Ataques no domingo contra v�rias igrejas no nordeste da Nig�ria, atribu�dos ao grupo islamita Boko Haram, fizeram mais de 50 mortos neste pa�s, cuja sele��o disputa contra a Fran�a nesta segunda-feira uma vaga nas quartas de final da Copa do Mundo.
As quatro aldeias atacadas no domingo est�o localizadas a 10 km de Chibok, onde o Boko Haram sequestrou 276 estudantes em 14 de abril, das quais 219 ainda est�o desaparecidas.
"At� o momento h� 54 mortos", declarou um funcion�rio do governo do estado de Borno, que pediu o anonimato.
Mike Omeri, porta-voz do governo federal, declarou � AFP que n�o recebeu um balan�o oficial das autoridades locais.
O presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, declarou que os ataques provam que o grupo islamita usa a religi�o como cobertura para seus "crimes desprez�veis contra seus compatriotas".
Omeri tamb�m respondeu �s cr�ticas dos moradores locais que acusam os militares de ignorar os pedidos de ajuda ap�s o ataque.
O porta-voz declarou ter recebido "informa��es confi�veis " indicando a presen�a de soldados, que "possivelmente chegaram um pouco tarde, mas chegaram".
Os criminosos, que circulavam de moto, lan�aram bombas nas igrejas de Kwada, Ngurojina, Karagau e Kautikari durante a missa de domingo, segundo testemunhas.
No entanto, um chefe local de Chibok, que tamb�m pediu anonimato, negou a vers�o do governo, garantindo que os militares "nem tentaram" ir para o local dos ataques.
"Aqueles que dizem que o Ex�rcito veio para nos ajudar, eles mentem", disse ele � AFP.
O estado de Borno � o ber�o da insurg�ncia isl�mica que deixou milhares de mortos em cinco anos e, pelo menos, 2.500 em 2014.
Futebol, pervers�o ocidental
A insurrei��o do Boko Haram, cujo nome significa "A educa��o � pecado" na l�ngua Hausa, tamb�m costuma atacar recintos esportivos e centros de retransmiss�o das partidas da Copa do Mundo no Brasil.
As autoridades dos estados de Adamawa (nordeste) e Plateau (centro) proibiram, nesse sentido, a exibi��o dos jogos em tel�es, embora esses centros e bares sejam, por vezes, a �nica op��o para assistir os jogos contra os cortes eletricidade di�rios.
Na Nig�ria, os torcedores temem novos atos de viol�ncia.
"Estamos muito preocupados em Lagos (...), quando vemos e ouvimos o que est� acontecendo em outros estados do pa�s", declarou Femi Adeeko, de 66 anos, propriet�rio de um hotel em Lagos, localizada 2.000 km ao sul do epicentro da viol�ncia.
A sele��o da Nig�ria chega pela primeira vez na sua hist�ria as oitavas de final de uma Copa do Mundo desde 1998.
No domingo, o meia da Nig�ria John Obi Mikel declarou que os ataques do grupo radical isl�mico n�o v�o "afetar" a sele��o nacional. "� uma trag�dia, mas estamos aqui para fazer nosso trabalho. Temos uma partida para jogar. � preciso continuar vivendo", afirmou o jogador do Chelsea.
O l�der do grupo isl�mico, Abubakar Shekau, descreveu em v�rias ocasi�es o futebol como uma pervers�o ocidental que procura alienar os mu�ulmanos da religi�o.