Sud�o do Sul e, entre outras medidas, abordaram a possibilidade de enviar soldados da regi�o ao pa�s.
Os combates, que j� deixaram milhares de mortos, s�o acompanhados por massacres de civis segundo crit�rios �tnicos.
"Os dois grupos acreditam que podem vencer militarmente, mas n�o h� uma solu��o militar", afirmou o funcion�rio do Departamento de Estado.
Como consequ�ncia disso, Washington "transmitir� mensagens duras �s duas partes para inform�-las de que elas ser�o consideradas respons�veis se n�o tomarem as medidas necess�rias para colocar fim �s hostilidades", advertiu.
J� a ONU declarou na quarta-feira que o Sud�o do Sul se encontra � beira da cat�strofe e mencionou claramente o risco de um genoc�dio, como o sofrido por Ruanda h� 20 anos.
As "incita��es ao �dio" e os massacres "com bases �tnicas" no Sud�o do Sul geram o temor de que "este conflito provoque uma viol�ncia grave que escape de qualquer controle", afirmou Adama Dieng, conselheiro para a preven��o do genoc�dio das Na��es Unidas.
"Devemos garantir que os respons�veis pelos crimes cometidos aqui respondam por eles", completou.
"Aos sobreviventes do genoc�dio, devemos o juramento de adotar todas as medidas ao nosso alcance para proteger a popula��o de uma nova Ruanda. N�o h� desculpa para n�o agir", disse.
De acordo com Dieng, o secret�rio-geral da ONU, Ban Ki-moon, est� muito preocupado e far� com que "o que aconteceu em Ruanda n�o se repita nunca em nenhuma outra parte do continente".
Kerry chegou � Eti�pia na noite de quarta-feira para um giro africano que tamb�m o levar� � Rep�blica Democr�tica do Congo (RDC) e a Angola para abordar, al�m do caso do Sud�o do Sul, os conflitos na Rep�blica Centro-Africana, na Som�lia e na RDC.