
Uma postura menos intrusiva e mais acolhedora, sem ignorar os novos modelos de fam�lia. Em 75 p�ginas, o Instrumentus laboris — documento que ser� apresentado durante o S�nodo dos Bispos, em outubro — prop�e uma Igreja Cat�lica humilde, destaca o v�cuo entre a doutrina sobre temas ligados � moralidade sexual e a sua aceita��o pelos fi�is e reconhece que a crise da fam�lia � parte de uma crise social. Apesar de manter a rejei��o ao casamento homossexual, o texto se alinha ao tom suavizado adotado pelo papa Francisco em rela��o a gays e l�sbicas.
De acordo com o documento, baseado em 39 perguntas respondidas por 114 confer�ncias episcopais de todo o mundo, a Igreja deve encontrar o equil�brio entre os ensinamentos sobre a fam�lia tradicional e “uma atitude respeitosa e n�o moralista para com as pessoas que vivem nessas uni�es (homossexuais)”. O texto defende que os filhos desses casais sejam recebidos na f� com a mesma dignidade dos outros fi�is. “Quando as pessoas que vivem em tais uni�es precisam batizar uma crian�a, quase todas as respostas enfatizam que ela deve receber a mesma aten��o, ternura e preocupa��o que outras crian�as”, afirma.
Ainda segundo o documento, os atos homossexuais s�o pecaminosos, mas n�o as tend�ncias homossexuais. O Vaticano admite a “relevante perda de credibilidade moral” causada pelos esc�ndalos de pedofilia na Igreja. O Instrumentus laboris tamb�m destaca o sofrimento de divorciados que se casaram novamente por n�o poderem receber os sacramentos e aconselha a abertura ao batismo, � confiss�o e � comunh�o a todos os filhos de casais separados, de uni�es polig�micas, de relacionamentos homossexuais e de m�es solteiras.
O pr�prio papa Francisco j� havia surpreendido o mundo ao indicar uma mudan�a de posi��o do Vaticano, em entrevista concedida durante o voo de retorno da Jornada Mundial da Juventude, em 28 de julho passado. “Se uma pessoa � homossexual e procura Deus e a boa vontade divina, quem sou eu para julg�-la? (…) Os homossexuais n�o devem ser marginalizados, mas integrados � sociedade”, declarou o pont�fice naquela ocasi�o.